Capítulo 8

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— Como... como tem acesso ao castelo do seu quarto? - nós estamos observando o mundo lá fora pela janela.

Ele acende um cigarro, a fumaça me fazendo tossir. — Desculpe. - sobre estar fumando - E, sobre sua pergunta, eu sou um Riddle, amor.

Dou de ombros. — Isso não justifica muito. Você zanza pela escola? Por isso que some do nada?

Ele ri. — Só faz dois dias que estamos de quarentena. Como sabe que eu sumo do nada?

Solto uma risada sem humor. — Touché.

— Mas sim, eu sumo do nada. - ele diz depois de alguns minutos em um tom brincalhão - E sim, fico zanzando pela escola.

— Não recebe bronca?

Ele dá de ombros. — Eu não receberia, mas não sou pego. - uma piscadela.

— Uuuuh, fora da lei?

Ele ri. — Fora da lei.

Uma tragada no cigarro. — Por que você fuma?

Ele demora tanto a responder que penso em pedir desculpas. Vai que fui invasiva. — Queria ter controle de algo na minha vida.

O clima pesa. Eu sei quem é o pai dele, e sei que ele deve ter sofrido muito nas mãos daquele-cujo-nome-não-deve-ser-dito antes de ter sido resgatado por Dumbledore. No começo, há três anos, a escola o abominava. Mas eu sempre tive uma quedinha por ele.

Lógico que a Sonserina (pelo menos grande parte dela) o acolheu como filho. Meu irmão foi um dos primeiros amigos dele, se podemos chamar assim. E consequentemente, quando criei mais maturidade, me juntei ao grupo.

Suspiro. — Era tão ruim assim?

Um trago. Expira a fumaça. Suspira. — Sim. Tudo o que eu não queria fazer era exatamente o que ele gostava que eu fizesse. Não tinha como me ameaçar, porque eu não tinha nada. Mas eu sentia medo dele, aquele filho da puta. E ele sabia. Usava isso contra mim.

"Quando eu tinha sete anos, encontrei uma cobra no jardim. Decidi adota-la. Eu queria ser como ele, já que ele não me amava porque eu não era o suficiente. Quando ele descobriu, passou a ameaçar matar a cobra para eu fazer as coisas. Matei uma pessoa por aquela cobra, para ela fugir dois anos depois. Ingrata."

Inspiro, escutando.

— Depois, virou rotina. Eu não tinha nada e não teria. Quando me encontraram naquela noite eles... - inspira - Eu nem sei o porquê de estar falando isso para você.

Suspiro. — Talvez você precisasse de alguém para te escutar. Não passe a me evitar por isso, por favor.

Ele nega. — Não vou te evitar.

Silêncio. — Eu perdi a virgindade com um idiota. Minha virgindade na teoria sabe? Consentimento.

Ele me olha.

— Fui abusada quando criança por um dos colegas do meu pai.

Ele me olha. Os olhos queimando em ódio.

— Nunca contei à ninguém, nem mesmo para meu irmão. Mas eu acho que ele tem uma noção.

Ele me estende a mão. Dou a mão para ele, sem entender. Observo nossos dedos entrelaçados com fascínio.

— Por que das rosas? - olho para o céu já escurecendo.

Ele me encara e o encaro de volta. — Era a única coisa bonita dentro de casa.

Um tempo depois em silêncio, vejo ele batendo o cigarro para que as cinzas caiam.

Sorrio. — Nos clichês, o bad boy oferece o cigarro para a mocinha agora.

Ele me olha com diversão nos olhos. — Nem fodendo que eu te deixo fumar. Nunca.

Arqueio as sobrancelhas. — Por que não?

Ele aperta minha mão e aproxima o rosto do meu. Próximo ao meu ouvido, sussurra. — Porque um de nós precisa ser sóbrio.

Dou risada. — E por que eu?

Ele volta a olhar para o céu. — Por que eu não fico há muito tempo.

(...)

Depois de algumas horas em que Mattheo e eu ficamos na torre, decidimos voltar.

Nós nos beijamos. Nada além de beijos muito quentes, pois o que revelamos hoje, naquela sala, foi demais para criarmos um clima confortável.

Ele veio me guiando no escuro pelo corredor até seu quarto. Todos já haviam se recolhido e estavam em seus devidos quartos.

Fui sair de seu quarto para ir ao meu, quando ele me parou. — Fica.

Um arrepio por minha espinha. — Não precisamos transar. Não, não vamos transar. Eu só quero...

— Companhia. - sussurro, compreendendo. Eu quero isso também.

— É.

Respiro fundo. — Então me deixa tomar um banho e...

— Toma aqui. Eu... por favor.

Por fora estou calma, por dentro estou gritando. Por fora estou calma, por dentro estou gritando. Por fora estou calma...

— Mas e minhas roupas? - me viro para ele, segurando o sorriso enorme que quer escapar.

Ele sorri de ladino. — Pode usar as minhas. Mas eu realmente preferia que não usasse nada.

Agora eu sorrio também. — Pensei que havia dito nada de sexo...

Ele puxa minha cintura e apoia o rosto na curvatura do meu pescoço. Beija ali. — Eu disse? - sua voz está grossa.

— Hmmm não, eu acho que me esqueci. - eu o abraço, a mão esquerda em suas costas e a direita no seu cabelo. Sua mão em minha cintura.

— Quer tomar banho?

Ri fraco. — Por um acaso você está falando que eu estou fedendo?

Sinto ele sorrir contra minha pele, entre um beijo e outro. — Nunca.

Ele segura minha cintura com força e me puxa para cima. Minhas pernas ao redor de sua cintura quando nos leva até o banheiro privado de seu quarto.

Mattheo acende a luz e para. Seu rosto não está mais em meu pescoço. Ele observa um ponto fixo.

Olho para trás, observando de soslaio no espelho: minha bunda empinada, minhas coxas seminuas ao redor de sua cintura. Sua mão segurando minha bunda. Minha mão em seu ombro e cabelo. Sua ereção logo abaixo de mim.

— Puta merda... - sussurro. É a cena mais sexy que eu já vi.

Ele beija meu ombro. — Puta merda.

Mattheo me põe no chão. Olhando para o espelho, ele me vira de frente para o objeto e passa a beijar meu pescoço novamente.

Ele levanta minha camiseta devagar, e a joga no chão do banheiro ao tirar. Sua mão esquerda vai para meu seio esquerdo, eu sinto suas costas atrás de mim - sua ereção em minha bunda.

Ele aperta meu seio. A mão direita vai para meu pescoço, com um leve enforcamento. Ele inclina minha cabeça, dando livre acesso para beijar.

Enquanto ele aperta meu seio, beija e chupa e mordisca meu pescoço. Gemo seu nome.

— Sabe o que vai acontecer agora, princesa? - ele lambe o lóbulo de minha orelha. Nego com a cabeça, hipnotizada com sua imagem me beijando. O espelho vai me matar.

— Agora, linda, eu vou tocar você. E você vai gozar nos meus dedos como uma ótima putinha. E vai assistir tudo.

Mal registro suas palavras. Ele passa a desabotoar meu shorts e se agacha, puxando-o e a calcinha para baixo, deixando um beijo e uma mordida em minha bunda ao fazer isso.

Tiro os pés das peças, ficando livre. Ele sobe, tocando nos lugares mais indecentes e deixando mordidas e beijos, mas nunca chegando .

Mattheo se coloca por trás de mim novamente. Sua mão esquerda envolve minha cintura, me prendendo. E o desgraçado faz contato visual comigo pelo espelho - a porra do maldito sorriso nos lábios - quando a mão livre aperta meus seios, e escorrega para baixo.

Quarentena - Mattheo Riddle (SHORT FIC) Onde histórias criam vida. Descubra agora