12. Reencontro indesejado

70 12 0
                                    

O mar estava calmo, mas isso não refletia nos passageiros do navio do Governo Mundial que atravessava o East Blue. Na prisão do navio, os escravos se organizavam, os mais fortes na frente e atrás, protegendo as mulheres, crianças e idosos no meio. Os oficiais faziam seus afazeres noturnos, mas muitos descansavam, não imaginando que algo ruim poderia acontecer. O ataque foi como um relâmpago, em um momento tudo estava tranquilo e no outro mais de 20 pessoas se mobilizavam para disponibilizar o bote e fugir do inferno que os aguardavam. Mia e mais 10 prisioneiros lutavam para garantir que aqueles que não podiam lutar estivessem todos dentro da pequena embarcação. O menino tritão, enquanto segurava Shanks adormecido nos braços, puxou o sobretudo de Mia. 

- Moça, agora só faltam os guerreiros! Vem, você precisa vir também! - Estavam claros os sinais de medo da criança, mas os olhos não enganavam, eram corajosos e determinados, os que Mia adorava. A inventora se agachou e pegou o menino no colo colocando ele dentro do bote.

- Promete que cuida dele para mim? - Mia deposita um beijo de leve na testa de Shanks. O menino tritão estava aflito, imaginava o que a mulher iria fazer, mas não sabia o que fazer para impedi-la. Mia sorri e retorna para onde os guerreiros estão. - Feridos, entrem no bote. Pessoal, vocês precisam ir agora! - Ela segura o homem-peixe mais forte dali pelo braço. - Vá o mais depressa possível, entendeu? Não diminua o ritmo até chegar em Fuusha e use o esconderijo que eu descrevi. - O tritão lula estava relutante, mas aquele era um pedido que não podia ser negado, afinal de contas, todos os prisioneiros concordaram que iriam obedecer todas as ordens de Mia para que o plano desse certo.

Os fios nos braços de Mia estavam cada vez mais agitados. O guerreiro respirou fundo e gritou para os outros.

- E agora ou nunca! Venham!

Os outros concordaram com um grito enérgico e o bote foi lançado ao mar, os homens-peixe também pularam e num piscar de olhos, sumiram na escuridão da noite. O Dragão Celestial gritava, deixando aparente suas veias pulsantes na testa e pescoço.

- Mais que merda está acontecendo? Aqueles eram os escravos? Seus idiotas, atrás deles, o que estão esperando?

Suas broncas foram interrompidas pelo mastro principal, que caía lentamente sobre os outros lançando lascas enormes de madeira. 

Do fogo que se iniciou pelo contato das lamparinas com os tecidos das velas, a silhueta de um homem surge, sua risada ecoando pelo mar.

- Verne, não acredito que está tendo problemas com escravos. E o nosso acordo?

O nobre engoliu seco, mudando imediatamente seu tom de voz, apertava as mãos deixando os nós dos dedos brancos, evitava demonstrar que estava apavorado, mas sua gagueira incontrolável o denunciou.

- A-ainda está de p-pé, v-v-você sabe que sempre c-c-cu-cumpro minhas promessas. - Verne agora parecia trinta anos mais velho, seu cabelo estava desarrumado e sua mulher tremia atrás dele, roendo as unhas.

O mastro principal ruiu e caía em chamas sobre o recém chegado, que deu de ombros para as palavras vazias de Verne e num simples movimento partiu em mil pedaços a madeira maciça, espalhando ainda mais o fogo.

- Pelo menos você fez o favor de deixar a mais valiosa.

Mia sorri e segura mais firme suas adagas.

- Não diga isso, Doffy, eu fiquei porque quis. - Tinha que ficar para trás porque a chance dos escravos serem perseguidos por Donquixote Doflamingo era grande demais. Com ela ali pelo menos ganharia um pouco de tempo.

As chamas refletiam um brilho bizarro nas lentes dos óculos do homem. Sem desmanchar o largo sorriso, ele umedece seus lábios com a língua.

- Quer voltar para Dressrosa, Mia? O seu quarto ainda está lá.

Akagami no Baby?! (One Piece x OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora