Queda Livre - KarLena

22 Queda Livre

Curtam, comentem bastante.

Despedida de solteira. Despedida de solteira. Onde se faz despedida de solteira? Acelero para o centro da cidade, estaciono El Tigre em um canto escuro e entro em um pub da vizinhança. Os frequentadores da noite de sexta-feira não se impressionam com aquela louca de aspecto selvagem olhando freneticamente em volta, mas se mostram profundamente irritados com a invasão.

Como não vejo Lena nem ninguém do departamento, volto para o carro e continuo a busca pela Park Street. Que nem uma maluca, vou entrando e saindo de pubs, clubes, uisqueries e todos os outros pontos de bebida da cidade, e a medida que o tempo passa fico cada vez mais aflita. Xingando a que eu antes considerava uma benção a extrema variedade de escolha de lugares para se beber, dou uma parada súbita em frente à boate Wedgien.

- Eu gostaria de saber se estão fazendo uma despedida de solteira lá dentro pergunto a um dos guarda costas.

- Muita coisa acontece por aqui, meu bem. Pode escolher

- Não, não. Eu estou interessada em uma comemoração especifica...

- Você é a strip? - ele interrompe

- É clara que não. - Ele olha para as minhas roupas extremamente improprias e finalmente percebe meus tamancos.

- Não, não Já vi que não é.

Ergo o corpo ao máximo e projeto o peito para a frente. Estou a ponto de perguntar por que não, quando o relógio do Wills Memorial Building de dez badaladas. Concluindo que não tenho tempo para discutir a possibilidade de ser uma strip com um guarda-costas na calçada numa sexta-feira à noite, tento passar por ele. Mas o homem barra a minha entrada.

- São cinco dólares para entrar, meu bem - É claro que minha aparência não sugere que eu tenha toda essa grana. Tudo bem digo, da forma mais insolente possível e entro na boate Uma mulher por trás de um balcão de plástico estica a mão com ar entediado.

- Cinco dólares, por favor.

- Estou procurando uma pessoa. Não vou ficar mais que minutos.

- Isso é o que todas dizem. São cinco dólares - Sua mão continua aberta. Dou um suspiro e pego minha carteira. Tenho só vinte dólares, e a noite promete ser cara. Depois de uma olhada rápida vejo que estou perdendo tempo ali e saio ao ar livre de novo, dando um adeus de para a mulher do balcão e para o guarda-costas, vou descendo a rua garotas embonecadas, com suas melhores roupas de festa e sapatos de salto altíssimo, olham para mim com um risinho de lado quando passo batendo os tamancos pelo chão.

Vou em ziguezague pela rua entrando e saindo, das casas noturnas. Paro em um caixa rápido e raspo minha conta, ficando com um total de quarenta dólares para gastar. Continuo ziguezagueando pela cidade, com o bolso cada vez mais leve, e me vejo em frente à boate Odyssey. Meus pés começam a criar bolhas dentro dos tamancos e os tornozelos estão sangrando de raspar no couro duro. Eu me sento em um banco próximo e examino a situação com vagar cenas da minha vida futura passam pela minha cabeça.

Será que vou ficar solteirona? Será que vou virar titia dos lindos pimpolhos de Nia e Brainic? Será que nunca mais vou ver Lena? Olho em volta desanimada, e então noto que estou em frente à delegacia de policia. É claro! Dou um pula com uma energia redobrada e vou saltitando para a porta. Chega a recepção com a frase pronta nos lábios: "Dave! Você sabe onde... Mas diminuo o passo e dou uma parada ao ver um completo estranho me olhando com ar intrigado.

- Onde está o Dave?

- O turno dele termina às sete horas, senhorita. Posso ajudar em alguma coisa?