[concluída] Uma jornalista atrapalhada tenta salvar seu emprego se tornando a sombra de uma detetive de humor ácido e sem a menor paciência para a imprensa. Ambas mergulham em um enredo de mistério, confusão e muitas reviravoltas.
Inicio 22 - 10 - 2...
Acho que nunca vou esquecer minha participação na TV, vou guardar esse dia como algo único, já que não tenho mais esperanças de ser chamada para qualquer entrevista ou algo parecido.
- Obrigada por sua presença aqui Kara. - Mike diz ainda secando as lágrimas provocadas pelo riso. Agradeço também e em seguida o programa vai para o comercial.
Assim que saio do estúdio meu celular começa a tocar, tento ignorar o insistente toque, mas por fim decido atender.
- Como foi? - É minha mãe.
- Horrível.
- Por que?
- Você não viu?
- Querida eu lhe avisei que não temos esse canal disponível aqui.
Sinto um certo alívio, felizmente é um programa local.
- Joguei água em cima do apresentador, eletrocutei um técnico e depois caí na gargalhada. Tudo isso em um programa ao vivo.
- Que maravilha querida! - Eliza deu sua risada elegante, me pergunto de quem herdei minha gargalhada engraçada. - As pessoas vão lembrar para sempre de você. Quem sabe seja chamada para algum outro programa.
- Você acha mesmo?
- É claro. Estou ansiosa para assistir à gravação.
- Vou pessoalmente garantir que todas as gravações sejam queimadas.
- Aposto que não foi tão ruim assim.
- Foi muito ruim. - Mamãe faz dois minutos de silêncio tentando achar algo para me confortar.
- Pelo menos não foi em rede nacional querida.
- Tem razão mamãe, me sinto melhor agora.
Assim que termino a conversa com minha mãe meu telefone toca novamente, dessa vez é Cat, ela insistiu bastante no termo "horrível", me deu uma grande bronca, e só parou quando eu ameacei cortar os pulsos se ela continuasse a gritar comigo, o lado bom foi que funcionou.
Já em minha confortável casa arrasto meus pés até a cozinha para preparar outra bebida. Estou sem água tônica em casa, mas não quero ir até à loja da esquina comprar mais, com medo de alguma criança da redondeza me reconhecer e começar a rir de mim, vou para cama mais cedo entorpecida por suco de laranja e me entrego aos sonhos onde sempre me saio bem.
Na terça-feira pela manhã sigo para a delegacia. El Tigre está bem comportado e meu olho roxo melhorou consideravelmente, finalmente me livrei dos óculos escuros. O dia está bonito e o trânsito menos caótico, chego com uns minutos de folga confortáveis, estaciono, pego minha bolsa e o material de trabalho.
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Quando estou subindo os degraus. Lena aparece.
- Pode dar meia volta!
- Por que? O que aconteceu? - Lena parece indignada e muito irritada.
