Akagami no Baby?! (One Piece x OC)

SP.01 - Circo Paradise

Com certeza Mia não poderia agradecer mais pela fase independente do jovem Shanks. O menino de sete anos alegava que já estava muito velho para dormir com os adultos e já tinha idade o suficiente para ter o próprio quarto. Isso não seria problema, apesar de pequeno, as acomodações do Rainbow Fox eram espaçosas e suficientes para uma equipe de até cinco pessoas. Benn também tinha seu próprio quarto e os adultos combinaram que, pela sua sanidade mental, iriam ancorar para poderem descansar durante as noites que viriam.

Sendo gentil com o próprio corpo, Mia se permitiu dormir um pouco a mais, já que agora não precisava se preocupar em acordar o bebê ao se mover ou ficar a noite toda com um pé de criança na cara. Parecia o paraíso ali, seu corpo cansado aproveitava as horas extras. Seria perfeito, exceto por um pequeno detalhe. Sentia uma mãozinha cutucar e puxar sua bochecha. No começo, achou que era um sonho, mas só por via das dúvidas, decidiu abrir um dos olhos. Demorou para focar, mas quando conseguiu, soltou um grito esganiçado.

- Gyaaaaaaaaah!

O susto foi tão grande, que Mia se embolou na própria coberta e não percebeu que estava na outra beirada da cama, fazendo um baque surdo ao cair com tudo no chão. Benn, que estava ali observando, encolheu os ombros, tentando acalmar o menino que morria de dar risada.

- Vamos, você sabe que ela não gosta de ser acordada no susto, capitão. - Shanks parou de rir imediatamente, prestando total atenção no homem mais velho. - Peça desculpas e pergunte se ela está bem.

O jovem Shanks, sabendo que fez algo que não devia, esfregava as mãozinhas na sua roupa, seu rosto rosado e fofo demonstrava arrependimento, criou coragem e se aproximou do monte formado por Mia e seus cobertores e travesseiros.

- Mia... me desculpa... - Seus olhinhos pretos lacrimejaram, achando que a inventora nunca mais iria falar com ele na vida. - Você tá bem?

Benn acariciou o topo da cabeça do menino, incentivando o bom comportamento. 

O monte de cobertores se agitou e Mia colocou a cabeça para fora, parecendo uma lagarta rechonchuda com um rosto humano. Sua carranca não era das melhores e isso assustou o pequeno Shanks, que deu um passinho para trás. A inventora, deixando o mal humor de lado ao  notar o menino e processar tudo que estava acontecendo, voltou para dentro do casulo.

- Mia? - Shanks já não chorava mais. Agora estava curioso e se atreveu a dar um passo à frente. Benn observava tudo, de braços cruzados, escorado em uma parede. - Mia, você tá de mal comigo?

O casulo se movimentou de repente e lá de dentro Mia falou com uma voz disfarçada.

- Eu não sou essa tal de Mia! - O menino, confuso, pendeu a cabeça para o lado. O casulo de cobertor começa a aumentar seu tamanho, ficando bem maior que Shanks. - Eu sou o fantasma do soninho e vou pegar vocêeeeeeee!! Muahahahahahaha! - O garoto logo entendeu a brincadeira e se pôs a correr, tentando se esconder atrás das pernas de Benn.

- Me protege, Benn, o fantasma vai me pegar! - Benn se afastou da parede para ter mais equilíbrio e não conseguiu segurar o sorriso vendo toda aquela cena. 

Shanks agora ria alegremente e Mia balançava loucamente os braços, até que começou a correr em direção aos dois. Os dois primeiros passos foram tranquilos, mas no terceiro, Mia pisou no cobertor e tropeçou, batendo a testa bem em um armário que havia ali perto. 

- Pronto. - Benn disse tranquilo enquanto Mia soltava uns ais e uis por causa da ardência do antisséptico. - Sangrou um pouco e vai ficar um galo. Por que não usou o Haki?

- Eu tinha acabado de acordar. Se você me perguntasse qual a fórmula de Bhaskara, eu não conseguiria responder.

- O que? - Benn indagou, fazendo uma careta.