Capítulo 65- Depois que as coisas se encaixam

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Descemos pro café da manhã e Jessica estava agitada. Falou com Yolanda, com a decoradora, com Ellen, com a mãe e com Chris.
-Amor, o que ele queria, Jess?
-Ele pediu pra almoçar com Luke e depois levá-lo ao shopping pra comprar o presente dele. Eu vou aproveitar e entregar o presente da minha sogra e o dele. Comprei o perfume, que ele gosta pra Luke dar a ele. Quero paz, Sara.
-Tá certo... E agora, vai me contar o que você e Carla fizeram?
-Eu conversei com sua mãe na terça e na quinta.
-Sério?
-Ela quer ficar do nosso lado, mas ela ainda se sente desconfortável, Sara. Falei com sua irmã, ainda a pouco e ela teve uma conversa com ela também, usando os mesmos argumentos, sobre nosso relacionamento. Ela tem vergonha de falar com a família...
-Tá vendo Jessica, isso me irrita na minha mãe...
-Não devia, ela está se esforçando, Sara. Além disso, tão cedo ela não vai ter que falar com ninguém, mas ela não sabe disso.
- O que você falou pra ela Jessica?
-Eu disse, que ela não devia se preocupar com nosso relacionamento, porque não tornaríamos isso público logo, então ela teria tempo de se adaptar... E quando conversei com Carla, pedi a ela que, se a sua mãe topasse vir pro Natal, que era pra ela avisar a você. Seria nosso código pra eu saber, que ela estava vindo... Se ela mandasse mensagem pra mim avisando, você ia desconfiar.
-E como você não sabe fazer surpresa, você acabou me contando, né Jess?
-Não, amor. Eu não queria criar expectativas... Eu sei fazer surpresa sim, só que eu fiquei receosa do seu encontro com a Luísa. Além disso, não gosto de mentir pra você, Sara. Queria que você ficasse feliz de tê-la aqui com sua irmã, que aliás, tem idéias ótimas!
-Que idéias, Jess?
-Então, ela sugeriu e, eu achei que podia ser útil, ter mais convidados pro nosso Natal...
-Ai, ai, ai, ai, ai...!  Quem vocês pensaram em chamar, meu Deus?
-Sua tia Gemma!
-Sério, Jess? Carla falou o que com ela?
-Bem, Carla me contou que sua tia vai passar o Natal em casa, sem os seus primos.
-Como assim, amor? Impossível! Eles sempre se juntam no Natal... Sozinha? Não posso acreditar!
-Não sei direito, Sara. O que eu sei é que um dos seus primos está morando em San Francisco...
-Isso eu sei, amor, mas o Luigi e o Giancarlo, moram aqui, Jess. E todos vem ficar com ela. Desenvolve, amor, que eu não estou entendendo aonde você quer chegar...
-Eu pedi a Carla, que perguntasse a ela, se a Tia Gemma gostaria de passar o Natal aqui conosco, já que ela é a melhor amiga de sua mãe!
-Jessica vem aqui, que a gente precisa conversar, por favor... Sara subiu as escadas num pé só...
Olhei pra Anne e disse:
-Acho que estou encrencada...
-Está não, D. Jessica. D. Sara é louca pela senhora. Ela faz este estardalhaço todo, mas depois fica de boa...
-Tomara...
Entrei no quarto e fechei a porta...
-Jessica, você e minha irmã passaram dos limites agora. Eu queria ter um Natal junto com você e Luke, tranquilo, sem stress, mas vocês idealizaram tudo e só estão me informando. É isso mesmo?
-Então, Sara, sua Tia Gemma vem aqui em casa com seu primo Luigi, na segunda, dia 22, pra jantar...
-PUTA QUE PARIU, JESSICA! QUER DIZER QUE TODO MUNDO VAI ACABAR SABENDO DA GENTE?
-Em primeiro lugar, ninguém vai ficar sabendo da gente e você não precisa gritar comigo. A minha intenção é aproximar você e sua mãe e me tornar parte dessa família. Só isso, mas acho que você não quer ...
-Amorrr... Desculpa...
-Em segundo lugar, você tem que parar com essa falta de coragem em assumir nosso relacionamento. Isso está me incomodando. Eu não estou expondo e nem tão pouco escondendo... Estou deixando a coisa fluir, conforme o necessário. Acho que esse é um momento especial.
-Jessica...
-Eu ainda não acabei, Sara... Eu pensei, que eu pudesse convidar as pessoas que eu quero pra vir na nossa casa... Na nossa,  não... na sua casa, porque eu não tenho liberdade... Até pra fazer uma surpresa, eu tenho que consultar você?
- Não, vida... Pára, Jessica, me perdoa... me perdoa, amor...
Falei abraçando Jessica e lhe dando um beijo...
-Olha pra mim... Me perdoa...Foi muita informação junta. Não é nada disso, você sabe, que essa casa é sua, você manda, desmanda, faz o que quer aqui. Eu não quero brigar com você. É que eu sou assim, inflamada, passional. Prometi que não ia ficar braba e eu não vou. Sei que você faz as coisas pra me agradar, sempre. Sei que você quer me aproximar da família, quer participar da minha vida em todos os pontos. Eu estou feliz com isso. Sei que não estou lutando sozinha... Eu te amo, Jessica.
Continuei segurando o rosto de Jessica e disse:
-Obrigada, por se preocupar tanto e tentar me ver feliz, me acertando com minha mãe...
-Dessa vez passa, mas não grita comigo, porque eu te amo demais e quero seu bem... Tá bom?
-Tá bom, me desculpa... me dá um beijo...

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