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No outro dia Soraya e Simone esperavam o avião pousar para ir receber a mãe da loira, Dona Ilda, que iria passar o ano novo com as mulheres.
- Cheguei meninas! E trouxe surpresa. – Disse a senhora sorrindo largo.
- Surpresa? – Questionou a loira se aproximando da mãe para um abraço.
- Olá! - Cumprimentam os irmãos de Simone, juntos.
- Ah meu deus! Como assim? Que bom ver vocês. – Diz Tebet surpresa.
- Ai que coisa boa! Sogrinha vai amar a surpresa mãe. – Comenta Thronicke.
- Nós não víamos a hora de chegar. Estávamos com saudade e Eduarda quase não se aguenta escondendo a surpresa. – Conta Rodrigo.
- Verdade! – Confirma Ramez rindo.
- Simone me conhece, não precisava me explanar. – Diz Eduarda com uma cara divertida.
Depois de muitos abraços as mulheres guiam os recém chegados para a piscina da mansão onde as outras mulheres se encontram.
Quando Fairte ouve as vozes se aproximando ela vira de frente para a porta que dava à piscina e quando seus olhos alcançam os filhos a senhora exclama:
- Ah meu Deus! Eu ‘tô vendo o que eu acho que ‘tô vendo?
- Mãezinha! Que saudade. – Diz Eduarda correndo para um abraço.
Rodrigo e Ramez se juntam ao abraço a apertado e cumprimentam a mãe. Enquanto isso Isa corre para abraçar sua vó.
- Vó, quanto tempo. Senti muita falta da senhora! – Exclama a menina enquanto aperta a vó em um abraço.
Soraya se junta no abraço tentando matar a saudade que sentia da mãe.
Quando se soltaram Ilda cumprimenta as demais mulheres da casa e comenta com Fairte:
- Essas duas ‘tão que ‘tão né?!
- Ah nem me fala. Não aguento mais. – Reclama Fairte.
- E isso no seu pescoço Simone? Soraya você já não tem mais idade para essas coisas criatura. – Brinca a mãe da loira.
- Quando eu vi já estava assim sogra, nem pude me defender. – Explica Simone.
- Sei! Imagino bem Simone, imagino. – Retruca Ilda.
- Não se faz de sonsa maninha. – Provoca Eduarda.
- Ainda bem que todo mundo te conhece Mone. – Diz Soraya rindo.
Os Tebet e as Thronicke comem um lanche e depois aproveitam a praia, com muitos jogos e brincadeiras no mar. Simone e Soraya, vez ou outra admiravam a cena de todos juntos e felizes, suspirando com a alegria imensa que sentiam por poderem presenciar esses momentos com suas famílias e o melhor por serem tão bem aceitas por todos.
- Eu te amo e obrigada por me proporcionar isso. – Diz a presidente abraçando sua amada por trás.
- Também te amo Mone e eu que agradeço por isso e por seu amor. – Responde Soraya virando para beijar os lábios de Simone.
Quando a noite chega as famílias retornam para casa e vão se arrumar para o jantar. Enquanto aguardam na sala ouvem um barulho de avião se aproximando.
- Será que é a Janja e a Gleisi? – Questiona MaDu.
- Acho que elas teriam nos avisado.  – Responde Simone.
- Devem estar bêbadas desde o Natal. – Comenta Soraya fazendo uma careta.
- Soraya! Foi você quem convidou. – Repreende Tebet.
- Aí não precisa me lembrar toda hora Simone. – Reclama Thronicke.
Assim que a senadora termina a frase um dos seguranças aparece informando a chegada de Janja, Lula e Gleisi.
- ELA TROUXE O LULA? – Soraya da um pulo do sofá com tamanha indignação.
- Calma Yaya, promete ‘pra mim que você vai tratar todo mundo bem. – Simone pede olhando a loira com um olhar cúmplice.
- Claro Mone. Eu prometo de verdade. Só não gostei da notícia. – Diz a loira retribuindo o olhar.
- Por que a Simone pode te chamar de Yaya e eu não? – Questiona Ilda.
- Porque eu não sou mais criança e a Mone tem atitudes bem convincentes para eu deixar ela me chamar assim. – Responde Thronicke com um olhar malicioso.
- Meu Deus! – Exclama Tebet ficando vermelha.
- Aí aí! A mãe e a Soso são igual a adolescentes vó Ilda. – Explica MaDu.
Dona Ilda ri alto com a frase e Isa se intromete:
- Quem te deixou chamar minha vó de vó? Abusada!
- Eu chamo mesmo! Você chama minha mãe de mãe ué. – Retruca MaDu.
Todos caem na gargalhada e Rodrigo avisa:
- Depois vocês discutem isso, as visitas estão chegando.
Simone vai até a porta e abre para esperar suas visitas. Quando chegam a porta Soraya levanta para cumprimentar os recém chegados. Feito os cumprimentos e apresentações todos se acomodam no sofá enquanto alguns empregados levam as malas para os quartos.
- Fizeram boa viagem? – Questiona Soraya.
- Sim, graças a Deus. – Responde Gleisi, enquanto Janja e Lula sorriem e acenam com a cabeça.
- Que bom, vocês vão adorar aqui. A praia é linda! – Comenta Simone.
- Eu estou louca para por meu biquíni e colocar o bronzeado em dia. – Afirma Janja sorrindo e demorando o olhar em Simone.
Tebet sente Thronicke apertar sua mão com força.
- Eu também estou esperando ansioso você fazer isso. – Brinca Lula e todos riem.
- Essa casa está exalando tesão desses casais. Credo! – Resmunga Fairte.
- Mãe! – Os Tebet falam ao mesmo tempo.
- O que? É verdade. – Retruca Fairte.

Todos riem enquanto Simone fica vermelha, assim que a loira percebe faz um carinho na mão de sua amada para acalmar.
- E você Gleisi, também vai colocar o bronze em dia? – Questiona Michele que recebe um olhar repreensível de Soraya.
- Acho que sim, estou precisando e muito na verdade. – Brinca.
- Você também né Sisa? Tem que por esse corpinho pra jogo amore. – Brinca Janja.
Soraya aperta a mão de Simone com força novamente e a morena contorna a situação com nervosismo:
- Sim, Yaya já está me levando para o sol quase todos os dias.
- Quero aproveitar bem a marca que só eu posso ver depois. – Retruca a loira com olhar de onça.
Após mais alguns minutos de conversa, todos se dirigem para a mesa de jantar. Soraya senta de um lado de Simone e rapidamente Janja senta do outro e passa o jantar inteiro tocando no braço de Tebet enquanto fala.
Ao ver os toques e risadinhas próximas ao rosto de Simone, Soraya sente o sangue ferver em suas veias e uma vontade imensa de pular no pescoço da esposa do petista. Como prometeu se comportar a loira resolve fingir que derrubou seu vinho na esposa.
- Aí meu Deus Mone, desculpa! Estava olhando para minha mãe. Vamos lá tirar essa blusa, pode manchar. – Fala Soraya fingindo surpresa e preocupação.
- Não precisa se desculpar Yaya. Está tudo bem, vou lá e já volto. – Responde Simone sem perceber as intenções da sua esposa.
- Eu vou te ajudar. – Rapidamente Thronicke sai puxando Tebet pelo braço para o andar de cima.

Quando chegam no quarto a senadora solta o braço da esposa com raiva.
- O que foi Yaya? – Pergunta a presidente confusa.
- O que foi? Não posso acreditar que você não está percebendo o que aquela mulherzinha está fazendo. Você não me irrita hein oh Simone. – Responde a onça.
- Aí Soraya eu não percebi nada e também o que você quer que eu faça? – Simone questiona e logo tira a camisa que estava vestindo.
- Eu... eu... eu quero que tu dê um jeito nessa mulher abusada oh Simone. – Responde a loira se perdendo nos pensamentos enquanto baba por sua amada só com o sutiã preto.
- Que jeito? Eu não posso fazer nada Thronicke. Você que deveria cuidar esse seu ciúme e outra foi você quem convidou. – Responde a presidente mostrando seus descontentamento com a atitude da loira.
Soraya então percebe que estava exagerando um pouco e solta o ar com força, revirando os olhos.
- Ok Simone, mas presta atenção e você vai ver que ela ‘tá meio abusada. – Responde Soraya e sai do quarto.
Simone segue a loira enquanto pensa que também estava achando Janja cheia de toques pra cima dela. A morena revira os olhos ao perceber que sua esposa tinha razão mais uma vez.
Depois de terminarem o jantar todos retornam para sala e novamente Janja senta ao lado de Simone, tocando na perna e o braço da presidente sempre que falava algo. Quando todos prestavam atenção enquanto Fairte falava Janja descansa a mão no joelho da morena que logo procura o olhar da esposa e encara os olhos de onça cheios de raiva enquanto fita a mão da esposa do petista. A loira leva seu olhar até o de sua esposa quando sente ela a encarando e dá uma cotovelada na amada. A presidente logo trata de movimentar a perna e cruzar para o lado em que Soraya estava, assim que a morena termina o movimento Thronicke descansa a mão na coxa da esposa fingindo não ter percebido a mão de Janja segundos antes.
Assim que as Marias percebem a situação desconfortável para as mães comentam:
- Acho melhor a gente deixar as visitas irem deitar né?
- Devem estar cansados da viagem.
- Verdade, amanhã a gente conta mais casos. – Apoia Isa percebendo o nervoso das meninas.
Quando Janja ia negar Gleisi fala:
- Verdade, estou sentindo meu corpo pedir por um banho quente.
E assim todos se dirigem às suítes da mansão. No momento em que a presidente fecha a porta do quarto a senadora enche um travesseiro de socos e tapas.
- Calma Yaya! – Simone se arrepende da frase assim que recebe o olhar mortal da esposa. – Eu vi que você tem razão mas o que podemos fazer agora? Eu não quero que isso estrague nosso fim de ano. – Diz a morena puxando a loira para os seus braços.
- Eu sei Mone. Eu também não quero, mas não sei o que fazer.
Assim que vê o olhar triste de sua amada, Soraya lembra de um poema que leu enquanto tentava se acalmar após mais uma briga com Leila no senado.


“O erro só é bom enquanto somos jovens.
À medida que avançamos na idade,
não convém que o arrastemos atrás de nós.”
Johann Goethe


E se tinha uma coisa que Soraya não queria era repetir os erros do passado. Jamais colocaria seu casamento com Simone em risco novamente, ainda mais por motivos tão pequenos quanto ciúmes pois ela confiava plenamente em Simone e, principalmente, no seu amor.
- Vão ser só alguns dias, a gente aguenta. E nosso amor é bem maior que isso tudo. Eu sei que essa provocações dela não vão a lugar algum, sei que você vai cortar qualquer atitude dela. – Completa Soraya.
- Isso mesmo meu amor, antes eu achava que ela era assim comigo por ser uma pessoa mais aberta e comunicativa, mas agora está passando dos limites e eu não vou permitir que ela te desrespeite assim. – Simone solta um suspiro pesado e continua: - Hoje eu relevei pois estava de cabeça quente e não queria ser grosseira, mas amanhã vou ser mais firme.
As duas trocam beijos carinhosos e seguem a rotina noturna para poderem dormir. Assim que os corpos se encontram em cima do colchão as duas adormecem abraçadas.

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