Quando as luzes em neon se acenderam naquela tarde, Neji soube que estaria ferrado pelos próximos milênios. Seus traumas do fundamental ressurgiram em uma única pessoa, e ela estava ali, em seu local de trabalho, unicamente para foder com sua vidinh...
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Shikamaru mora em um condomínio.
Um condomínio pequeno, com casas ainda menores e gramado bem cuidado, com irrigadores se agitando loucamente na grama verde. Havia uma Harley Davidson preta, prata e brilhante na garagem, ao lado de um Jeep.
Em frente a porta, Neji estreitou os olhos para o capacho ao qual a estampa lembrava uma placa de avisos. Ela dizia: "TODOS OS CONVIDADOS DEVEM SER APROVADOS PELO GATO!"
Deixou os sapatos no canto da porta e viajou o olhar pelo cômodo.
Suculentas. Cactos. Plantas.
A maioria foi plantada em garrafas vazias de vodka.
Neji comprimiu os lábios.
- É impressão minha, ou você é uma dona de casa disfarçada de estudante de medicina? - ele perguntou em tom de brincadeira.
A sala era bem organizada, demais até. Cortinas abertas, tapete no centro, sofás em um tom de verde muito escuro e uma pequena mesa de centro redonda, que ficava bem abaixo dos lustres do teto.
Quando Shikamaru propôs que ele fosse ali, Neji supôs que o alfa morava em um apartamento enorme de bairro nobre, possivelmente bagunçado e cheio de lixo espalhado pelos cômodos. Ele não pensou que seria tudo limpo e arejado.
E muito verde também.
Muitas plantas...
- Exatamente, mas não conte a ninguém - Shikamaru segredou baixinho, pressionando o indicador contra os lábios - Senta aí. Eu vou buscar os cadernos.
Neji deixou a mochila escorregar de seus ombros.
- Nem um copo d'água? - ele perguntou ao se sentar no sofá - A gente veio andando quilômetros até aqui.
Mas Shikamaru já estava caminhando para longe.
Neji bufou.
Ele nem queria estar ali, em primeiro lugar. Iria ganhar uma aula inteirinha sobre química e de brinde um almoço não industrializado. Esse era o trato, e ele só estava ali por ele. A princípio, adiou aquele evento esquisito e foi empurrando com a barriga como podia. Até que passaram-se duas semanas e ele surtou porque Naruto estava dormindo na casa do lance dele. Não rolou a típica lasanha congelada lhe esperando após o serviço nos últimos cinco dias e Neji já estava se sentindo deprimido.
Abandonado.
Ele não sabia fazer lasanha de microondas, ou ao menos nunca havia feito uma que não tivesse saído com o centro cru. As de Naruto eram absolutamente perfeitas. Ele provavelmente acabou se tornando um profissional no ramo de preparar lasanhas congeladas.
Neji permaneceu no sofá, inquieto. Não gostava de ser largado pelos cômodos da casa dos outros, era um saco. Estava começando a ficar ligeiramente constrangido.
