seis

4.9K 364 64
                                    

Ela está sentada com as pernas de índio, uma mão apoiada no rosto e o cotovelo na coxa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ela está sentada com as pernas de índio, uma mão apoiada no rosto e o cotovelo na coxa. Milena não piscava. Ela me escutava como se quiser saber tudo sobre mim e isso me faça vontade de falar e falar e falar mais um pouco. Tudo isso para poder ter seus olhos em mim, com admiração.

Porra, me sinto um adolescente no auge da puberdade.

Levando em consideração que eu sou um adolescente no auge da puberdade chega a ser irônico.

Às vezes esqueço que deveria olhar para a câmera e simplesmente olho para a mulher atrás da câmera, como se fosse para ela que eu estivesse contando tudo.

Outra coisa muito engraçada que reparei enquanto eu falava para a câmera, era que depois que ela prendeu o cabelo aos poucos o cabelo dela começou a se arrepiar. Bem que dizem que o cabelo cacheado é rebelde.

Queria saber se era tão macio quanto parecia e cheiroso.

—Fim. —Ela fala e abre um lindo sorriso. —Agora você... —Antes que ela termine de falar uma escuridão toma o quarto.

—Acabou a energia. —Falo constatando o óbvio.  Ela não me responde. O quarto está escuro e o pouco de luz que tem está entrando pela janela. —Milena?

—Hum?

—Por que você está em silêncio?

—Tenho medo. —Sua voz sai fraca, quase um sussurro.

—Do que? —Pergunto tentando pular os objetos que estavam no chão.

—Do escuro. —Agora que a minha visão já estava acostumada com o breu vejo a silhueta de seu corpo, encolhida na cadeira.

Caminho até ela e pego em sua mão.

—Vamos sair daqui. —Falo esperando ela levantar. E para o meu terror ao chegar a porta percebo uma coisa. Sem energia essa chave não funciona. —Vamos mudar de rota. —Caminho até a cama e me sento no meio dela, logo Milena se senta ao meu lado grudando toda a lateral de seu corpo ao meu.

Passo meu braço por seus ombros, pensando em como distrai-la.

—Vamos brincar de eu nunca. —Eu nunca, Pablo, sério?!

—Hum, melhor não. —Ela diz se assustando com o barulho do vento.

—Vamos sim. Quem perder paga a prenda que o outro escolher.

—Tá bom.

—Eu nunca peguei uma cacheada (o). —Ela abaixa o dedo.

—Pisada, os cacheados são os mais bonitos. —Ela fala me olhando. —Mas ultimamente tem uns de cabelo liso que nossa senhora da bicicletinha sem freio. —Milena fala e morde o lábio inferior.

Isso foi uma indireta?!

—Espero me encaixar no seu conceito de bonito.

—Com certeza não. —Ela resmunga outra coisa que eu não entendo e abre um sorriso que mostra que era apenas uma brincadeira.

—Quase matou meu ego. Sua vez...

—Eu nunca fiquei com um(a) loiro (a). —Abaixo meu dedo.

—Eu nunca fiquei com alguém do mesmo sexo. —Ninguém abaixa o dedo.

—Eu nunca joguei bola. —Eu abaixo o dedo.

—Como assim você nunca jogou bola?!

—Ninguém nunca me deixou jogar. —Ela fala fazendo bico.

—Você vai jogar e sua primeira vez vai ser comigo. Anota isso. Vamos mudar de jogo, esse tá chato.

Milena olha ao redor vendo que está escuro ainda e começa a roer a unha.

—Já sei o que fazer, você está muito nervosa. Deita de bruços e sem a camisa. —Falo indo até o banheiro e pegando um óleo.

—O que você vai fazer?

—Confia em mim. Você não é menor de idade é?

—Não, Pablito. Eu tenho a sua idade.

—Pablito, é? —Falo caminhando até ela.

—Saiu sem querer, é assim que venho pensando em você desde que descobri seu primeiro nome. —Ela fala me olhando por sobre o ombro, na cama.

Bezunto minha mão de óleo e abro minhas pernas ficando com uma de cada lado de seu quadril.

Começo uns massagem, primeiro com a mão leve para sentir os pontos de tensão. Depois venho firme apertando os nós.

—Meu Deus, você é muito bom nisso. Se o futebol não der certo... —Ela fala e solta um gemido quando aperto o lugar certo.

—Bate na madeira, já deu certo.

—Concordo. —Milena leva as mãos as costas e desabotoa o sutiã. —Para não te atrapalhar.

Porra, ela é linda de todo jeito, mas assim fez com que os pensamentos mais impuros tomassem cada canto da minha mente.

E se eu virasse ela, e a beijasse. E se...

—O que você está pensando?

—Nada. —Minha voz sai grossa de mais.

—Isso é mentira? —Ela me olha virando o corpo.

—Sim. —Digo olhando seu busto. Deus me ajude.

Antes que ela possa me interrogar as luzes se acenderam e escutamos alguém mexer na porta.

Milena se senta e abotoa o sutiã. Rapidamente, puxo meu moletom que eu havia deixado em cima da cama e a ajudo a vesti-lo.

Assim que coloco a camisa dela dentro da bolsa que ela me indicou a porta é aberta.

—Que apagão em Milena. —Um homem fala. Ele era alto e magro, seu cabelo é cacheado e raspado nas laterais.

—Carlos, esse é o Gavi. O primeiro jogador que eu entrevistei.

—Muito prazer. Posso tirar uma foto? —O cara aperta minha mão.

—Claro. —Posiciono do seu lado e ele tira uma selfie. —Preciso ir.

—Eu te acompanho até o elevador. —Milena fala vindo até mim. Assim que saímos do quarto ela vira para mim e fala: —Depois te devolvo seu moletom.

—Não precisa, ele ficou muito mais bonito em você. —Escuto o barulho da porta do elevador abrindo. —Até depois e abandone os saltos, não gravações ninguém vai ver mesmo. E aqui nós somos um time e agora você faz parte dele, independente do sapato que você usa. —Beijo sua bochecha e entro no elevador.

ME CONQUISTE | PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora