The prom

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Vá remar o barco para terrenos mais seguros

Mas você não sabe que somos mais fortes agora

Meu coração ainda bate e minha pele ainda sente

Meus pulmões ainda respiram, minha mente ainda teme

Mas estamos ficando sem tempo

Running with the wolves — Aurora


Caleb anda atrás de mim nos corredores secretos e é a segunda vez que bufo de raiva, se aqui não fosse tão apertado estaria cruzando os braços agora mesmo.

— Por quê?! — Ele recomeça. — Ir com os exércitos é perigoso.

— Se formos pegos nos esgotos vai ser mais perigoso e você sabe disso. — Me viro pra olhar pra cara de desagrado dele. — Se todos invadirem juntos e Alice nos pegar, quem vai nos resgatar? Ou melhor, por que armar toda essa guerra pra invadir o castelo na surdina? Se era isso poderíamos ter feito sem alarmar ninguém.

— Não poderíamos, você sabe disso. — Chuto a saída e salto pro corredor branco. — Eu também não quero a guerra porque guerra significa morte.

Ele pega a grade e a recoloca no lugar. Respiro fundo o ar gelado e encaro minhas botas.

— Estou sendo idiota, eu sei.

— Mas com razão, em alguns pontos. — Caleb apoia as mãos na cintura. — Se você for com a guarda branca, como o cavaleiro disse, estaria mais segura.

— Não quero estar segura, quero fazer a diferença! Por que invadir o castelo seria melhor? E se Alice já tiver preparado tudo? Daquela vez demos sorte de não ter ninguém nas maiorias das salas que passamos.

— Mas ninguém garante que ela vá sair de lá também.

— Sairia se soubesse que eu estou aqui.

Caleb suspira, acho que recomeçamos a discussão de novo. Ando em silêncio até o corredor do jardim de inverno e o abro, espero Caleb passar pra fechar a porta o mais silenciosamente que consigo apesar de querer bater ela.

— Eu sou um animal em exposição por acaso? — Mira pergunta. — Toda vez que você aparece aqui é com uma pessoa diferente agora. — Ela olha pra Caleb e franze as sobrancelhas. — Por que trouxe um guarda?

— Porque ele é meu amigo. — Mira bufa.

— Você é filho daquela general, nunca esqueceria esse olhar de desprezo. — Ela estica as costas na cadeira da mesa. — Veio jogar?

— Não. — Ando para perto dela, Caleb me acompanha. — Se você quer tanto que eu jogue, por que não aceita logo ajudar a gente?

— Não quero jogar pra ajudar, mas sim pra ganhar dessa sua proposta idiota todas as vezes.

— Você confia no seu exército? — Caleb pergunta, Mira o olha desconfiada. — Se você estivesse com seus homens, eles a protegeriam?

— Eu sei me defender! — Guincho.

— Não é só saber atirar, é uma guerra. — Caleb rebate.

— Vocês são namorados ou algo do tipo? — Mira provoca.

Guincho e afundo na cadeira cruzando os braços, Caleb se senta ao meu lado de cara virada pra mim, Mira sorri e cruza as mãos o tabuleiro está entre nós, me inclino e mexo um peão.

The Heartsplains - Saga Maurêveilles - Livro trêsOnde histórias criam vida. Descubra agora