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Abro a porta e dou de cara com o Carlos.
-Perdeu a hora Milena? Tem pelo menos 15 minutos que estou parado aqui te esperando. O que você estava fazendo?
-Eu estava tomando banho. Não escutei você batendo.
-Como amanhã tem jogo, hoje é dia de concentração. Então, não terá treino nem nada do tipo. Então, quais são os planos?
-Vamos acompanhar a concentração. Depois faremos uma entrevista coletiva lá na arquibancada mesmo. -Falo indo até o banheiro e fazendo minha maquiagem.
Ao olhar no espelho vejo a bagunça que meu cabelo está. Eu mato o Pablito, eu lavei ontem e agora está esse desastre.
-Ok, vou pedir um café da manhã. -Carlos liga na recepção pedindo café da manhã para dois no quarto. -O que aconteceu com o seu cabelo?
-Esqueci de dormir sem a touca de cetim. -Respondo prendendo metade do meu cabelo com uma piranha de borboleta. Ficou melhor assim. Dou um sorriso ao lembrar o que eu tinha acabado de fazer com o gostoso, ops, com o Pablo.
-Você está sorrindo sozinha? -Carlos enfia a cabeça no banheiro me olhando pelo espelho.
-Estou. Lembrei de uma conversa que eu tive mais cedo.
-Com quem?
-Com a minha mãe.
-Pelo visto a conversa foi boa.
-Você não tem noção. -Respondo mordendo meu lábio para tentar segurar o sorrisinho, fecho a porta do banheiro e visto minha calça jogger com a blusa do Brasil.
Assim que saio, Carlos está pegando o carrinho de comida e colocando ao lado da mesa.
Depois de tomar meu café, calço meu nike e saímos juntos em direção a van que nos levará até o estádio.
-Milena e Carlos? -Um senhor baixinho e de cabelos brancos nos para.
-Sim?
-O ônibus do time estragou e eles irão com vocês até o estádio.
-Sem problemas. -Respondo caminhando em direção a van e subindo as escadas.
Ao entrar, após o Carlos, eu percebi que tinha sim um problema.
O único lugar vago, estava agora ocupado pelo Carlos. Ou seja, eu estava sem lugar para me sentar.
-Milena -Olho no fundão e vejo o Pedri me chamando. Caminho até lá e vejo que na janela está o Gavi, sorrindo de lado, para mim.
Eles estão do lado do banheiro, ou seja, só tem cadeira de um lado da van.
-Gavi que pediu para te chamar. -Ele me olha com uma cara de 'sim eu sei de tudo'.
-Você não fez isso, Pablo Gavi. -Falou baixo.
-Eu fiz, pode apostar. -Ele levanta o braço que separa os dois bancos e chega para o lado, deixando um espaço entre a janela e ele. -Senta aqui.
-Não me cabe aí. Eu vou ficar mais no seu colo do que no banco.
-Milena, eu acho que essa é a intenção dele. -Pedri fala coçando a cabeça e rindo.
-Eu te odeio, Pablo. Eu te odeio. -Falo pulando os dois e me sentando de lado com as costas no vidro e as pernas por cima da direita do Pablo.
Gavi fala alguma coisa para o Pedri que responde com um 'vai logo' e então vira para mim e cola nossos lábios.
-Bom dia, Lena. -Ele fala com meu rosto entre suas mãos.
-Bom dia, Gavi. -Ele solta meu rosto e entrelaça nossos dedos. E começa a conversar com o Pedri sobre algum assunto que eu não entendo, já que eles falam rápido de mais para o meu espanhol meia boca.
Pego meu kindle na minha quechua e começo uma nova leitura.
Quando chego no primeiro beijo do livro, o motorista avisa que chegamos e abre a porta lateral.
—Você lembra que caiu em cima de mim e ficou toda envergonhada? —Pablito fala.
—Sim, o que tem?
—Agora você está em cima de mim por vontade própria. —Dou um tapa no peito dele, tentando me levantar.
—Seu safado, eu pensei que você era tímido. Como eu 'tava enganada. Pelo amor de Deus. Pedri o que você fez com seu amigo?
—Eu não fiz nada, quem fez foi você.
—Que horror. —Eu falo fingindo um falso espanto. —Tchau para vocês.
—Nem um beijinho de despedida?
—Nós vamos nos ver em menos de cinco minutos então, não! —Falo virando as costas e saindo da van.