15. A resolução de Shanks

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As asas flamejantes rasgavam o céu azul. Lá de baixo, Kevin estava sentado sob a sombra de uma frondosa árvore, apenas ouvindo as gargalhadas e exclamações de animação do pequeno Shanks, que voava pela ilha Sphinx nas costas de Marco. O pirata até se atreveu fazer algumas manobras, deixando o médico lá embaixo um tanto estressado.

Mas algo chamou a atenção de Shanks, que pedia para ir em uma direção específica da ilha. Marco atendeu, lembrando-se o que tinha naqueles lados. Em uma rocha isolada e plana que ainda fazia parte de Sphinx, lá estava os dois túmulos que ele sempre fazia questão, a cada mês, de limpar e renovar as flores. Dando algumas voltas para fazer um pouso tranquilo, Marco não havia percebido de primeira um curioso brilho que estava logo atrás do enorme túmulo de Newgate Edward, o Barba Branca.

Antes de tocar o chão, transformou-se em humano e carregou o menino Shanks nos braços e depois o colocou no chão.

Achava, no mínimo, curiosa essa situação de divertir alguém que vivia chamando ele para entrar no bando do Ruivo. Antes de ir atrás de seu objeto de desejo, Shanks observou com atenção as enormes e lustrosa pedras, não compreendia direito o que era, mas sabia que era algo muito importante. Agarrou involuntariamente na perna de Marco, não sentia medo, mas seu peito apertava em algum tipo de angústia.

- Tio Marco, essas pessoas estão mortas?

Marco agachou-se e encarou o menino com uma expressão gentil. Ainda doía muito e não podia considerar que já havia superado o luto, mas se não fosse pelo ruivo que estava ali na frente dele, talvez Marco estaria muito pior. O médico abriu um largo sorriso.

- Sim. Elas eram muito importantes para mim, para a Mia e para o tio Kevin. Agora estão descansando em paz.

Os olhos pretos e brilhantes de Shanks voltaram-se para os monumentos.

- Você sente saudade deles?

Um bolo se formou na garganta de Marco, com dificuldade, afastou as imagens horríveis daquela guerra que passavam rápido, mas devagar o suficiente para ele reconhecer. E logo depois o bando do Barba Branca foi separado pelo ataque impiedoso de Barba Negra. Muitas coisas aconteceram, mas um brilho surgiu, como uma saída no final do túnel. No pequeno que estava ali, ao seu lado, e a Pior Geração. Sim, nem tudo estava perdido.

- Sim, sinto bastante saudade, afinal de contas éramos uma família. - Marco se levantou, colocando a mão na cabeça do menino. - Por isso cuide bem da sua família, entendeu?

Shanks, apesar de não entender totalmente a profundidade daquelas palavras, disse com tanta convicção que fez Marco entender como o ruivo se tornou um dos piratas mais respeitáveis de todos os mares.

- Eu vou ficar bem forte e proteger a Mia e o Benn! E você também, tio Marco! - O menino olha para o túmulo do falecido imperador e anda para trás da pedra, convicto de que para ficar forte precisava crescer mais. Atraído um pelo outro, a estrela se aproxima de Shanks, que sente um frio na barriga e uma animação tomar seu ser.

E foi por isso que Shanks apareceu na casa como um garoto de onze anos. Sorridente, o jovem pirata coçava o nariz cheio de confiança, rindo internamente das caras assustadas de seus guardiões. Mia foi a primeira a reagir, correndo para ele pronta para abraça-lo.

- Shanks, olha como você está crescido! E está tão lindo! - Mia mostrava seus dentes perolados, envolvendo o rosto jovem com as palmas das mãos. - Parece que você encontrou uma estrela das grandes.

Shanks sentiu suas bochechas arderem com aquele contato repentino, a pele gelada de Mia fazia um arrepio percorrer seu corpo, mas como era muito educado, apenas virou o rosto fazendo beicinho.

Akagami no Baby?! (One Piece x OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora