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Eu odeio amar futebol

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Eu odeio amar futebol.

Contraditório, mas é como eu me sinto sempre que eu vejo um jogo.

Eu amo a adrenalina e poder torcer.

Contudo, todavia, entretanto eu morro de dó de quem perde. Da vontade de colocar todos os jogadores no colo e consolar.

Mas como se consola um time que perdeu de 7x0, a dor, ela dói. E situações como essa machucam e desestabilizam um time.

Balanço minha cabeça para os dois lados. Nada de ficar pensando nisso, se não vou surtar e ainda está na primeira semana de jogo.

Depois de assistir e transmitir todos os jogos do dia 23, saio cabisbaixa da sala reservada a Globo. Normalmente, eu fico triste com a derrota porque me coloco no lugar do time, dos familiares e torcedores, mas essa situação do Costa Rica mexeu muito com o meu psicológico.

Ando em direção ao elevador e lembro da situação vergonhosa que eu passei há algumas horas. Antes que eu consiga meus pensamento voam em direção ao garoto da van.

Ele deve ter a minha idade, então deve estar aqui ou para assistir um jogo, ou é reserva de algum time. Eu nunca vi ele antes, mas sem sombra de dúvidas, parecia ter saído de um filme de romance da netflix. Eu tenho uma queda (livre) por homens falando em espanhol, desde os meus sete anos. Especificamente, por um homem chamado Jorge Blanco, o Leon de Violetta. Me lembro de pedir para a minha mãe me colocar na aula de música, porque eu tinha certeza absoluta que aquele homem um dia seria meu. Obviamente, não foi e nunca será.

E por este e outros motivos, homens que falam em espanhol me ganham independente da beleza.

Mas o carinha da van era diferente. Ele falava espanhol e era bonito. Um pecado eu não poder ter nada com ele.

Porque homens como ele não olham para mulheres como eu. Por isso nem me iludo, não mais.

Entro no elevador que dá para o estacionamento no subsolo, porque descobri que nossa van teve que mudar de estacionamento com uma outra. E antes que a porta se feche, escuto alguém gritar para esperar, coloco rapidamente minha mão entre as portas que voltam a se abrir.

Assim que coloco minha cabeça para ver se era comigo mesmo, vejo 5 caras correndo em minha direção ou melhor, na direção do elevador.

—Gracías, carino. —O menino da van, pisca para mim. O MENINO DA VAN!!!

—De nada.

—¿Cual es tu nombre? —Um deles pergunta. Ele é alto e bombado, acho que ele tem uns 30 anos para mais devido as marcas em seu rosto, seus olhos são azuis bem claros.

—Milena —Respondo olhando para cima, já que ele é bem mais alto que eu e meus um metro e meio. —Milena Alves

—Encantado de conocerte, soy Robert, Gavi, Pedri, Laporte y Morata. —Apresentou ele e os amigos, todos eles me deram um 'hola' coletivo. —Eres la chica caída, ¿verdad? (Você é a moça do tombo, certo?)

—Creo que sí. —Falo sem graça.

—Eres brasileña?

—Sí, por quê?

—Curiosidade. —Ele me responde e olha para os amigos com uma cara de 'eu avisei'.

Antes que eu possa perguntar o que aquele olhar significa as portas se abriram e começaram a sair começando outro assunto que eu não entendi, já que falavam rápido demais.

Sou a última a sair do elevador, Gavi estava com o braço em frente ao sensor que fazia com que as portas ficassem abertas.

—Obrigada. —Sorrio e caminho em direção a minha van, mas para no meio do caminho. —Ei, —Grito e espero o grupo me olhar. Estava a no máximo 5 passos deles. —Por acaso, vocês são jogadores de futebol?

—Sí. —Gavi responde.

—Hum, interessante.

ME CONQUISTE | PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora