PRÓLOGO

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— A doutora já vem, sinta-se à vontade — a secretária falou abrindo a porta para que eu pudesse entrar

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— A doutora já vem, sinta-se à vontade — a secretária falou abrindo a porta para que eu pudesse entrar.

Sorrio agradecida.

O consultório fica a alguns minutos da minha casa e como atualmente preciso me ausentar por curtos períodos de tempo, resolvi tentar.

Olhei ao meu redor e vi que no ambiente tinha uma mesa de madeira, o divã era muito bonito em um tom de azul-escuro. O espaço era pequeno, mas bem aconchegante com decoração simples e cores alegres. Em uma parede havia um nicho com vários livros e em outra o quadro, "o grito", de Edward Munch.

Fui lentamente até a janela. Estava no sexto andar de um prédio de empreendimentos situado no bairro Buckhead, centro comercial de Atlanta. Lá embaixo o barulho e o fluxo de automóveis eram intensos naquele início de tarde.

Fuçava na bolsa a procura de algo para mastigar quando ouvi o ranger da porta sendo aberta.

— Olá, seja bem-vinda. Eu sou a Denise. — Desculpa ter feito você esperar, estava em uma ligação importante — a doutora aproximou apertando minha mão.

— Prazer, Melissa! Dei um sorriso desconfiado. Ela era jovem, com certeza não tinha muita experiência no ramo da psiquiatria, mas a Gael esposa do Andy havia me falado muito bem dela.

— Tudo bem, não faz muito tempo que cheguei — falei analisando seu rosto. Ele era oval, meio rechonchudinho e seus cabelos lisos batiam na altura dos ombros, harmonizando com seus traços. Ela era uma loira muito charmosa. Vestia calça pantalona laranja e uma blusa regata de alças larga branca. Estava claro que ela privava pelo conforto não deixando de lado a elegância e beleza.

Recentemente ela precisou deixar sua terra natal, a África do Sul, para vir morar nos Estados Unidos com sua esposa jornalista que foi promovida e passará a ser correspondente esportiva em um canal da CBS.

— Senta. — Quando se sentir à vontade pode começar — ela disse procurando ser cordial.

Já tinha adiantado o assunto por telefone. Até então eu vinha enfrentando numa boa meus demônios, afinal de contas foram muitos anos de terapia. Achei que nunca mais fosse precisar dos serviços de um psicólogo, mas estava difícil lidar com a situação atual.

O que tenho para contar levaria mais tempo do que ela poderia imaginar. É uma história que não tem como ser resumida em uma única sessão.

Todo dia revivo os momentos de angústia e de felicidade, em seus mínimos detalhes.

Há momentos que penso como teria sido se tivesse tomado outro caminho, seguido em outra direção, mas logo percebo que apagaria todos os momentos de extrema felicidade que vivenciei e meu amor maior, aquele que eu nunca imaginei que pudesse existir, não faria parte da minha vida, então sigo aceitando da forma como o destino quis que fosse.

Respirei fundo e me sentei pensando por onde começar.

PRAZER MELISSA - o amor pode ser plural FANFIC MCREEDUSOnde histórias criam vida. Descubra agora