Capítulo 25 - Soldadinho do Araripe.

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Pedro Ícaro

21.12.2023

ㅡ Deita aqui, princesa. ㅡ bati na cama, do lado da minha coxa. ㅡ Precisa ir agora não, pô.

ㅡ Não acha estranho?

Bufei, revirando os olhos.

ㅡ Não.

ㅡ Tá... ㅡ ele tava tão arisco.

Meu pequeno tava tão... Gasto, eu tinha feito dele gato e sapato em algumas ocasiões e... Porra, como eu me amaldiçoo por isso. Se eu pudesse ser menos ignorante, menos repugnante. Às vezes penso que Isadora tem razão e tudo o que me falta é um pouco de empatia.

Pior era a certeza incrustada em meu peito e mente de que, eu realmente tinha muita empatia, mas havia a escolha de não usá-la. Eu escolhia muitas vezes caminhos que são tortos pra um caralho.

Eu tô cuidando disso com a Psicóloga Marina e até entendo um pouco de como meu pai tem influência nisso.

O peso no colchão e a respiração errada de Rodrigo me fez virar em sua direção. Ele agora estava ao meu lado, sentado com a postura tão reta. Tenso. Nem parecia que a gente vinha se conhecendo e se bicando no último mês.

ㅡ E-eu posso... Tirar a camisa? ㅡ Perguntou olhando pro tapete preto sob a cadeira da escrivaninha na frente do centro. ㅡ O lençol é grosso e eu sou...

ㅡ Pode ficar sem roupa se quiser, vai ser sempre a minha melhor escolha.

Sorri. Não sabia de onde tinha vindo isso, se era de todo vinho que tinha tomado horas antes, do ciúme que senti, do medo de ter que concorrer com Antônio... Mas estava feliz por isso trazer algum sentimento pro rosto de Rodrigo, que não a vergonha.

ㅡ Ta. ㅡ Bufou, completamente indiferente ao que eu disse. Porra e eu aqui todo galante! ㅡ Só não surta quando a lombra do vinho passar e acordar com um homem do teu lado sem roupa. ㅡ suspirou enquanto começava a tirar a calça. Nem sabia porque ele tinha vestido toda a roupa, pra começo de conversa, eu só o imitei, me vestindo.

ㅡ Arriscado eu te acordar de madrugada só pra umazinha, saca? ㅡ Bati meu ombro no dele, falando com um tom de brincadeira. Porra, desde quando Rodrigo tinha se tornando tão sério? Caralho véi.

ㅡ Se não tivesse o risco de ser interrompido com um chute, te acordava com um boquete. ㅡ arqueou a sobrancelha. Tirou a blusa e eu suspirei, tanto com a ideia quanto pela visão.

ㅡ Eu vou sonhar com isso.

ㅡ Acorda, talvez seja a verdade, docinho. ㅡ finalmente um sorriso.

Tudo tava tão perfeito. Só faltou um beijo de responsa, um selinho, qualquer coisa. Não rolou.

ㅡ Boa noite, cara.

Cara? Como assim? E o Docinho?

ㅡ Boa noite, princesa. ㅡ suspirei.

•••

O pai tava como? Naquele pique todo, fi! Apesar dos pesares. Rodrigo dormindo só de cueca boxer verde-musgo com a bunda pra cima e a cara no travesseiro. A gente gozou tanto na punheta que eu nem quis meter, e olha que o mano aqui tava a ponto de bala só de ver ele gozando pra mim, pro homem dele, caralho. Puta merda, que sensação do caralho. Eu tô eletrizado, nem precisei tecar uma carreira de pó antes.

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