Quando as luzes em neon se acenderam naquela tarde, Neji soube que estaria ferrado pelos próximos milênios. Seus traumas do fundamental ressurgiram em uma única pessoa, e ela estava ali, em seu local de trabalho, unicamente para foder com sua vidinh...
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Feromônios são um verdadeiro incômodo.
Quando se é beta, eles não fazem a mínima diferença. Aos ômegas e alfas, são uma dádiva. Um calmante. Um método de se aproximar de seus parceiros. Mas para Neji, um alérgico nato, são um verdadeiro estorvo. Durante o ensino médio, fugiu de alguns ômegas apaixonados. Fugiu dos toques, dos olhares e principalmente do cheiro. Os feromônios doces pareciam fazer sua visão distorcer e o nariz coçar. A garganta ficava seca e irritada. O alfa mudava de humor rapidamente, tornando-se menos estável e mais arisco.
Foi nessa época que Neji descobriu determinada atração por alfas.
Mas a pouca tolerância com feromônios não foi embora. Seja ômega ou alfa, determinados aromas lhe deixavam de mau humor. Bloqueadores eram a solução perfeita para casos assim. Eles serviam para impedir a liberação dos cheiros, e eram o paraíso de Neji. Muitas pessoas usavam, inclusive ele. Não se sentir sufocado em ambientes fechados era como uma dádiva.
Ainda assim, nunca teve problemas com os próprios feromônios. Era suave e amargo. Tão agradáveis quanto grãos de café. Acolhedores como uma xícara fumegante em manhãs de inverno, recheada pela bebida energética. Ou copos com cubos de gelo regurgitando seu interior, flutuando sobre o líquido escuro. Neji não gostava de café, seja ele gelado, quente ou morno. Mas ele adorava os próprios feromônios. Eram sutis e não enjoativos. Mantê-los distantes e bem controlados havia se tornado parte da rotina, ainda mais quando estava em seu período de calor.
Calor.
Os feromônios serviam para isso também. Para o acasalamento.
Ah! Extremamente revolucionário.
Neji girou o corpo sobre o sofá.
Estava naquela bolha de pensamentos já há algum tempo. O tédio e a solidão podem levar as pessoas a lugares estranhos e obscuros. Ele não costumava pensar tão profundamente assim sobre feromônios, nunca. Mas as coisas estavam paradas e Neji se sentia entediado. Havia sido abandonado, porque Naruto simplesmente o largou para ir ficar com o lance dele. Em pleno sábado e de folga, ele estava sozinho em casa.
Um dia extremamente monótono e chato. Não haviam provas pendentes, seus trabalhos da faculdade estavam adiantados e Neji simplesmente não aguentava mais assistir Sitcoms. Era horrível, tão forçado quanto uma caricatura, mas Naruto amava, e havia comprado um pacote de streaming para assistir apenas aquilo. Neji se recusava a desperdiçar dinheiro, então deixava rolando na televisão em tardes cansativas como aquela.
Definitivamente masoquista.
Quando as coisas se tornaram dolorosas ao extremo, ele se arrastou até a cozinha. Tateou as prateleiras mais altas do armário, mas não encontrou o que queria.
