Sendo pai

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Por Miguel

Quando cheguei em casa, minha irmã estava na cozinha preparando café para meus filhos.

– Bom dia! – Disse assim que entrei e fui até minha irmã.

Abracei ela, e beijei sua bochecha, ela me encarou.

– Pensei que estava de plantão, mas vejo que não... – Ela me encarou. – Posso saber quem é ela?

– Querida Ângela... – Falei pausadamente. Minha irmã ficaria sem saber de Liana, por enquanto. Mas eu estava ridiculamente feliz. – Minha irmã, ainda não é o momento.

– Tá bom! – Ela respondeu.

– Cadê os meninos?

– Estão se preparando, eu acho.

– Vou apressar eles! – Disse e sai, pegando uma maçã ma fruteira.

Passei pelos quartos dos meninos e falei com eles. Em seguida, fui para meu quarto e tomei um banho.

No banho, minha excitação era diferente da anterior. Ri sozinho, como um bobo. Aquela garota me levou a loucura!

Aparei minha barba e me vesti. No dia anterior, havia prometido a minha irmã que faria uns reparos na parte elétrica na cafeteria.

Quando saí do quarto, todos já haviam saído de casa.

Fui até a garagem e peguei minhas ferramentas.

Dirigi para a cidade e tentei a todo custo esconder minha cara de felicidade.

Por volta de uma hora da tarde, meu caçula saiu da escola junto com minha sobrinha Carlinha e foram para a cafeteria, almoçávamos em uma mesa na cozinha, minha irmã havia levado almoço para todos lá, já que Fabrício havia pedido a tia para ajudar no serviço as mesas.

Isso me enchia de orgulho! Filhos maravilhosos!

Já terminávamos de almoçar, os quatro juntos, quando Patrícia chegou.

– Boa tarde família! – Ela disse sorridente como sempre.

Ângela levantou e ofereceu um lugar a mesa.

– Amiga, senta aqui conosco. – Olhei para minha irmã e revirei os olhos discretamente, sabia exatamente o quanto minha irmã ainda tentava unir a mim e Patrícia.

Como se fosse combinado, todos saíram, e fiquei apenas eu e Patrícia na cozinha.

– Como você está? – Ela perguntou.

– Bem... – Olhei para ela e tentei não ser mal educado ou grosso. – E você?

Ela esticou o braço e tocou em meu braço.

– Com saudade... – Sua voz sussurrada.

A senhora que trabalhava na cafeteria entrou na cozinha nesse exato momento. Foi minha feliz deixa para levantar e fugir dos avanços de Patrícia.

– Bem, eu vou indo. Estou com o dia cheio. – Disse me afastando. Levantei e sai.

Há cerca de dois anos atrás, eu e Patrícia voltamos a sair. Eu só queria ter alguém, estava sozinho há muito tempo. Mas não foi como eu imagine que seria.

Em poucas semanas, ela se declarou para mim. Dizendo que era apaixonada por mim desde que era casado. Isso me assombrou, e em uma oportunidade, dei fim ao sabe-se lá o que ela pensava que tínhamos.

Mas ela nunca deixou de insistir.

Fiz mais alguns reparos em outros moradores antigos... Meu pai os atendia, aprendi tudo com meu pai. E mesmo depois de me tornar militar, continuei a atendê-los. Era como uma tradição, e o mesmo eu ensinava aos meus filhos.

Liana  --------Onde histórias criam vida. Descubra agora