Capítulo Cinco

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Aemond acordou sentindo sua cabeça doer e seu estômago pesar, o ômega olhou para os lados confuso por estar em seu quarto, mas logo se lembrou do que havia acontecido, Criston perdeu o torneio e agora ele estava condenado a casar com Lucerys, o alfa que o mutilou quando ambos eram crianças, ele não podia aceitar aqui, não poderia se casar com quem o machucou sem pensar duas vezes.

O ômega soltou um gemido baixinho quando tentou levantar da cama, mas parou pela forte dor que sentia, ele levou sua mão direita até a nuca e sentiu o sangue seco no seu cabelo.

— Você bateu com a cabeça — Aemond levantou a cabeça assim que escutou a voz grossa e rouca, acabando por arregalar os olhos quando viu quem estava no quarto.

— O-o que está fazendo aqui? — gagueja se cobrindo com o lençol, assim que percebeu que seu tronco estava exposto.

— Fiquei preocupado — o alfa sorriu fraco levantando da cadeira e se aproximou alguns passos da cama. O Targaryen analisou ele cuidadosamente e parou seu olhar no olho do alfa, no lugar havia um tapa-olho. 

— Preocupado? — indaga com a voz carregada de frustração. — Você foi o causador disso!

— Eu? — ri baixinho cruzando os braços. — Apenas ganhei o torneio, por ventura ganhei sua mão também, como pode me culpar?

Aemond fechou as mãos em punho olhando para o sobrinho com raiva. — Não vou casar com você, Lucerys, não vou!

— Luke, gosto do jeito que me chamava — sorri andando até o criado mudo do outro lado da cama. — Você está cuidando dela? — indaga tocando na rosa sobre o olhar atento do tio.

— Você... — murmura lembrando do homem de capuz. — Era você?

— Demorou a me reconhecer — Lucerys riu baixinho olhando para o tio. — Você precisa descansar.

— Eu não preciso de nada — Aemond rosnou baixinho. — Vou falar com o meu pai agora mesmo e cancelar esse noivado!

Lucerys encarou o ômega por alguns segundos e soltou uma risada alta, antes de dar a volta na cama e se aproxima do tio. — Você não pode, querido... lorde Strong e o rei Viserys já oficializaram nosso compromisso para todas as casas, amanhã terá um banquete de comemoração. 

Aemond arregalou os olhos arfando baixinho com aquilo, seu pai não poderia ter feito aquilo, não poderia ter considerado que ele se casaria com seu sobrinho, ainda mais um que machucou.

— Saia... — sussurra tendo o olhar do alfa sobre si. — Saia do meu quarto, Lucerys.

— Como desejar, querido — sorri de lado se curvando. — Até o jantar.

Aemond observou Lucerys sair do quarto assobiando enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro. O ômega grunhiu afundando o rosto nas mãos e assim que escutou a porta abrir se preparou para gritar com Lucerys, mas parou assim que viu Aegon com o pequeno Gael no colo.

— Irmão... — Aegon sussurrou sorrindo fraco. 

— Você sabia? — pergunta baixinho. — Sabia que era nosso sobrinho?

Aegon assentiu e se sentou na cama ao lado do irmão, Gael rapidamente foi para o colo do tio se aconchegando no calor da pele dele.

— Desculpa, Rhaenyra e Jacaerys me proibiram de falar sobre — murmura baixinho. — Eu não sabia que ele era tão bom...

— Com certeza foi treinado pelo tio Daemon — sussurra fazendo carinho no cabelo ralo do bebê. — O que vai ser agora?

— Eu não sei, irmão... mas tenho certeza que ele não é um péssimo alfa.

— Como tem certeza? — pergunta olhando para o irmão. — Se ele foi treinado pelo tio Daemon, tenho certeza que passou tempo demais com ele — murmura. — Lembra do boato que escutamos sobre ele matar a própria esposa anos atrás?

— Lembro — assente.— Mas Lucerys é filho da Rhaenyra e do Harwin, eles são os alfas mais gentis e respeitosos que conheço. 

O ômega assentiu olhando para o irmão, ele lembrava como o mais velho era deplorável, sempre bebendo e se envolvendo com guardas do castelo, boatos voavam pela fortaleza como corvos, mas então ele casou com Jacaerys e sua vida mudou completamente, ele se tornou um ômega compreensível e da família, mas sua vida mudou mesmo quando engravidou, Aegon mudou completamente e Aemond gostava daquilo.

— Você vai ser feliz, irmão — Aegon sorriu. — Se Lucerys fizer algo contra você, eu mesmo arranco a cabeça dele. 

Aemond sorriu brincando com o Gael, pelo menos teria os irmãos ao seu lado o protegendo, mesmo quando ele não precisava daquilo.

===

Aemond não compareceu no jantar, ele não fez nem questão de dar uma desculpa plausível, apenas disse para criada avisar sua mãe que estava enojado demais para olhar pra cara de Lucerys. O ômega foi atendido pelo miestre que deu alguns pontos na sua cabeça, assim que ele foi liberado, saiu do quarto escondido e seguiu para seu destino, ele sabia que sua mãe surtaria ao amanhecer, mas precisava vê o amigo. 

Olhando para os lados para não ser visto, Aemond entrou no quarto do Cole e o encontrou deitado na cama, deu tronco estava exposto mostrando o curativo que ele tinha no ombro machucado, enquanto seu rosto carregava uma careta de dor.

— Não sou seu alfa, não pode mais entrar aqui — sussurra assim que sentiu o cheiro do mais novo.

— Acha que me importo com isso? — pergunta dando alguns passos e se senta no espaço livre na cama. 

— Eu sei que não — ri baixinho abrindo os olhos e encara o ômega. — Fiquei sabendo que desmaiou, como está?

Aemond suspirou se deitando na cama, fazendo com que seu braço e o do alfa tocasse. — Com medo — confessa baixinho, Criston e Viserys era as duas pessoas que sabiam os verdadeiros sentimentos do omega. — Lucerys arrancou meu olho quando era apenas um garotinho, o que ele pode fazer agora que já é um homem?

— Nada — Criston murmurou. — Você é filho do rei, um ômega Targaryen, sabe o quanto vocês são preciosos para o reino? Se algo acontecer com você, não importa se ele seja alfa e filho da Rhaenyra, a punição dele seria a morte e eu mesmo cuidaria dele.

— Isso só se aplica na teoria, Criston — sorri fraco. — Entre quatro paredes ele pode fazer o que quiser comigo, nem o rei pode interferir.

— Você não é inofensivo — grunhiu irritado pela forma que o mais novo estava se menosprezando. — Você é melhor do que todos da guarda real, sabe muito bem usar uma espada e uma faca, sei que não vai apanhar sem fazer nada.

Aemond sorriu fraco pela forte confiança que o mais velho tinha em si. — Porque ele te machucou desse jeito.

— Não sei muito bem, foi algo repentino — murmura. — Só escutei ele rosnando algo como "o cheiro dele está em você".

— O cheiro dele... — sussurra para si. — Ele deve está maluco — Aemond fez careta fechando os olhos.

— Você não pode dormir aqui...

— Uma última vez, por favor — pede baixinho. 

Criston apenas suspirou e ajeitou o cobertor sobre si e o ômega, ele sabia muito bem sobre o que Lucerys se referiu no torneio, mas mesmo estando com o braço lascado, ele não se afastaria do amigo, sua obrigação e dever era proteger o ômega.

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Interação!

Tchau e até o próximo

Feroz Como Um Ômega • LUCEMOND Onde histórias criam vida. Descubra agora