Como prometido, Kaeya mandou mensagem, seja para conversas afiadas - coisa que Albedo odiava, só que nada dizia -, memes ou fotos aleatórias da sua cara que o loiro não se lembrava de ter pedido, mas que também não se importava. Albedo tinha certeza, no entanto, que isso poderia facilmente irritá-lo se tornassem frequentes, só não era o caso ainda.
Ragnvindr também passava os intervalos entre as aulas ao seu lado. Em quatro anos, foi a primeira vez que Albedo teve alguém do seu lado no campus. Quando se deu conta disso, não pôde de fato controlar sua cabeça de dizer a si mesmo que Kaeya poderia achar, de um dia para o outro, alguém mais interessante que si e, consequentemente, trocá-lo.
Mas Kaeya conhecia tantas pessoas. Ele passava no corredor e cumprimentava pelo menos cinco estudantes, em cada corredor que passavam. E ele ainda sim continuava ao lado de Albedo.
Isso não significava que eram todos amigos do azulado, Albedo sabia disso, no entanto, isso acabava dando expectativas a ele que uma amizade, de fato, estaria sendo criada ali. E isso o incomodava, porque não queria acreditar nisso. Não queria pensar que algo estaria florescendo.
Kreideprinz não se sentia confortável o suficiente ao lado de Kaeya para fazer piadas e expressar pensamentos verdadeiros, não tão densos ou interessantes, no caso; pensamentos bobos que ele tinha certeza que apenas Heizou o escutaria e não o julgaria, mesmo que não dissesse nada.
Kaeya sentou-se ao seu lado no banco de madeira, um diferente que Albedo optou hoje, mesmo que mudanças o estressassem, as mais mínimas possíveis, mas ainda sim embaixo de sombra por conta da sua condição médica. O mais alto cruzou as pernas e puxou da sua bolsa um porta cigarro bonito com borda prata. Dentro, no entanto, o loiro percebeu que não eram os mesmos cigarros que ele fumava, estes estavam em uma seda azul.
"Pode me emprestar seu isqueiro?", perguntou o azulado e Albedo lhe entregou o seu. "Valeu, eu perdi o meu em uma festa e até hoje não comprei outro." Pegou um dos tabacos e colocou em sua boca antes de acender o isqueiro próximo a ponta. O cheiro, contudo, não era de nenhum tabaco. "Desculpe, nem perguntei se você tem um problema com maconha."
"Oh." Sentiu suas sobrancelhas arqueadas. Talvez seu olhar analisador intenso sobre Kaeya não foi uma atitude discreta. "Não. Desculpe te encarar."
Kaeya sorriu e parecia ser carinhoso.
"Você já fumou?"
"Não." Foi sincero.
"Quer experimentar?"
Olhou para a maconha, mas sua atenção foi para como as unhas de Ragnvindr estavam compridas e bem feitas na coloração azul bebê, seguidas de uma mão também grande e bonita.
Atenção, Albedo, volta para a realidade.
Piscou e assentiu. O azulado lhe ofereceu e ele pegou de sua mão. As pontas de seus dedos se encontraram e ambas estavam suadas.
"Você pode tragar, mas não puxe tanto", Kaeya alertou paciente. "E não tente falar ou rir, se não você vai tossir."
Seguindo as instruções, o albino puxou a fumaça, mas não tanto quanto fazia com o cigarro, e tragou com calma. Passou pelo seu nariz e boca. Entregou de volta a Kaeya.
"Como é sua primeira vez, talvez nem perceba quando, e se, vai bater." Ele ria baixinho olhando as expressões pensativas de Albedo.
De fato, Kaeya estava certo. Albedo não percebeu nada de diferente. Se viajou um pouquinho durante a aula e ficou com riso frouxo, ele não pode dizer com tanta certeza se era o que era ou se era só sensações bobas.
×××
Era final de semana quando Kaeya apareceu no dormitório do albino com salgadinhos, refrigerante, skin care e ideias de filmes que poderiam assistir juntos.
Eles colocaram um filme de terror enquanto tinha pacotes abertos ao redor deles e uma máscara de hidratação no rosto. Kaeya se sentou na cama com Albedo sentado no chão entre suas pernas.
"Posso fazer um penteado novo em ti?", perguntou e, mesmo que Albedo às vezes tenha dificuldade de interpretar os outros, ele também era bastante desconfiado com as ações alheias e não gostava de toque físico. Mas assentiu de qualquer jeito; gostava como Kaeya parecia ágil com as mãos.
Os dedos longos e pardos do azulado eram realmente ágeis - e também incrivelmente macios - em mexer nas suas mechas onduladas. Os olhos de Albedo estavam fechando. A última vez que recebeu carinho deve ter sido no ensino médio de alguma colega sua que ele nem se lembra mais o nome.
Kaeya ainda flertava contigo, mas Albedo fingia não ver, nem escutar, para falar a verdade às vezes ele nem reparava. Ele não ficava desconfortável, se não já teria falado isso e deixado um clima estranho que ele realmente não se importava em ter desde que a pessoa não o incomodasse nunca mais. Albedo era extremamente egoísta quando se tratava do seu conforto. Ele simplesmente não falava nada aos flertes e gostava de ver Kaeya frustado.
Ele não se lembra quando caiu no sono, mas acordou um tempo depois sem a máscara em seu rosto e com uma maria-chiquinha no seu cabelo, além do quarto escuro, mas com a luz azul do filme ainda banhando seu corpo.
"Desculpa, não queria te acordar." Escutou a voz de Kaeya e percebeu que sua cabeça estava apoiada na coxa deste. Jogou a cabeça para trás e a apoiou no colchão, olhando o mais alto comendo um pacote de salgadinho.
"Não acho que tenha sido você que me acordou", assegurou. Sentou-se corretamente e estalou a coluna, logo em seguida levantou-se e deitou na sua cama, atrás de Kaeya. "Pode continuar vendo o filme..." Seus olhos estavam se fechando. "Depois só deitar..."
Na manhã seguinte, Albedo acordou embaixo da coberta com Kaeya de costas para ti. Sua cama não era de casal, mas também era maior que a de solteiro, então eles estavam relativamente próximos. Esticou-se no colchão antes de se sentar e cruzar as pernas, esfregando os olhos cansados e vermelhos.
Viu Kaeya virar-se para ti, também se esticando no processo. E então o ouviu também rir.
"Seu cabelo tá muito engraçado bagunçado nessa maria-chiquinha..." A voz rouca chamou a atenção do loiro, mas resolveu colocar a mão em sua própria cabeça e conferir que, sim, estava patético assim, mas não ligava; chegou a rir com Kaeya sobre isso.
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uma colina em chamas ⨾ kaebedo
Fanfic+18 | A vida de Albedo era a universidade. Acordava todos os dias nos mesmos horários, fazia o mesmo trabalho, ia para a mesma aula e fumava o mesmo cigarro durante quatro anos da sua vida. Felizmente tudo muda quando um rapaz alto e de cabelo azul...