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Estou jogando em Catar na Copa do mundo aos 18 anos como titular. Dou uma olhada ao redor e vejo se tem alguém me olhando na van, estão todos de olhos fechados, aproveito e me dou um tapinha.
-Au, Gavi! Doeu. -Falo para mim mesmo massageando minha bochecha.
Parece um sonho! Um sonho bom para caralho! Ops, me perdoa Deus.
Cara, sempre imaginei isso aqui, todos os dias antes de dormir e agora eu estou dentro da van indo jogar para milhares de pessoas.
Minha ficha não caiu, apesar de estar sendo treinado como um titular, passando por psicólogos e até mesmo sendo reconhecido nas ruas da Espanha.
Não consigo olhar para o lado de fora, mas sinto quando o motorista manobra a van e suponho que esteja estacionando na vaga reservada ao nosso time. E aos poucos meus amigos começam a abrir os olhos e se aprumar no banco.
Sem saber o que fazer para conter minha ansiedade começo a mexer na minha mochila que está no chão, quando a porta lateral é aberta.
Olho de rabo de olho e vejo um par de saltos. Sinto um cutucão em minhas costelas e olho para o Robert, que aponta com a cabeça para a mulher a minha frente.
Curioso, levanto meu olhar e vejo a garota mais bonita em que já pus os olhos.
Seus cabelos cacheados em um tom de mel, a franjinha, nossa, nunca pensei que uma pessoa de cabelo cacheado ficaria bonita de franja, os lábios cheios, tudo nela era perfeito. Ela começou a falar de forma agitada e percebi seu nervosismo. Linda de toda forma.
E antes que eu possa me repreender mentalmente, o corpo dela é lançado em direção ao meu, nota mental: agradecer a Deus pela oportunidade de ver se a pele dela era tão macia quanto parecia. Observação, é!
E então eu abro a minha boca e falo a pior coisa que eu poderia dizer para uma garota:
-Quando dizem que jogadores de futebol tem mulheres se jogando aos seus pés, eu pensei que era brincadeira. -Cacete, Gavi. Melhor ficar em silêncio!
E quando ela começou a se levantar, ela caiu (de novo) em cima de mim.
E então, eu abro a boca e passo mais um pouco de vergonha, o pior foi ver ela me analisando e dando a entender que eu sou o gosto dela.
Dias de glória! Obrigado Deus.
Quando a menina se recomponhe, ela sai apressada da van.
—Tchau, furacão! —Falo quando ela está longe o suficiente para então escutar.
—Que isso em! Pablito garanhão. —Robert fala arrancando uma risada do time.
—Cara, ela tá tão na sua! —Uma mão surge do além e aperta a minha bochecha.
—Nosso neném cresceu! —Gozález grita.
—Querem um autógrafo? —Falo entrando na brincadeira.
—E uma foto!
—Tudo que vocês quiserem!
Mais tarde (no mesmo dia)...
Estamos nos aquecendo no campo de Doha, temos 15 minutos para isso.
De um lado do campo está o time da Costa Rica e do outro estamos nós, da Espanha.
Estou nervoso, preciso mostrar para o Luis Enrique que ele fez um bom negócio ao apostar em mim e levar a taça para casa (é óbvio).
Quando o jogo de inicia, percebo que meu time está muito mais preparado que o da Costa Rica. Nos primeiros 10 minutos já fazemos nosso primeiro gol e isso se repetiu mais algunas vezes.
Depois de quatro gols, eu já estava mais que radiante, apesar de que não fui eu que fiz eles.
Na metade do segundo tempo, vejo o Alba com a bola na grande área e logo foi cercado, começo a correr em direção a eles e é quando ele me avisa e me passa a bola. E eu sem pensar muito chuto a bola e foi quando aconteceu, meu primeiro-
GOOOOOOOOOOOOOOOLLL DO MENINO GAVIIII.
Corro ficando o mais próximo da arquibancada e logo sinto meus amigos me abraçarem e comemorarem comigo.
5x0.
Sinto meu coração batendo forte no peito. Eu consegui!!!
Me acalmo e volto para o jogo, me concentro ali. Apesar de já ter ganhado meu dia com esses simples feito.
No final do segundo tempo, o jogo acaba 7x0 e é motivo de comemoração. Já subimos e muito no placar. Rindo e conversando alto caminhamos em direção ao vestiário para podermos tomar banho e trocar de roupa.