"Essa luz que do mar bate em mim me invade. Será que eu vou? Ninguém tentou. E parece que a luz chama por mim e já sabe que um dia eu vou."
— Ben está com aquela imitação fajuta de Malévola e vocês estão aqui?
Mal olhou furiosamente para sua família. Ainda estava perdida em relação ao tempo, mas sabia que não queria Audrey perto de ninguém que amava por mais tempo do que fosse necessário.
Os olhos verdes começaram a brilhar sem que ela fizesse o mínimo esforço. Talvez esse fosse o preço de estar com duas grandes magias dentro de cada pedaço do seu corpo.
— Mal, calma.
Carlos pediu assustado com aqueles olhos.
Ela bufou e se afastou deles. Quando seus olhos pousaram nas tropas de guerra viu seu melhor amigo montando em um dos castelos reais.
— Aquele ali é Jay?
Ninguém respondeu, o que aumentou a raiva dela. Ela estava pronta as transformar em dragão até sentir duas mãos pegarem nos seus braços.
— Não ouse sair daqui. — Evie a olhou severamente e segurou firmemente no braço da melhor amiga. — Nós não sabemos onde ela está e você soltando fogo por aí não vai ajudar ninguém.
A Lady concordou totalmente, mas, poucas vezes em sua vida viu sua melhor amiga a olhando dessa forma.
(...)
Moors
Por um instante pareceu que tudo tinha voltado ao normal. Como era três décadas atrás.
— É tão estranho Divo. — Sentada ao lado do corvo queria entender tudo. — Agora consigo me lembrar de vir até aqui e conhecer você, os Moors e Malévola. — Mas antes, não havia nada. É como se uma parte minha estivesse vindo a tona agora.
— É bom saber que Fada Madrinha tem uma boa magia.
Zombou, enquanto observava Nanny terminar mais um de seus feitiços para acabar com a barreira que prendia os Moors na floresta.
— Como aconteceu? Depois que papai me levou para casa?
Perguntou da última vez que viu Malévola.
— Bom, ela ficou sabendo do livro e viu que nada poderia interromper seu futuro. Então, me pediu para ir até sua mãe para que ela entrasse em contato com Fada Madrinha e fizesse o feitiço de memória. — Contou de suas péssimas lembranças.
Diaval não era emotivo, mas agora observando o lagarto, foi difícil não se ver imerso no passado.
A Floresta não nasceu por ela ou estava conectada a ela, mas sempre que aquele povo a via triste se compadecia dela. Naquela tarde quando o rei soube que sua filha não compareceu ao baile real, porque estava com uma fada, não qualquer fada, a criatura que segundo rumores tinha destruído o reino do rei Hudson, um dos reis mais bondosos que já tinham visto. Ele mesmo se encarregou de entrar na floresta e a gritos tirar a filha de lá.
Malévola há essa altura da vida não deveria se importar tanto com os insultos, porém, quando Stepan a agrediu com palavras, lembrou-se da vida na Terra das Fadas. Pouco tempo depois foi até a biblioteca do castelo do rei Hudson e encontrou toda a vida descrita.
— Diaval, quero que vá até Leah e diga a ela que o marido tem razão. O melhor para Aurora é ficar longe de mim.
O corvo que sempre cumpria cegamente os pedidos, não entendia o porque dela querer algo assim. Desde que Aurora entrou em sua vida, ela tinha estado mais feliz que nunca. Todos na floresta viam isso.
— Por que é o melhor para ela. Aurora merece seu final feliz. — Por um minuto pareceu que viu lagrimas no canto dos olhos dela. — Helena, Fada Madrinha, digo. Diga a Leah que peça para que a fada faça um feitiço de memória.
— Malévola, Aurora é parte da nossa família, por que fazer isso?
— Só faça o que mando, agora!
Aquela foi a última vez que viu brilho natural nos olhos dela ou qualquer tipo de emoção humana.
— Quando voltei ela já não era mais...ela.
Resumiu sabendo que somente essa informação bastava a princesa.
— Aurora, estou pronta, você está preparada?
Nanny chamou a mulher para pôr fim na magia da filha. Aurora andou até a fada com quem ainda conversou pouco.
— Sabe, ainda não sei o que fez naquele dia. — Diaval colocou sua cabeça próxima a do réptil que fingia indiferença. — Não sei se foi uma poção ou um feitiço proibido. Conheci suas duas versões e ainda prefiro a primeira. Sei que todos que te amam de verdade ainda preferem você antes, mesmo que nem tenham conhecido aquela você. Não estou dizendo isso para te deixar triste, se é que é possível. É só para que saiba que existia, existe, pessoas que te amam seja você a Fada Má ou só a Malévola.
(...)
As vezes a imagem mais perfeita é apenas um reflexo em um espelho arranhado. Alguns pensavam que Bem era o conceito do que era ser bom. A bondade existindo dentro de uma pessoa, todavia, como um ser humano normal ele tinha escolhas para fazer e essas nem sempre condiziam com que Bela e Adam o ensinaram.
De fato, o garoto abraçando gentilmente a cintura e Audrey e achegando seus lábios próximo ao pescoço dela não se parecia com o príncipe. Enganar uma pessoa, por mais que essa fosse uma grande ameaça para Auradon não era do seu feitio. Não foi difícil, porque em algum lugar atrás da bruxa, havia a princesa de Auroria que ainda amava Benjamin. Ele se aproveitou disso, desse sentimento que lhe deu uma abertura até a Queen Of Mean.
Audrey pouco se importava com os motivos que trouxeram o seu Ben de volta. O que realmente era importante era a boca dele estava tão próxima a sua.
— Não, não posso. — Ele se afastou rapidamente. Fosse pela aliança dourada ou simplesmente isso ser contra tudo que aprendeu, se afastou. — Audrey, sinto muito. Esse não sou eu e essa não é você. — Passeou suas mãos pelos cabelos rosas.
Os olhos dela se fecharam ao sentir o toque dele.
— Eu também sinto tanto.
Abriu seus olhos mostrando todo o brilho magico que havia neles. Um sutil toque no cetro e o rei voou pela torre.
O sorriso estava lá de novo. Fechou os punhos sentindo toda a magia dos Moors entrando no seu corpo.
— Vamos começar a festa.
Deu breves passos até a janela minúscula que havia no pequeno cômodo. Ela viu aquela multidão de soldados parados do lado de fora do castelo e sorrindo juntou sua genialidade com a magia que possuía.
Ergueu o Olho de Dragão e céu escureceu. Pesadas nuvens esconderam o sol brilhante de Auradon. Somente esse ato foi suficiente para assustar aqueles homens prontos para guerra. Ela bateu o objeto no chão. Com a força que fez isto quebrou o muro do palácio que estava há milhas de distância dela. Os escudos protegeram quem estava a frente e mais perto das inabaláveis paredes do palácio de Auroria. De uma fenda feita no chão estranhas criaturas começaram a aparecer. Não qualquer monstro, na verdade, não eram criaturas. Eram soldados do reino de Camelot. Os únicos que sabiam de espadas mais do que qualquer um em Auradon.
— Isso é sério?
Ouviu-se Jay reclamando e levantado as espadas para aquele grupo de homens que aparentemente estavam enfeitiçados.
— Bem a vinda a minha guerra Auradon.
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Antes do Livro Se Fechar
AdventureEles esperavam viver seu felizes Para Sempre agora. Depois de derrotar Audrey e unificar a Ilha com Auradon, Mal achava que poderia viver sua plena felicidade, mas antes disso finalmente acontecer era necessário fechar todas as lacunas. Em meio ao...