Pov: Maraisa
A luz forte do sol queimou meus olhos assim que eu me atrevi a abri-los e para melhorar minha situação, fui surpreendida por uma tosse seca que rasgava minha garganta. Fiquei alguns segundos tossindo tentando acalmar aquele desconforto. Minha cabeça começou a latejar assim que me sentei na cama. Que diabos estava acontecendo? Olhei para os lados e vi uma garrafa de vidro cheia do mais saboroso e refrescante néctar que eu precisava naquele momento: água. Céus! Enchi o copo com pressa e engoli tudo rapidamente dando um grande alívio. Mas espere... Essa garrafa não é minha, e meu quarto definitivamente não tem esse cheiro de naftalina e equipamentos esterilizados. A pontada de susto foi forte em meu peito e só então pude perceber que eu não estava em casa e nem da droga de um hotel. Eu precisava de respostas e a primeira dela era por que raios eu estou num hospital?
— Que porra! — resmunguei baixinho enquanto tateava a cama em busca do meu celular.
— Felizmente a bela adormecida despertou, não? — Maiara entrou e fechou a porta em seguida, ouvi o ecoar de seus saltos se aproximando de mim. — Acho que está procurando por isso.
Ela estendeu o celular em minha direção. Parecia cansada e estava com olheiras fundas abaixo dos olhos, o que será que tinha acontecido?
— Obrigada. — agradeci incerta e ela continuou me encarando com os lábios franzidos em uma linha curta e reta. — O que foi dessa vez?
— Nada, só estou esperando você me perguntar. Vamos lá, metade. Sei que você está curiosa para saber por que saiu de uma festa e acordou num quarto de hospital.
Sim! A festa. Eu estava numa festa e de repente não me lembro de mais nada além de acordar aqui.
Meus lábios se abriram para falar, embora eu não soubesse exatamente o que, então apenas fiz a pergunta mais óbvia.
— Como eu vim parar aqui?
— Você realmente não se lembra não é? — neguei com a cabeça. Aquele mistério estava me deixando ainda mais apreensiva e eu tinha o leve pressentimento que havia dado merda. — Então, matade, voc- — sua voz foi interrompida pelo rangido da porta que se abriu revelando Bruno e uma enfermeira empurrando um carrinho com uma bandeja nas mãos.
— Maiara, a Lauana está lá embaixo. — Bruno informou com certa preocupação no ar.
— Está certo, eu já volto. — Maiara saiu sem deixar que e falasse mais nada.
Bruno caminhou calmamente até a bandeja e agradeceu a enfermeira que saiu do quarto me dando um tímido sorriso. Sorriso que eu conhecia bem, o de quem queria um autógrafo e uma selfie.
— Eu não vou comer essa porcaria, Bruno. Nem tenta. — virei para o outro lado quando ele empurrou o mingau de aveia pra mim. Se tinha algo que eu detestava era mingau, ainda mais de aveia.
— Meu Deus, agora você vai comer mesmo! — ele exclamou em voz firme. — Olhe sua voz. A aveia vai ajudar com essa irritação. Além disso, está muito gostoso.
— Se está gostoso coma você.
— Maraisa! — ele exclamou com a colher na mão. Arg! Só o cheiro daquilo me enjoava.
Bufei recebendo uma pequena colherada na boca. Eu odiava quando era obrigada a comer coisas pastosas apenas para preservar minhas cordas vocais e todos essas frescuras. Quando assinei o contrato vivia de pizza e ninguém nunca falou nada sobre isso. Engoli toda a gororoba me odiando por ter que admitir que realmente estava aliviando os arranhados de minha garganta.
— Isso, muito bem. — Bruno dizia enquanto oferecia a terceira colherada em minha boca. O repreendi com os olhos e ele entendeu, deixando o prato em minhas mãos.
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My Protection - Malila
FanfictionO que você faria se fosse obrigada a ter uma segurança particular? Após uma festa muito louca regada a bebidas e drogas, Lauana Prado, empresária de Carla Maraisa impõe uma segurança particular para acompanhar todos os seus passos e quem sabe assim...