Capítulo 22 - Iluminação & Paixão.

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N/A: Helo, vadias do meu coração. Se os últimos recados não fizeram sentindo, é pq esse é o único q eu realmente me preocupei em apagar e escrever novamente. Enfim. Espero que gostem.

 Espero que gostem

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Rodrigo Andrelino

Nunca acordei tão feliz desde que tinha nascido. Uma oportunidade de estágio era semelhante a notícia da Taylor Swift no Brasil, uma coisa além de tudo. Me aprontei com calma, deu até tempo de eu fazer um skin-care com os produtos vagabundo que eu vivia comprando na Shopee. Passei uma camada tão fina de base e a selei com pó que nem devia ser considerado maquiagem. Vesti uma roupa confortável e que não me fizessem derreter a plenos 35° de temperatura.

Segui o caminho pelo beco do Cachimbo e passei pela linha do trem, pulando sobre as valas entupidas de lixo. Só então notei que a ONG Mais Vida ficava atrás da escola If, Mariele Franco Aurélio, uma das mais disputadas da região do Kariri. Era um ponto grande, semelhante aos galpões alugados pra igrejas evangélicas das proximidades.

O portão preto duplo tava aberto e tinha uma mulher de calça jeans e uma blusa que parecia ser a farda da ONG. Ela tava lavando a calçada, esfregando o chão com uma vassoura em frangalhos. Pedi licença e limpei os pés antes de sujar a calçada de cerâmica branca com a areia.

Logo na entrada tinha um balcão de mármore branco e com muitos desenhos e frases, que eu acreditava ter sido feito pelas crianças da ONG. Uma mulher de cabelos cacheados e curtos e pele preta mexia no celular, mas parou assim que notou minha presença. Ajeitando sua postura, ela sorriu pra mim.

Me aproximei do balcão.

ㅡ Bom dia. Eu sou aluno da Raimunda, ela está?

ㅡ Opa. Bom dia. Pode entrar, ela já deixou avisado que você viria.

Assenti com a cabeça.

ㅡ Ah. Sim. Obrigado.

Ela me apontou o corredor, a cada passo que eu dava novas salas eram reveladas. Não tinham portas, mas devia ser proposital, dado o número de crianças em cada sala e os poucos voluntários que estavam ali. Cheguei à última da esquerda, me deparando com uma sala de cinema improvisada com o datashow ligado e a imagem de um PowerPoint sendo exposta na lousa branca, mas manchada. 

Muitas crianças entre seus 13 e 17 anos estavam sentados no chão mesmo, de pernas cruzadas e concentrados demais ㅡ nem sequer pareciam ser crianças. 

ㅡ Como todos devem saber, a arte é a única escapatória pra pessoas como nós. Não caiam nesse papo da meritocracia! São pensamentos idiotas como esses que deixam a gente pra trás. Alguma pergunta?

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