Em um dia tão cinzento Joanna acordou em sua melhor forma. Vestindo um belo vermelho pelo corpo, andou pelo palácio em busca do seu chá. No entanto, em plena manhã o palácio estava um tremendo caos.
A concubina apenas sentou-se à mesa e observou o movimento dos guardas, cavaleiros, empregadas e serviçais do rei. Pra lá e pra cá, logo Claude foi informado que alguma coisa estava diferente.
O rei levantou às pressas da sua cama. Sem tempo de se arrumar como de costume, foi ter com sua amada concubina. Precisava verificar se ela estava bem, já que uma grande "revolta" acontecia.
Desceu as escadas tão rápido que tropeçou e caiu no chão, mas levantou na mesma velocidade até encontrar a garota, que bebia chá numa tranquilidade fora do normal.
A garota, observando o céu pela janela do palácio, comentou:
_ O dia amanheceu tão belo hoje!
Não era belo. Não na visão de Claude, que viu nuvens cinzentas por todo céu, chuva forte por todo lado, com direito a raios e relâmpagos, sem qualquer resquício da luz solar... não era um dia belo.
_ Joanna, você... não está sabendo do que está acontecendo no nosso reino?
A garota suspirou, colocando a xícara de chá na mesa.
_ Não quer apreciar enquanto pode?
_ Você tem ciência de que o caos se espalhou por Vaster? Há pessoas morrendo! _ O rei eleva sua voz diante da amada, perdendo total controle da situação.
Joanna se levanta, dá alguns passos em direção à Claude e diz, sorrindo:
_ Ei, você ainda não entendeu? Isso é uma revolução e eu estou dando um golpe de estado. Se vai continuar comigo, pegue uma espada e suje suas mãos de sangue, se não, seja morto por ela!
Aquele tom frio e ameaçador fez Claude recuar. Sabia que estava se envolvendo com uma mulher que jamais deveria se envolver, mas... quem controla os sentimentos quando eles dizem em alto e bom tom que a querem mais que tudo?
Um homem que ama é um homem tolo.
_ Me dê. _ Ele diz, destemido_ Me dê a espada e diga-me quem eu preciso matar por você!
Joanna ri, dando a ele uma espada.
_ Sabia que eu podia contar com você, meu querido!
[...]
Do outro lado de Vaster, lá estava o duque Gagneaux, com uma artilharia impecável. Em um reino onde só existiam espadas e arcos como ferramentas de combate, a criação de espingardas foi uma completa surpresa para o povo.
A utilização da pólvora foi uma obra inteiramente de Joanna, que mantinha cartas secretas com o duque. Tais cartas tinham como conteúdo os mais indestrutíveis armamentos de combate e estratégias para vencer uma guerra. Tudo isso havia sido programado meses atrás.
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De madame à escrava
FantastikQuando uma pessoa se encontra no topo hierárquico, mediante a tanto poder, quais são suas atitudes? Dentro de uma ideologia que prega a importância do ter em relação ao ser, algo mudará na vida desta jovem. Se antes liderava o capital, hoje não tem...