Universidade

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02 de março de 1990

É manhã e o sol está nascendo. Os primeiros raios de sol atravessam a janela de uma luxuosa casa localizada no centro da cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul.
Uma jovem de cabelos loiros, olhos castanhos, e baixa estatura, de toalha enrolada no corpo, se arruma para sair no banheiro da casa. Escovava os dentes e hidratava o rosto no espelho.
Sai do banheiro e vai para o quarto, abre o guarda roupas e separa uma roupa para vestir naquele dia: uma calça jeans preta colada ao corpo, uma blusa também justa com decote em V com estampas de losângos laranja e branco, e um sapato social preto aberto nas laterais. Penteia seu cabelo e faz um alto rabo de cavalo. Coloca um colar prateado delicado com um pingente de nossa senhora aparecida que sempre usava, junto com um brinco de pérolas. E para complementar o visual, uma pulseira prateada e seu smartwatch.
Vai até a sala um pouco apressada e recolhe um edredom de oncinha que estava jogado parte no sofá, parte no chão, pois tinha dormido ali a noite enquanto assistia à um filme. Dobrou e colocou nos pés do sofá-cama. Pega um livro que estava ali também e leva até a cadeira da mesa de jantar do outro lado da sala onde estava sua bolsa. Organiza a mesma, e seu telefone toca, ela atende muito apressada:
—Oi querida, como está? Já está se arrumando para sair para seu primeiro dia?
—Oi mãe, oi pai, estou bem. Sim, já estou me arrumando, vou sair daqui a pouco, quero chegar cedo para pegar um bom lugar e conhecer o prédio.
—Ah sim, nós só ligamos para desejar boa sorte nesse seu primeiro dia, e dizer que estamos muito orgulhosos da nossa filhinha ter passado na melhor universidade pública do Mato Grosso! Estamos muito felizes.
—Obrigada mãe, obrigada pai, isso significa muito para mim, ter o apoio de vocês.
—Sempre iremos te apoiar minha filha!
A garota sorri e logo se dá conta do horário: —Bom, agora eu preciso ir, à noite eu ligo para vocês para contar como foi...
—Tá certo, vai com Deus minha filha... E não vá sair sem tomar pelo menos um café hein? Sei que você não gosta, mas é importante ter a primeira refeição do dia.
—Tá bom mamãe. — fala revirando os olhos e sorrindo
—Tchauzinho nossa futura advogada!
Desliga a chamada, pega seu celular e vai até a cozinha onde pega um copo pequeno, coloca um pouco de café da garrafa que estava em cima da pequena mesa que tinha ali na cozinha, já que a mesa principal ficava na sala. Toma seu café enquanto sacudia o copo devagar e olhava suas mensagens, e-mails e notícias no celular.
Terminado, coloca o copo na pia que já tinha um pratinho pequeno e um garfo da louça de ontem, pega sua bolsa, e sai.
Enquanto trancava a porta cumprimentava seus vizinhos ao lado de sua casa que acabavam de chegar:
—Bom dia Soraya, tudo bem?
—Opa, bom dia Sr. Roberto, eu vou bem e o senhor?
—Muito bem. —O homem que abria sua porta entra em sua casa, e Soraya guarda suas chaves e sai em direção ao ponto de ônibus com um fone de ouvido on-ear dourado.
Pouco mais de 20 minutos, ela chega ao campus da universidade: um prédio não muito alto, mas bem extenso, pintado de branco, e no centro era um pouco mais alto com umas janelas de vidro e a logo da universidade. Ao redor tinha algumas palmeiras e ao longe cercas de tela alambrada.
A garota entrou observando tudo ao redor procurando conhecer o lugar que iria passar a frequentar todos os dias dos próximos 5 anos.
Por dentro, era muito mais extenso do que aparentava ser por fora, e tinha cores em cinza e laranja. Passou por um corredor muito extenso que virou em outro e entrou na primeira sala, escolheu um lugar na terceira cadeira da fileira do meio. Enquanto não começava a aula, retirou um livro da bolsa e voltou a ler de onde estava marcado com um marcador de livro, enquanto iam chegando outros alunos e enchendo a sala que se encontrava vazia antes.
Entrou uma mulher de altura média, cabelos negros na altura do ombro, vestindo uma calça social preta, uma camisa social rosa bebê de botões e um sapato social preto fechado. A mulher entrou segurando uma pasta embaixo do braço na altura da barriga, e uma garrafa de água na cor azul na outra mão, e foi em direção à mesa que era destinada ao professor. Todos percebendo a chegada da provável professora, pararam o que estavam fazendo, abriram o caderno na primeira folha e olharam para ela prestando atenção ao que ela ia falar.
A mulher depois de ter organizado suas coisas na mesa, olhou para a turma em uma visão geral e começou a falar um pouco nervosa caminhando até o centro da frente da sala:
—Bom, eu estou um pouco nervosa, é meu primeiro dia dando aula, e estou muito honrada em ser a professora de vocês. Eu me chamo Simone Tebet, vou lecionar a disciplina de Direito administrativo para vocês e espero ser uma boa professora e que sejamos amigos também, podem contar comigo para o que precisarem, e eu espero que eu possa contar com vocês também. —sorri olhando para a classe que continua com a mesma reação prestando atenção, com exceção de algumas pessoas que sorriram de volta, entre elas Soraya, então ela continuou: —Bom, eu pensei em começarmos com uma atividade de dinâmica, só para nos conhecermos e ficarmos mais tranquilos, sei que é o primeiro dia de vocês na faculdade, ensino superior, a grande maioria veio direto da escola, e eu estive no lugar de vocês não faz muito tempo e entendo como é um pouco assustador estarem aqui em um ambiente totalmente novo, com uma sala cheia de gente completamente desconhecida que vocês vão ver todos os dias daqui para frente. Então para tranquilizar a todos, vamos nos apresentar, não precisa vir aqui na frente, só levante de sua cadeira mesmo... Cada um pode começar falando seu nome, sua idade, e o porque escolheu o curso de direito, tudo bem? Bom, eu já me apresentei, então agora, podemos começar por aqui. —aponta para o lado direito da sala indo até a primeira cadeira. A moça da primeira cadeira se levanta e começa a apresentação:
—Olá, bom dia, eu sou a Renata, tenho 19 anos, e escolhi o curso de direito porque meus pais são advogados, então eu cresci nesse meio ouvindo sobre tudo isso, mas diferente deles eu quero ser juíza.
—Muito bom Renata

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