6ª Sessão de Psicoterapia

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Quando criança fomos morar no interior, no sítio dos meus avós

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Quando criança fomos morar no interior, no sítio dos meus avós. Passávamos por um período de vacas magras e para reduzir gastos com moradia foi preciso deixar a casa em Lexington. Como uma criança curiosa para mim foi mágico estar em contato com a natureza e todos aqueles bichos.

Eu era a caçula de quatro irmãos. Neil tinha três anos quando nasci nós éramos parceiros de crime devido à pequena diferença de idade. Melaine a primogênita oito anos mais velha e John tinha cinco anos a mais que eu.

Eu, John e Neil sempre estávamos juntos. Eu andava pra cima e pra baixo atrás deles e de seus amigos o dia todo. Vivia com o joelho ralado e arranhões. Soltava pipa, subia em árvore, andava de carrinho de rolimã. Eu adorava ficar na presença dos meninos, as brincadeiras deles eram mais divertidas e emocionantes. Foi nesse período que meus pais perceberam que eu tinha mais facilidade em manter amizade com meninos. Eles nunca proibiram.

Mamãe dedicava seu tempo em cuidar dos filhos e dar aula de piano. Foi com ela que senti despertar a paixão pela música, aprendi a tocar piano e violão.

Papai quando casou trabalhava como corretor de seguros, mas com quatro crianças estava impossível se manter. Ele pediu demissão do trabalho e apostou todas as suas reservas em um novo empreendimento: búfalos. O agronegócio era um ramo promissor e as notícias diziam que a criação desse bovídeo era um ótimo investimento. Era algo novo, esses animais são originários do continente asiático. Por vários anos consecutivos ele levou o primeiro lugar do prêmio quality de excelência em produção de muçarela de búfala e financeiramente nossa qualidade de vida melhorou muito. Com ele aprendi a montar e a respeitar os animais.

Mamãe e papai levavam uma vida simples, sem muito luxo. Cresci em um ambiente saudável. Era inspirador ver o amor dos dois, mesmo depois de décadas juntos eles priorizavam os momentos a dois. Eles viajavam sozinhos, davam risadas, nunca vi papai aumentar o tom de voz com a mamãe e em vários momentos da minha vida flagrei mamãe fazendo carinho nele, era ela sempre que tomava a iniciativa.

Com dez anos eu experimentei minha primeira paixão platônica. Ele era o filho do caseiro e fazia agronomia. Aparecia por lá duas vezes ao ano, nas férias de julho e dezembro. O nome dele era Noah, lembro até hoje. Eu dizia para meus pais que iria casar com ele até que um dia ele veio e trouxe a namorada junto. Levei um baita choque. Chorei até não poder mais e disse que nunca mais iria gostar de ninguém, eu era dramática desde cedo. Meus pais riram e ambos disseram que logo iria passar.

Ficamos pouco tempo no sítio logo papai comprou uma fazenda em Austin, capital do Texas e lá fomos nós novamente.

Nessa época já tínhamos telefone em casa, então, adquiri o hábito de ouvir as conversas alheias, principalmente as da Melaine. Um dia ela falava com o namorado e percebeu que tinha alguém na escuta. Ela abandonou o telefone e correu atrás de mim até me encontrar sentada no balanço de pneu que papai tinha feito no quintal. Resolvi esperar e enfrentar a fera. Decidi responder pelos meus atos, até porque não tinha ninguém em casa para me defender.

PRAZER MELISSA - o amor pode ser plural FANFIC MCREEDUSOnde histórias criam vida. Descubra agora