De madame à escrava

Viva a revolução!

Aquele reino estava manchado de sangue. Aquela tarde tão cinzenta e obscura havia toques avermelhados e amedrontadores por toda a capital. Os corpos que antes gritavam clamando por perdão, agora estão esparramados no chão sem vida, sem brilho no olhar e sem... a ganância nobre.

Diante de tais cenas horripilantes, os cidadãos, por sua vez, gritavam extasiados e felizes pelo que estaria por vir, a promessa de melhora: uma revolução.

_ Você me prometeu a coroa, Claude. _ Joanna disse, olhando para ele.

O rei assentiu, curvou sua cabeça e tirou a coroa de si, colocando-a na cabeça de Joanna.

_ E ela é sua, assim como tudo será seu! O que mais eu posso fazer por você?

Ao vê-lo de forma tão submissa, Joanna sorriu satisfeita. Havia ganhado um aliado de extrema importância no reino que não largaria por nada, afinal, não é todo dia que encontra alguém que esteja disposto a matar sua família por você... ou talvez alguns sentimentos a mais foram desabrochando.

_ Apenas observe.

Joanna se virou para a população, com a coroa em sua cabeça, e declarou para que todos pudessem ouvir:

_ A partir de agora eu sou a representante de Vaster! O poder está em minhas mãos, mas me certificarei de que todos se beneficiem dele.

De repente, um dos cidadãos pergunta:

_ Isso significa que se eu trabalhar mais que o meu irmão poderei me tornar um duque?

A pergunta em questão causou um certo alvoroço nas pessoas. Joanna se pronunciou para aquietarem.

_ De modo algum. Em nossa sociedade altamente organizada, vocês serão trabalhadores livres e socialmente conscientes, uma sociedade em que o trabalho para o bem do reino se tornará a principal exigência vital de todos, uma necessidade obviamente reconhecida, e a capacidade de cada pessoa será empregada para o maior benefício do povo. Lembrando, o estado deterá a economia e não os cidadãos de forma privada.

As pessoas começaram a entender o que era a tal revolução que Joanna tanto falou. Era, de fato, bem difícil de ser implantada em um sistema monárquico, mas nada que não fosse impossível. Mudar toda a estrutura e funcionamento de um reino daria muito trabalho, ainda mais pelo fato de toda a economia do reino ficar nas mãos de Joanna, mas ela estava disposta a fazê-lo e eliminar qualquer resquício de descriminação social.

Joanna prosseguiu:

_ Não haverão classes sociais que hierarquizam pessoas pelos seus status e fundos monetários. Todos nós seremos iguais, nem mesmo eu estarei superior a nenhum de vocês!

Todos vibraram entusiasmados organizando uma salva de palmas naquele lugar completamente ensanguentando e manchado, dizendo:

_ Viva a revolução!

_ Viva!