Relembrando as origens

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Flashback ON
Durante a volta ao presencial no senado. Soraya e Simone trabalhavam na CPI da covid com diversos dias exaustivos e muitas discussões com os colegas devido a falta de respeito com as mulheres presentes.
Após mais um dia de depoimentos e discussões Simone se encaminha a seu gabinete para organizar documentos e se encaminhar para casa. Já era tarde e passava das 21h, os corredores estavam vazios e poucos senadores ainda estavam por seus gabinetes. Foi quando alguém adentra a sala da senadora.
- Simone querida que bom que ainda está aqui precisava ver você. - Comenta a senadora Leila.
- Leila! Em que posso ajudar? - Responde Simone curiosa.
- Bom eu não quero fazer mais rodeios com isso então... - Leila se aproxima de Simone e a puxa pela gola da blusa. - Eu dei vários sinais Simone. Agora vou agir. - Avisa grudando seu corpo ao de Simone e beijando os lábios da senadora com rapidez.
Tebet tenta se afastar da loira quando mais alguém entra sem ser convidada em sua sala. As duas olham imediatamente para porta encontrando um Soraya pálida e brava.
Assim que se depara com a cena Thronicke sente o ar fugir dos seus pulmões e o coração acelerar tão depressa que acha que vai morrer. A loira sai da sala, no mesmo pé que entrou, correndo para o seu gabinete e trancando a porta atrás de si.
Soraya vai em direção ao banheiro para lavar o rosto e tentar recuperar o fôlego enquanto exclama:
- Não pode ser verdade! Não pode ser, não Simone. Não posso acreditar que ela está fazendo isso comigo, depois de tudo o que passamos e do que vivemos.
A loira senta em sua cadeira e deixa as lágrimas rolarem por seu rosto enquanto se questiona o motivo de tal atitude da morena. Derrepente Soraya escuta uma batida em sua porta e logo sabe de quem se trata.
Simone chama por sua amada e sua resposta é somente o silêncio. Soraya não tinha forças e nem vontade de encarar Tebet naquele momento.
Após alguns minutos esperando pela resposta de Thronicke ela resolve esperar por ela em casa.
Já a loira decidia passar a noite por ali mesmo.

No dia seguinte Soraya vai até sua casa com a senadora e encontra uma Simone com o semblante cansado e olhos inchados de chorar. A loira passa sem desviar os olhos do chão e sobe em direção ao seu quarto afim de arrumar sua coisas para se mudar. A morena conhecendo sua mulher segue seus passos rápidos, quando entram no quarto Simone pede:
- Soraya meu amor, por favor me escuta! Eu realmente posso explicar esse mal entendido.
- Meu amor é o caralho Simone. Eu esperava isso de qualquer outra pessoa menos de você! Eu estou tão magoada. - Responde Soraya aos prantos.
- Não diz isso, por favor. Eu não estava te traindo, foi...
- Eu não quero ouvir suas desculpas esfarrapadas Simone. ME DEIXA EM PAZ. - Grita a loira interrompendo a morena.
- Yaya por favor! - Pede a senadora chorando.
- Não, não se atreva a jogar sujo assim! - A loira dizia a ponto de explodir recolhendo suas roupas.
Quando Simone se sente sem esperanças resolve dar sua última cartada e faz o que prometeu nunca fazer.
- ELA ME BEIJOU A FORÇA. CHEGOU ENTRANDO SEM BATER E ME AGARRANDO. - Grita Simone para obrigar a loira a escutá-la.
- A Simone você já está bem grandinha para se defender sozinha. Não me vem com essa. - Retruca a loira com uma pontinha de felicidade surgindo dentro de si pois era o que queria ouvir. No fundo tinha certeza que sua amada não machucaria ela daquela forma.
A morena então toma as rédeas da situação e agarra a loira pela cintura, puxando-a para um beijo. Soraya tenta se soltar e após alguns segundos consegue desvencilhar-se de Simone.
- Ta vendo como não é tão rápido assim sair de uma situação como essa. Meu cérebro não funciona na velocidade da luz Soraya Thronicke. - Resmunga a senadora com rispidez
No mesmo instante a loira engole em seco ao ouvir seu nome e sobrenome, identificando assim que a morena estava no seu limite.
- Tudo bem Simone, eu vou te escutar. - Fala Soraya sentando no banco do closet das duas.
Tebet então conta toda a situação e Thronicke começa a bufar de raiva pensando em diversas formas de matar Leila.
- Viu como eu sou inocente? Você sempre duvida de mim Thronicke. - Reclama Simone.
- Amor não, por favor! Yaya, Thronicke não. - Reclama manhosa a loira.
- Ah agora você quer? Eu não sou seu brinquedo Soraya. - Fala Simone se afastando do closet.
Em um ato inesperado e impensado Soraya corre até Simone e se ajoelha na frente da morena chorando.
- Mone meu amor me perdoa por favor! Eu assumo que errei, que deveria ter te escutado primeiro e principalmente ter confiado em você e no seu caráter mas foi mais forte que eu, senti como...- A morena interrompe a loira para levantá-la do chão. - Eu senti como se meu mundo estivesse desabando ou melhor como se meu mundo estivesse sendo segurado por outra pessoa. Eu só queria apagar aquela imagem da minha cabeça. Simone de Deus doeu tanto. - Continua Soraya aos prantos.
Com cuidado Tebet puxa Thronicke para seu colo e senta na cama, fazendo carinho em suas costas. De frente uma para outra a morena pede:
- Nunca mais duvide de mim Soraya. Eu nunca colocaria nosso relacionamento a perder por uma aventura atoa e muito menos debaixo do seu nariz.
- Desculpa meu amor, me desculpa. - Pede a loira.
- Está tudo bem Yaya, vamos esquecer isso. - Diz olhando o sorriso largo se formando no rosto de Soraya.
- Eu te amo mone. Eu te amo muito.
- Eu também te amo Yaya. - Ao fim de sua frase Simone puxa Soraya para um beijo calmo.
Nas semanas que sucedem Soraya briga com Leila quase todos os dias até que elas quase saem no tapa e Simone precisa pedir para que sua amada parasse de arrumar briga antes que alguém desconfiasse do relacionamento das duas.
Flashback OFF

No final da manhã as mulheres voltam para a mansão para se prepararem para o almoço. Depois de um banho demorado, a senadora e a presidente se dirigem a cozinha onde Fairte está começando o almoço. Soraya procura pela caixa que guardava suas encomendas nas dispensa, quando encontra, a loira vai preparar seu chimarrão. Enquanto a água quase ferve a senadora arruma a erva na cuia. Simone observa a amada atenta enquanto ajuda a mãe com o almoço.
- Vai se queimar com essa água Yaya. - Alerta a morena.
- Mone você sabe que não sou do terere. Chimarrão para mim tem que ser quente. Eu gosto das coisas bem quentes. - Retruca enquanto solta uma piscadinha para sua amada.
- Meu Deus vocês! - Exclama Fairte seguido de uma boa risada.
As duas se juntando a senhora rindo.

Depois de seu chimarrão pronto Soraya senta na ilha da cozinha para observar sua mulher e sogra prepararem o almoço. Depois de tomar uma térmica cheia e boas risadas a loira sente sua bexiga reclamar. Dirigindo-se ao banheiro a mesma encontra com Michele.
- Yaya está linda com esse short curto. - Comenta a mais nova com um sorriso carregado de malícia.
- Por favor Michele, só Simone pode me chamar assim... com essa intimidade. - Alerta a loira com rispidez e sai entrando no banheiro. Michele espera na porta para o lado de fora e quando ouve Soraya destrancar a porta sai fingindo arrumar a blusa. Simone observa cena e comenta:
- Se eu não soubesse as intenções dessa garota ia jurar que vocês estavam trancadas juntas ali.
- Como assim? - Se assusta Soraya.
- Ela saiu de perto da porta arrumando a blusa. Provavelmente queria que eu pensasse outra coisa.
- Meu Deus, essa garota vai nos arrumar problema! - Exclama Soraya nervosa.
- Calma Yaya, eu não vou cair na dela. - Simone diz sorridente e puxando sua amada pela cintura.
- Ela me chamou de Yaya. - Soraya comenta colocando os braços envolta do pescoço da morena.
Quando a loira vê o rosto de sua amada vermelho sorri satisfeita pois sabia que Simone não iria gostar.
- Ah não! Essa garota está brincando com fogo e vai sair queimada. - Simone diz com os dentes serrados de raiva.
- Ela 'tá cutucando onça com a vara curta dela. - Diz Soraya rindo.
- Não é brincadeira oncinha, se ela quer guerra é guerra que ela vai ter. - Simone já estava com a cabeça cheia de planos para vingar-se.
- Eu amo ver você com ciúmes. Tão sexy presidenta. - A loira sussurra no ouvido da morena.
Tebet beija Thronicke com paixão.
- Credo! Vocês deviam subir para o quarto. - Isa e MaDu reclamam juntas brincando.
As quatro caem na risada enquanto Michele revira os olhos descaradamente.

Lá da cozinha MaFe chama pela madrasta. As quatro seguem em direção a voz que chamava, ao chegarem na cozinha Maria Fernanda questiona:
- Soraya como você consegue tomar isso? Acho que minha língua vai cair.
- Ah meu amor isso é questão de costume. - Explica a loira.
- O que é isso que você está tomando Soso? - pergunta Michele sentando com a senadora e MaFe na ilha da cozinha.
- Soraya e isso chama chimarrão. É uma bebida quente e amarga que herdei o costume de tomar devido minhas raízes gaúchas. - Responde a loira com cara de poucos amigos.
- A prenda mais linda. E SÓ minha! - Diz Simone se aproximando para dar um beijo em Soraya.
Michele revira os olhos e vai sentar perto de Isa e MaDu que riam da cara de desgosto da amiga.

Depois do almoço as mulheres se deitam nas cadeiras reclináveis na volta da piscina enquanto jogam conversa fora.

Notas da autora
Soraya bebendo chimarrão

Chimarrão é feito com erva mate e água quente

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Chimarrão é feito com erva mate e água quente. Sendo servido em uma cuia.
Chimarrão também é conhecido como -Mate- e é comum ser tomado entre duas ou mais pessoas.
Prenda é como chamamos as mulheres no Rio Grande do Sul quando queremos elogiar ou as mulheres que dançam em CTGs - Centro Tradicionalista Gaúcho-.

Obrigada a todos que estão acompanhando a fic.
Sugestões são sempre bem vindas.

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