twenty seven

819 78 22
                                    

Os gritos de Mari, enchiam meus ouvidos conforme as contrações começam novamente.

- Oh meu deus! - Ela choraminga. - Eu não aguento mais.

- Precisamos aplicar a ocitocina. - A anestesia fala na sala de parto e eu observo minha esposa suando frio. - O parto tá demorando mais que o esperado. Vamos ir pra quase 16 horas em trabalho de parto.

A enfermeira e o médico assentem e começam a preparar a injeção que aumenta as dores e as contrações, mas dilata rapidamente.

Mari estava com 7cm de dilatação a várias horas. O rosto pálido e as mãos trêmulas apertam as minhas quando a médica aplica o líquido.

...

Cerca de poucas horas depois ela estava com a dilatação no máximo e seus gritos eram estridentes.

Beijo sua testa e acaricio seu cabelo enquanto minha mão fica roxa pela pressão aplicada, mas tudo bem doer minha mão, ela precisa descontar em algo.

- Deus! - Com um suspiro ela resmunga e vejo o bebê agora nas mãos do médico.

Mas ele não chora, não dá se quer um resmungo, não se mexe.

O desespero toma conta do meu corpo e eu sigo atrás das médicas com o minúsculo bebê em suas mãos.

O médico da um leve tapinha em seu bumbum mas nenhum sinal.

- Chris! - Mariana me chama e seus olhos estão desperados e as lágrimas caiam sem parar.

Antes de eu virar minha cabeça de volta para o recém nascido, escuto o chorinho baixo e quase caio duro no chão quando meu corpo solta a tensão total.

- Está vivo! - A tranquilizo e corro até ela beijando seus lábios gelados e trêmulos.

Me afasto quando vejo o bebê chegar até nós, embrulhado numa mantinha azul do hospital e ainda sujo.

- Parabéns! É uma garota. - Minhas lágrimas despencam e eu seguro o dedinho da minha filha que estava agora deitada no coração de sua mãe.

- Ela é tão pequena.

- Olha, a garotinha é saudável. Nasceu com 1,900! Vai ficar pouco tempo na encubadora de tudo der certo. - Assinto sorridente para o médico obstetra. - Precisamos cuidar de Mariana agora.

Mari sorri encantada a bebê e me entrega entendendo que precisa se separar.

Carrego a minúscula coisinha entre meus braços e a enfermeira sorri para mim.

- Vamos dar banho nela, papai. - Concordo com a cabeça e a levo até a pia que as enfermeiras indicam.

Passo a bebê a ela e observo com atenção cada passo a passo que ela explica calmamente enquanto lava minha filha.

- Peço desculpas por você não conseguir cortar o cordão. - A enfermeira baixinha ao lado me diz e eu a olho confuso, nem tinha percebido. - É que quando eles não choram de primeira, o protocolo é cortar o mais rápido possível pra fazer a manobra que for necessária.

- Tá tudo bem! O que importa é elas estarem bem.

Rapidamente a enfermeira a troca e me entrega quando termina.

- Ela pode ficar alguns minutos ainda fora da encubadora... Provalmente o leite da sua mulher vai começar a descer só mais tarde. As outras enfermeiras vão ficar estimulando a decida enquanto isso.

-Obrigado. Todos vocês.

Saio do quarto balançando a bebê e caminho até o vidro que separa eu e nossa família.

- Graças a Deus! - Minha mãe sorri e levanta num pulo. Rapidamente todos entendem e se aglomeram no vidro enquanto arrulham encantados.

- É linda!

- Nem parece filha do Chris. - Scott diz e pela primeira vez eu não retruco. - Mariana carrega o peso de manter a beleza dessas crianças.

- Ela é um sonho. - Sussurro e sorrio para minha família.

- Papai, é minha irmã! - Procuro pela vozinha do meu filho e o encontro sorridente no cantinho do vidro.

- É sim, meu amor. Você achou ela bonita? - Ele assente e eu quase choro.

- Mas quero ver a mamãe, papai. Carrega ela aqui por favor.

- Daqui uma horas ela já pode receber visitas, querido.


I need you - Chris Evans (finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora