Kaeya acordou no algumas horas depois de ter caído no sono novamente, ainda vestindo a roupa que saiu para o encontro. Albedo estava ao seu lado dormindo pesadamente depois de ter passado a noite anterior a essa sem dormir, então não o acordou quando decidiu vestir sua bota e sair do quarto, rumando para a casa da fraternidade.
Era dez horas da manhã e o tempo estava frio, cheio de neblina. O vento entrava por baixo da sua saia e o fazia estremecer.
Ele não sabia ao certo, mas se sentia inquieto. Ter sido tratado com tanto carinho por Albedo o trouxe uma angústia em seu peito, algo difícil de engolir.
Abriu a porta e tinha apenas Thoma acordado na cozinha, comendo um pedaço de bolo. A casa estava silenciosa.
"Pensei que voltaria mais tarde", o loiro disse, mas Kaeya não estava com vontade de continuar uma conversa rasa, então sorriu e se direcionou ao seu quarto.
Ele queria falar sobre o que estava sentindo, mas achava que Childe não iria receber tão bem a notícia de que Kaeya tinha a impressão que nunca havia sido tratado bem, até porque os dois se envolveram no passado e o ruivo poderia se ofender.
Suspirou ao subir lentamente a escada. Não estava a fim de pensar naquilo, mas, caso não fizesse, poderia surtar por conta do aperto no seu peito.
Bateu de leve na porta e não recebeu resposta, então girou a maçaneta e viu Childe dormindo na própria cama. O andar estava tão quieto. Sentou-se no seu colchão e tirou a bota primeiro, seguindo pela saia e depois a blusa. Deitou só de cueca e olhou para o teto.
Se não poderia falar com Childe e, bem, nem com Albedo, quem o escutaria?
Pegou seu celular que estava no bolso da frente da sua saia jogada no chão e procurou o número do seu irmão. Quando escutou a voz grossa do outro lado da linha, hesitou.
"Kaeya? Fala alguma coisa."
"Diluc."
"O que foi?"
O ruivo já estava se desesperando e Kaeya sentiu isso só pela tonalidade da voz dele.
"Você está disponível?"
"O que é isso? Meu chefe? Vai me pedir para trabalhar em um projeto novo?"
Isso tirou risadas sinceras do azulado.
"Você pode me encontrar? Quero conversar."
"Sim, claro."
Diluc nunca recusaria nada ao seu irmão mais novo. Se fosse para lidar com merda de Kaeya, no máximo daria um grito na cara dele e o bateria, mas faria qualquer coisa para ajudar.
"Vou tomar banho e já te encontro atrás do prédio de direito."
"Estarei lá."
Passou alguns minutos que o azulado não contou. Tomou banho sem pressa, secou-se sem pressa e se arrumou sem pressa. Ele estava pensando em como começaria a falar sobre esse assunto com seu irmão, porque sua cabeça estava confusa e seu coração batia forte no seu peito. Na verdade, nem sabia ao certo o tema da conversa para explicar seu sentimento.
Desceu a escada devagar e viu Thoma e Scaramouche na sala; ambos estavam em seus celulares, em total silêncio. Estava um clima estranho ou era Kaeya que estava estranho e consequentemente começou a interpretar errado as coisas?
"Oi", disse, mas isso assustou os meninos, que pularam no sofá e o mais baixo dos três xingou. "Por que a casa tá tão quieta?"
"Childe e Zhongli brigaram ontem e foi maior confusão. A casa ficou esquisita", Thoma respondeu, olhando Ragnvindr nos olhos.
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uma colina em chamas ⨾ kaebedo
Fanfic+18 | A vida de Albedo era a universidade. Acordava todos os dias nos mesmos horários, fazia o mesmo trabalho, ia para a mesma aula e fumava o mesmo cigarro durante quatro anos da sua vida. Felizmente tudo muda quando um rapaz alto e de cabelo azul...