Pedro Ícaro é o filho de um grande empresário no ramo de terras, e como qualquer rico mimado, ele não consegue enxergar a realidade caótica que o Brasil se encontra, prestes a ser partido no meio. Já Rodrigo Andrelino é o oposto, alguém que luta con...
N/A: Hellou vadias e vadios do meu coração. Mais um capítulo e Subversivo chega cada vez mais perto do seu fim. O livro vai ser concluído com 20 capítulos e 50 mil palavras. Espero que consiga terminar antes do dia 15.
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💙🌬️🤍Uma Excelente Leitura🤍🌬️💙
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Rodrigo Andrelino
A
chuva caía sobre o asfalto com tanta força que podia ver os buracos se formando no chão preto. Desci da Topic que tinha saído do Crato a mais de meia hora, tinha parado em todas as paradas possíveis, o que resultava em meu atraso. Por sorte, um sonho bem lúcido sobre água me alertou da chuva que se aproximava, e pelo cheiro do fim de tarde eu presumi que iria chover.
Abri o guarda-chuva preto que se parecia bastante com um guarda-sol de praia, chegando perto de seu tamanho, cabia mais três pessoas ali comigo. O cobrador bateu a porta da Topic com força e eu olhei pra praça Antônio Feitosa, segundo Isadora a casa dos pais dela ficava ali perto.
Mas pelo pouco que consegui ver não tinha nenhuma casa, somente os pontos comerciais comuns que já tava careca de saber. Decidi mandar mensagem, mesmo com o coração a mil e uma vontade louca de ir ao banheiro. Não tinha ninguém na rua e eu tava morrendo de medo de ser assaltado.
ㅡ Peguei!
Minha pressão baixou na hora e a última coisa que eu vi antes de apagar foi o maldito sorriso de Pedro se desfazendo enquanto me segurava pra não me deixar cair no chão. A boca ficou seca e eu vi o mundo se transformar em dois. O meu peso repentino fez com que eu e ele caíssemos na lama, eu lutava contra a escuridão que tentava me embalar, na tentativa de manter o celular longe da lama. A única coisa que ouvi foi uma série de xingamentos de Pedro. Ele tirou o celular da minha mão e eu me permiti ser agarrado pelo desmaio que me perseguia.
Acordei sem saber na real por que tinha dormido pra começo de conversa. Não me lembrava de ter tomado banho pra me deitar, e mesmo assim sentia minhas costas ensopadas e frias.
Pensava que o umbral seria mais escuro e menos… Tecnológico. Minha visão quase foi com a Deusa pra caixa boso quando as luzes se acenderam de vez. Fechei os olhos por reflexo e só abri de novo quando ouvi um estalar de língua impaciente. Não era possível, até no meu descanso universo?
Olhei na direção dos meus pés e vi Pedro escorado no batente da porta. Por sorte ou azar, isso não era o umbral, mas o inferno da Terra.
Me aconcheguei na cabeceira da cama de solteiro. Olhei em volta desconfiado, talvez eu devesse parar de assistir casos de serial killers, porque o primeiro pensamento que rondou a minha mente foi uma faca, instintivamente procurei por algo afiado o bastante pra atravessar carne. Não encontrei nada. Suspirei e não saberia dizer se foi por alívio ou frustração.
