cinco

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Posso até ser meio tapada às vezes, mas eu notei que os amigos do Gavi estavam praticamente jogando ele para cima de mim

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Posso até ser meio tapada às vezes, mas eu notei que os amigos do Gavi estavam praticamente jogando ele para cima de mim.

Notei também que eles são praticamente uma família, sempre brincando, com piadas internas e tudo mais.

Coisas que eu notei durante o período que eu passei com eles nessa sala. Gavi é tímido e todos o consideram como um irmão mais novo que eles tem que ficar de olho e dar um empurrãozinho. Quanto mais eu olhava para esse menino mais eu achava ele bonito, era incrível.

—Então, vamos lá?

—Bora. —Ele levantou de uma vez do chão e veio andando em minha direção.

Assim que saímos do quarto e chegamos ao elevador aperto o último andar e olho para ele.

—Eu pareceria muito anti-profissional se eu tirasse meu salto aqui? —Ele está encostado na parede do elevador com os braços cruzados. O cabelo está tudo desordenado e combina muito com ele. Ele não me responde apenas agacha e pega no meu tornozelo murmurando um 'com licença'. Me surpreendendo, ele desabotoa meu salto.

—Por mim, você nem precisaria estar com ele. De salto, chinela, tênis isso não diminui o seu trabalho e profissionalismo. —Ele toca na minha panturrilha para eu levantar o pé. Assim que faço ele retira meu sapato colocando ele de lado. Depois repete o mesmo processo no pé esquerdo.

Assim que ele termina a porta se abre. Gavi pega meus dois saltos e sai do elevador segurando a porta para que eu possa passar.

—Obrigada. —Digo estendendo minha mão para pegar o salto.

—Relaxa, eu levo isso. —Ele diz desviando de mim.

Ele com certeza vai me ganhar se continuar assim.

—Você está fazendo isso para que eu torça para seu time? —Ele me olha de rabo de olho e com uma sobrancelha arqueada.

—Você quer que eu seja sincero? —Dou meu melhor olhar de 'obviamente'. —Nem estava lembrando dessa promessa. Só estou sendo eu. —Dá de ombros.

Pego o cartão no meu bolso para destrancar a porta, ela é daquelas chiques que abre com a aproximação de um cartão ao invés da velha chave.

Assim que entro vejo que o quarto está vazio.

—Um segundo. —Vou até a mesa que está perto da câmera já montada e vejo um post-it.

"Estou com piriri. Não me espere, a coisa tá feia
—Carlos"

Gemo de frustração, olhando para o jogador que está mexendo nos papéis que tem na cama.

—Quer saber da notícia boa ou da ruim primeiro?

—Ruim. —Gavi para o que estava fazendo e me encara.

—O câmera-men teve um imprevisto. Vamos ter que adiar a gravação.

—Você não disse que sabe mexer com esse treco. —Ele aponta para a câmera. Se sentando na beirada da cama

—Sim, eu sei, mas uma entrevista que gastaria 15 minutos comigo tendo que fazer tudo vai gastar, no mínimo, o dobro de tempo. —Falo caminhando até a cama e me jogando nela. —Me desculpa por isso.

—Nada de se lamentar. Vamos mostrar para o que você veio. Eu te ajudo se precisar. —Ele diz me puxando pela mão. Sinto os calos de sua mão fazer cócegas nas minhas.

—Ok. —Me dou por vencida e começo a configurar as coisas.

—Se você sabe fazer, por que você não queria fazer? —Ele me pergunta da poltrona que ele está sentado.

—Porque não fica excepcional e querendo ou não, isso afeta o trabalho de outra pessoa e não o meu.

—Bom, agora sim eu entendo seu ponto e concordo com você.

—É isso que eu acho dificil no futebol. —Ele fala me encarando, como se eu fosse a coisa mais interessante que ele já viu. —Ter que jogar sem saber se serei eu o causador de uma lesão em um jogador de outro time. Ainda mais aqui e agora.

—Por quê aqui seria diferente dos outros jogos?

—Porque aqui não é só mais um jogo. É um jogo que te classifica e forma a visão de uma pessoa em um time. O jogador aqui é motivo de orgulho não só para os pais, mas para um país inteiro. O seu desempenho na copa significa se você continua ou não no jogo. —Ele suspirou. — Isso daqui garante que você saia empregado ou desempregado.

—Entendi o que você quis dizer e querendo ou não os jogadores são cobrados como se fossem robôs, não podem errar, não podem perder, tudo na hora e no momento certo.

—Exatamente.

—Agora, mudando de assunto. Tudo pronto para começarmos.

—Então, vamos ao trabalho. —Puxo uma cadeira e coloco para gravar. Por trás das câmeras começo a fazer perguntas que serão cortadas, permanecendo apenas a resposta.

Aproveito o momento em que eles está contando uma história para fazer um coque em meu cabelo, aprendi a fazer sem precisar de nada, apenas enrolando-o.

⚽⚽⚽

O que estão achando? Estou ansiosa para saber a opinião de vocês

ME CONQUISTE | PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora