04. As estrelas da juventude

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"É difícil dizer o que essa fruta da juventude faz. No início, achei que daria para controlar e ser uma espécie de poder que permite a vida eterna, mas eu estava enganado. Testei no capitão de um bando pirata que invadiu a vila, eram vis e sujos, mas quando viram seu líder nos primórdios da sua vida, eles fugiram, me acusando de bruxaria. Cuidei do bebê como se fosse meu filho, viajamos juntos para satisfazer meu desejo em completar minha pesquisa sobre as frutas do diabo. Ele cresceu e se tornou curioso, longe do que era na sua vida de pirata. Decidi parar em uma ilha inverno, conhecida pelos seus cientistas e inventores. Lá, compilei todo meu conhecimento obtido em um livro e o publiquei para quem quisesse ler. Em uma caminhada, fui pego por uma nevasca e me protegi em uma caverna, que por incrível que pareça não estava escura. Bem ali no fundo uma fonte densa de luz me atraia, sentia que conhecia aquela sensação. Levei a misteriosa luz para a casa e mostrei para meu filho, mas quando ele a tocou, não pude acreditar no que aconteceu."

Benn estava impressionado com o pequeno navio raposa, realizou uma viagem que duraria um mês em apenas uma semana e meia. Era veloz e não era difícil de manusear, tanto que ele sozinho já conseguia fazer isso. O sistema de navegação facilitava o deslocamento para qualquer ilha que precisassem ir e a Ivory Corp. não deixou que nada faltasse nos suprimentos.

- O que achou do Rainbow Fox, Benn? - Mia perguntava enquanto observava Momo brincar de pega-pega com o pequeno Shanks. - É tudo de bom, fala aí! Ele ainda tem a versão submarino para passarmos despercebidos. Eles não mediram esforços para construir essa belezura aqui. - Ela batucava na cerca de madeira orgulhosa do trabalho bem feito.

- É uma boa notícia saber que ainda pode contar com eles, Mia. Olha, aquilo é...

Os dois olham para o pequeno ponto luminoso flutuando no mar e se entreolham, abrindo um sorriso.

Se aproximaram com cuidado até o pequeno brilho ficar mais próximo. Mia esticou o braço e sentiu um calor de leve na palma de sua mão, que segurava uma orbe de luz bem pequena.

- As anotações do tal pesquisador dizia que era bem intensa a luz, não? - O imediato olhava sem se incomodar com o brilho. Tocou com o dedo indicador e sentiu o mesmo calor gentil. Na sua calça, o bebê Shanks segurava querendo participar da descoberta. - Vem cá, acho que isso é seu. - Benn segura Shanks no colo o aproximando do brilho misterioso.

O bebê fica tão feliz com o encontrado que diz algumas palavras de bebê, sorrindo alegremente.

- Bah, bah, dahahahaha!

A luizinha era atraída por Shanks até penetrar no corpo rechonchudo e sumir. O pequeno olhou sem entender o que aconteceu. Os dois adultos também. Mia se aproxima estudando o pingente no pescoço do bebê, que brinca com uma mecha de cabelo preto. Era difícil de notar, mas o pingente estava um pouco mais cheio.

- Parece que ainda tem mais para coletarmos, Benn. Não foi o suficiente para trazer nosso capitão de volta totalmente.

- Por isso estava tão fraca a luz. O que aconteceu com o filho do tal pesquisador? - O imediato balançava Shanks para ele dormir.

- Aconteceu o mesmo que aqui, a luz foi atraída pelo filho, que cresceu e teve suas memórias de volta. - Mia olha para o alto, hipnotizada pelo movimento ondular da bandeira do mastro principal. - O filho voltou a ser o pirata violento, que atacou o pesquisador sem pensar duas vezes. Mas Findulas estava mais preparado e atirou no coração do pirata, que faleceu ali mesmo. Findulas, apesar de saber que não era seu filho de verdade, não aguentou permanecer naquela ilha, sofreu muito até achar um outro objetivo.

- Criar esses pingentes que aprisionam a fruta...

Mia acenou com a cabeça positivamente. Momo pousou em seu ombro, esfregando a bochecha na dela porque sentia que a inventora estava triste.

- Não demorou até ele conseguir concluir alguns protótipos. Ele estava determinado a concluir seu projeto, então qualquer meio era válido. - Um vento forte e frio fez Shanks se remexer, mas sem acordar. Benn o enrolou melhor na coberta, sentindo que estava um pouco mais pesado do que antes. - Conseguiu uma fruta do diabo e obrigou alguém a come-la, prendeu os poderes e matou o usuário a sangue frio.

- O quinto pingente... A fruta da escuridão... Não me diga que depois de prender o poder da própria fruta, ele se matou?

Mia afirmou silenciosa. As informações que conseguiu do diário de Findulas estavam frescas em sua mente, até a pequena carta de despedida. Afastou os pensamentos pessimistas e voltou para os dados da fruta da juventude.

- Temos bastante trabalho para fazer. Até recuperamos essas estrelas brilhantes, não teremos nosso capitão de volta.

- Mas como soube que estaria aqui no West Blue?

- Porque a estrela vai para o lugar mais próximo do nascimento. Por coincidência, o filho adotivo de Findulas nascera naquela ilha inverno. Na verdade, foi um chute, podia estar em qualquer lugar do mundo. - Riu forçada.

- E viajaremos por aí procurando essas estrelas? Talvez devêssemos usar todos os homens disponíveis para isso.

- Talvez, talvez. Vamos voltar para a base e planejar. Eu vou pensar em algo. Uaaaaaaah! - A inventora se espreguiça sonolenta. - Eu vou dormir um pouco, quer que eu leve ele?

O imediato concorda e entrega o bebê enrolado na coberta amarela para Mia, que segura já com um pouco mais de confiança.

- Vai lá, eu fico de guarda. Bom descanso. - Benn, sozinho na guarda, observa os pontos brilhantes no céu negro. - Estrelas, hein? Aguente firme, capitão.

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Em diversas ilhas ao redor do mundo, foram descobertos diversos brilhos que surgiram do nada. Alguns não davam importância, outros achavam que se tratava de um tesouro.

Em uma certa ilha, dentro do castelo.

- Ei, seu velho maldito, me ouça! Eu não estou doida, não, tá! Sei o que vi! Era muito brilhante! Você não vai fazer nada? - Uma mulher de cabelos rosas que flutuava gritava na orelha de um certo espadachim.

- Pare de gritar. E não é problema meu. - O homem pálido entornou sua taça de vinho e levantou-se para sair dali, ignorando a mulher.

- Droooooga! Por que eu tenho que ficar nessa ilha com esses dois idiotas?! Hunf! Eu não ligo pra vocês! - Fez uma careta mostrando a língua. - Se for um tesouro, não vou dividir com nenhum de vocês, beleza?

Sentado em um sofá mais afastado, o homem de cabelos esverdeados dá de ombros, bebendo o saquê de sua garrafa. Tocou em sua tatuagem de espada e adaga e a sentiu morna. Estava com uma sensação de que algo bom aconteceria em breve. E ele não estava totalmente errado.

Akagami no Baby?! (One Piece x OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora