24 - O Baile (Parte 1/3)

150 17 35
                                    

Davina esperava um filho meu

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Davina esperava um filho meu. Eu sempre estive tão acostumado com a minha condição de vampiro que sequer passou pela minha cabeça que eu poderia gerar uma vida enquanto tinha Kaleb Westphall como um anfitrião. Por alguns instantes eu me esqueci de todas as pessoas que estavam dentro daquele quarto e me perdi em meus pensamentos. A ideia de ser pai nunca tinha me passado pela cabeça ao longo desses 1000 anos. Mas isso mudava tudo. Fui interrompido de meu devaneio pela voz de Nik.

—Nós vamos ao baile! — eu conhecia meu irmão bem o suficiente para saber quando ele tinha convicção de algo. Ele tinha um plano. 

Niklaus saiu do quarto e eu imediatamente o segui, deixando Davina aos cuidados de Alesha. Ele entrou na biblioteca e se serviu de um copo de bourbon. Eu parei na porta e o observei me encarar.

—Eu tive muitos erros Kol, mas esse não é um dos que estou disposto a cometer. — A preocupação de Nik estampava seu rosto

—Do que está falando, Niklaus? Vai me dizer que agora ficou milagrosamente tocado com o meu drama pessoal? — Era curioso o fato de Niklaus ter ficado tão perturbado com essa notícia. Talvez até mais do que eu estava.

Niklaus então parou na minha frente e me encarou sério.

—Eu juro, nem sobre o meu cadáver, por nada que existe nesse mundo, que você vai conhecer a escuridão que eu conheci.

Então era sobre isso. Confesso que a preocupação repentina de Niklaus me surpreendeu de certa forma, principalmente porque até uns dias atrás ele estava disposto a usar a vida de Davina em sacrifício sem pensar duas vezes. 

Mas isso mudava tudo, afinal, não é mesmo? De todos nós Nik foi o único que conheceu a dor de ter e depois perder um filho em sua frente. E desde então ele nunca mais foi o mesmo. Ele já era um tanto monstruoso antes, de fato, mas isso, isso havia transformado Niklaus na criatura mais desumana que existiu na terra. 

Mas naquele momento, no fundo de seus olhos marejados por lágrimas eu pude por um instante ver o que Elijah via em meu irmão. 

Redenção. 

Naquele momento eu pude ver por detrás das grossas muralhas que meu irmão construiu, que ali, dentro de sua cabeça paranóica e perturbada, existiam sentimentos. E, principalmente, ainda existia a capacidade de amar. 

Só que estava soterrado pelos anos de desgraça que assolaram nossa família. E devo admitir que Niklaus sempre foi o mais afetado de todas as formas. Ele nem sempre foi assim, existiu uma época em que Nik era o mais sensível e emocional de todos nós. E essa foi sua ruína. 

Eu não tinha palavras pra expressar o que sentia naquele momento. Estava aliviado, sabia que ter Nik ao meu lado tornaria as coisas mais sanguinárias, mas também muito mais favoráveis. Eu sentia gratidão. Um tipo de amor fraternal envolvia aquele momento que apenas os piores dramas podiam fazer com a nossa família. Eu então abraçei meu irmão. Um abraço sincero, ambíguo, aliviado e desesperado ao mesmo tempo. 

Love You to Death | Livro 1 | • Klaroline • | PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora