Encontro

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Eu estava de pé, recostada à grade dos portões da entrada do casarão. A minha frente apenas a escuridão, se estendendo em uma estrada de terra batida, ladeada de arvores e mata crescida.

Até que finalmente vi as luzes do farol surgirem a minha frente.

Miguel parou a alguns metros, desligou o farol, mas não desceu do carro.

Caminhei então até a sua caminhonete.

– Oi... – Disse com um sorriso provocador, ao parar a porta do motorista, ele parecia tenso.

– Entra no carro. – Ele disse, contendo um sorriso.

Fiz o que ele disse.

Assim que entrei no carro, ele voltou a ligar o motor e sem dizer nada de ré, e manobrou a caminhonete grande.

– Aonde vamos? – Perguntei.

Ele sorriu e não respondeu.

Não se afastou tanto do casarão, ainda estavámos na estrada de terra quando ele virou a direita, por um trilha. Logo, parou o carro e desligou o motor.

– Venha comigo. – Disse de forma suave, e desceu do carro.

Ao sair do carro, Miguel veio em minha direção e estendeu a mão para mim. Peguei em sua mão e em seguida deixei que ele me guiasse em meio à mata fechada, onde uma trilha de pedras nos guiava.

Quando vi uma pequena cabana no meio do nada, eu parei.

Miguel virou-se para mim, e me puxou para seus braços.

– Garota... – Ele tocou em meu rosto suavemente. – Iremos conversar, não farei nada que você não queira.

Assenti.

– Onde estamos?

– Essa cabana era dos antigos caseiros do casarão... – Ele disse, voltamos Caminhar em direção à cabana. – Hoje, é usada pela corporação para treinamento de recrutas.

– Treinamento? – Perguntei em deboche.

– Juro, não é dessa forma que você esta pensando. – Ele disse, chegamos à porta da cabana e Miguel abriu a porta. – Curso de sobrevivência na Mata, e ela serve de apoio para os oficiais.

Acreditei quando entrei e vi apenas uma mesa ao meio, algumas ferramentas e uma bancada cheia de outras bugigangas.

– Porque me trouxe aqui?

– Na verdade, não vamos ficar aqui dentro... Mas vou pegar algumas coisas aqui.

– Ah sim.

Fiquei observando Miguel pegar um lampião, uma mochila.

Saímos da cabana e ele trancou a porta novamente.

Miguel me pegou pela mão e eu o segui de volta a mata. Caminhamos em silêncio pela a escuridão da noite, em meio à mata. Eu confiei nele, e estava ansiosa para chegar sabe-se lá onde ele queria me levar.

– Chegamos! – Ele anunciou.

Era um pequeno aberto entre a mata.

– Não vejo nada além de mato. – Disse com humor, tentando fazer com que aquela ansiedade que sentia se dissipasse.

– Vou ascender uma fogueira... – Ele disse, ligou o lampião e abriu a mochila. – Tem vinho, você gosta?

Lembrei do vinho, a hóstia.

– Um pouco.

– Liana... – Ele começou a dizer enquanto forrava o chão com um tipo de colchonete. – Sente aqui, por favor.

Liana  --------Onde histórias criam vida. Descubra agora