dez: e eu vou ir ao trabalho e eu vou dormir

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não esqueçam de deixar o voto nos capítulos isso ajuda muito a engajar o escritor ♥️ boa leitura!

adiantei o capítulo

Os dois estavam sentados na sorveteria. Aquele momento na casa da fraternidade pareceu não ter existido, mas, para Albedo, continuava o atormentando. A visão de um Kaeya corado e atordoado, a visão dos lábios entreabertos, o toque das peles. Albedo estava quase entrando em parafuso.

Colocou mais uma colher de sorvete dentro da sua boca ao se lembrar daquele dia. Os dois estavam em silêncio por, mais ou menos, cinco minutos; era os dois comendo e desfrutando do sabor… E memórias, no caso do albino.

"O que é essa bandeira?", Kaeya apontou para um broche que tinha um triângulo cinza em que sua ponta estava de lado e dela saia uma linha roxa.

"Assexualidade."

"Oh."

Albedo observou Kaeya analisar pensativo a bandeira enquanto mexia no pote de sorvete. Ele sabia que viria mais perguntas, mas não tinha vergonha ou desconforto em responder.

"Você é aquele assexual que abomina sexo?"

"Não, na verdade eu gosto." Sua atenção estava no sorvete, não se interessou em ver a reação de Kaeya. "A assexualidade é um termo guarda-chuva e inclui todas as pessoas que experienciam atração sexual diferente dos demais. E há nomes para cada uma. Eu estou dentro da demissexualidade, preciso de uma conexão para poder sentir atração sexual, mas há aqueles que são estritos, não sentem nada em nenhuma condição, aqueles que fluem, aqueles que às vezes sentem e às vezes não…"

"Uau." Albedo olhou para o homem ao seu lado novamente e percebeu que a curiosidade era verdadeira, pelo menos ele achava. "Não imaginava isso, achei interessante." Sorriu ao notar o albino novamente. "Então, para ti, só conhecendo a pessoa?"

"Depende." Deu de ombros. "Sabe aquela pessoa que você conhece um dia, mas já sente uma conexão?" Viu Kaeya assentir. "Você não conhece ela, afinal, literalmente acabou de conhecer, mas tem uma parada. Para mim, é isso, só preciso ter conexão."

"Não imagino como deve ser. Eu olho uma pessoa que tô atraído e posso facilmente querer ir direto para cama com ela." Riu e Albedo sorriu divertido.

"Eu tenho que pelo menos trocar uma palavra com ela, ter uma parada envolvente, para ter uma atração sexual."

"E essa bandeira aqui é o quê?", apontou para um broche que tinha sete listras: preto, cinza, branco, verde que se repetiam de baixo para cima em seguida.

"Agênero."

"E o que é?"

"Uma pessoa sem gênero."

"Agênero é um gênero para pessoas sem gênero?" Estava visivelmente confuso.

"Não, é só um termo para as pessoas se sentirem parte de algo, mas tem muito agênero por aí que não gosta desse termo justamente porque os lembra gênero e se dizem sem rótulo." Deu de ombros e terminou de comer seu sorvete. "Eu não sou cis, se é isso que você se pergunta."

"Oh, eu não estava me perguntando isso." Os dois riram. "Isso é parte de não-binários e tal?"

"Sim. Não-binariedade é um termo guarda-chuva assim como a assexualidade e inclui todos aqueles que não se encaixam cem por cento ou todo o tempo nos gêneros feminino e masculino."

"Quantos termos…" Resmungou e novamente gargalharam baixinho. "Eu sou só bissexual." Isso fez Albedo sorrir alegre, porque o contraste entre os dois parecia grande, mas nem tanto, se parar para pensar, eram duas pessoas da comunidade LGBT de qualquer maneira no final do dia. 

"Desculpe, estudar as letras da comunidade foi minha obsessão por uns meses. Hoje em dia não é, mas as informações continuam úteis."

uma colina em chamas ⨾ kaebedoOnde histórias criam vida. Descubra agora