Lar, doce lar!

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Após aquela revelação chocante, as coisas ficaram mais interessantes naquele salão. Se a mulher misteriosa e extremamente atraente era a concubina do rei, isso queria dizer que era a famosa escrava desprezada por todos os nobres? Talvez não a veriam da mesma forma.


_ Bom, se me der licença... _ Joanna se virou e voltou para o centro, colocando novamente a sua máscara.


Todos olharam a audácia da garota que acabara de se mostrar muito mais que uma escrava deplorável.


Caminhando para a saída do salão, foi parada pelo barão Bethencourt, que a pegou pelo braço.


_ Então você é a famosa Lady Joanna? _ Ele perguntou, a olhando com curiosidade.


Joanna resolveu continuar seus planos.


_ Acertou. Sou uma escrava que os nobres tanto desprezam.


_ Perdoe-me pela grosseria, Lady! Em nenhum momento quis ofendê-la.


Joanna percebeu os olhares de Claude para ela e, inclusive, para o barão, que insistia em manter contato com a mulher. Se isso o incomodava, não era o melhor momento para enciumá-lo.


_ Eu estou indo embora. Se quiser me ver, encontre-me na minha carruagem. Ah, não deixe muito óbvio que fará isso.


_ É... eu irei!


Joanna saiu do baile de forma arrogante, dando a entender que havia encerrado qualquer assunto. Todos a acompanharam com os olhos, ainda vidrados em tudo que aquela mulher fazia.


Como prometido, Arthur a encontrou em sua carruagem. Joanna tirou sua máscara e sorriu para ele.


_ Você é ainda mais bonita do que eu imaginava, Lady Joanna! _ Arthur Elogiou com sinceridade, olhando para cada traço daquela mulher tão atraente.


_ Agradeço por ainda estar me elogiando, mesmo sabendo que sou uma... _ Ela desviou seu olhar, de forma dramática_ escrava.


_ Confesso que eu julguei a concubina real de acordo com os rumores, mas me impressiona saber que é uma mulher tão bela e... tão nobre quanto qualquer um.


Joanna pôs sua mão no braço do rapaz, subindo até o seu ombro. O garoto corou e se aproximou mais dela.


_ Achava que... _ Ela quebrou o silêncio_ você não gostava que escravos o tocassem.


_ Eu não me importo se for você! _ Arthur aproximou seu rosto para beijá-la, mas foi interrompido pela mão de Joanna.


_ Acho que se esqueceu que sou a concubina do rei.


_ Ele não precisa saber.

De madame à escravaOnde histórias criam vida. Descubra agora