De madame à escrava

A Hipocrisia Nobre/ Baile pt.1

Ao entrarem na carruagem, o príncipe não pôde deixar de elogiá-la constantemente. Joanna seria, de fato, considerada a mulher mais bela do reino, se não fosse uma mera escrava sem quaisquer títulos ou poder.

Não era apenas o fato de ter nascido bela como em sua vida passada, mas a elegância, modo em como sabia usar e abusar das cores, penteados e maquiagem... tudo isso se diferia muito das mulheres daquele reino.

_ Joanna... tenho sorte de tê-la trazido para o meu palácio. _ O príncipe comentou.

_ Eu sou apenas uma escrava, Alteza, suas palavras me lisonjeiam!

_ Não seja tão formal comigo. Aliás, não estou acostumado a manter uma conversa tão equilibrada com uma escrava. Você, sem dúvidas, desperta meu interesse cada vez mais.

_ Mas... se casará com outra mulher. _ Joanna sorri em meio ao seu sarcasmo.

O príncipe olhou para ela confuso, mas suspirou ao vê-la com tamanha indignação.

_ Não é como se eu pudesse fazer algo para cancelar o noivado. Infelizmente não tenho tanto apoio político como deveria. Você deveria saber, minha Joanna, que é assim que o mundo funciona.

Claude aproximou sua mão do rosto da menina, que se afastou em urgência do príncipe levantando sua mão para pará-lo.

_ Eu só... _ Disse Claude assustado_ iria colocar a sua marcação.

Ao abrir sua mão, havia uma espécie de colar em forma de coleira, que ficaria preso ao pescoço de Joanna para simbolizar que ela era uma escrava.

_ Me desculpe. _ A garota disse, olhando para baixo envergonhada.

Joanna pega o colar e coloca em seu pescoço.

_ Ainda está muito irritada _ O príncipe deduziu_ ou... não me ama mais.

"Em algum momento eu te amei?" Ela pensava, mas engoliu esses pensamentos para si, respirou profundamente e então voltou a falar.

_ Me desculpe por deixar que minha indignação transparecesse, Alteza! Eu... farei o meu melhor para vê-lo feliz de agora em diante.

A carruagem real parou em frente ao salão onde aconteceria o baile. Não era um salão tão longe do palácio, já que seria fornecido pelo próprio rei de Vaster, por isso foi na capital.

Um salão grande e propício para festas e eventualidades dos nobres, onde apenas a alta nobreza pisara os pés no lugar: o Virta Salono.

Estava decorado com móveis, vasos e quadros dourados, uma arquitetura barroca e estilo clássico de eventualidades e festas. Havia uma enorme mesa que dispunha de drinks de alto nível; decorados em taças e feitos pelos cozinheiros reais com a ajuda de Joanna. Drinks estes jamais conhecidos por nenhum nobre, pelo fato de usarem misturas dos sucos das frutas, adoçadas com açúcar.