Especial: Dia dos Pais

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Eu estava nervoso.

Tinha acordado há meia hora, e Lauren não estava na cama. Ela sempre estava na cama.

Isobel não estava gargalhando, o que me deu a entender que ela não estava acordada.

Mas onde estava minha esposa?

Sento-me na cama, o coração retumbando no peito. Ouvi algo vindo da sala.

Abri as janelas, olhando o dia cinzento. Incomum nessa época do ano.

O que está acontecendo...

Foi tudo muito rápido. A porta do quarto se abriu, minha varinha veio parar em minha mão e eu apontava o objeto na direção de Lauren e Izzie, que sorriam com os olhos arregalados.

— Pela porra de Merlin, Malfoy! - eu exasperei, de nervoso e alívio - Onde você estava?

O sorriso murchou em sua face. — Theo... Você está bem?

Jogo a varinha para a cama, deitando-me em seguida. — Estou. Só fiquei nervoso quando acordei e você não estava do meu lado. Você não tinha me avisado de nada e...

O olhar dela ficou gentil. — Eu só estava preparando as coisas.

— Coisas? - franzo as sobrancelhas sem entender - Que coisas?

A pequena Izzie, que mal sabia engatinhar, sorria no colo de minha esposa. Eu me levantei, indo até as mulheres da minha vida, beijando a testa da minha garota e pegando minha filha no colo.

Lauren saiu do quarto enquanto eu beijava as bochechas gordinhas de Isobel. Ela voltou em seguida, com um pequeno pacote nas mãos e um sorriso imenso. Atrás dela, uma bandeja de café da manhã flutuava.

— Feliz dia dos pais, amor! - ela riu, entregando-me o presente.

Pisquei, surpreso. — Que?

Lauren mordeu o lábio inferior, nervosa. — Você não gostou? Mas nem abriu ainda...

Engoli em seco, sem saber o que dizer. — É... Isso existe?

Foi a vez dela de piscar. — Isso o que?

— Hm... dia dos pais?

Lauren fechou completamente o sorriso. Izzie batia as mãozinhas em minha bochecha, falando algo na língua dos bebês. — Você... não sabia?

Nego com a cabeça. — Nunca comemorei isso, não.

Lauren mordeu o interior da bochecha, os olhos enchendo de lágrimas. — Ah Theo... agora você pode comemorar! É como o dia das mães, sabe?

— Eu só comemorei uma vez o dia das mães. Aquele, com vocês. Não parei para pensar que existiria dia dos pais.

Ela secou as lágrimas, respirando fundo. — Mas existe. E precisa ser um dia incrível para você.

— É tipo um aniversário? - pergunto, olhando para o pacotinho que ela havia me dado.

Lauren riu fraco, pegando Izzie dos meus braços. — Tipo isso. Agora volte a se deitar, finja que está dormindo e acorde comigo gritando feliz dia dos pais. Vamos, vamos!

Solto uma gargalhada baixa, revirando os olhos e colocando o presente sobre a cama, antes de voltar para debaixo das cobertas. Ouço Lauren saindo e fechando a porta, então me aconchego ainda mais no travesseiro.

A porta se abriu. — Feliz dia dos pais! - ela deu uma risada linda, e senti um peso sobre minha alombar. Mãozinhas explorando as cobertas, e um gritinho infantil quando Isobel rolou para meu lado.

Abri um sorriso, descobrindo minha cabeça e vendo minha filha deitada ao meu lado. Lauren subiu na enorme cama, deitou-se e ficou com o rosto próximo ao meu.

A loira beijou meu nariz, em seguida meus lábios em um selinho. — Feliz dia dos pais, Mattheo.

Meu coração se aqueceu. Isso era um dia especial, com uma memória especial.

Isobel engatinhou até Lauren, apoiando-se na barriga de minha esposa para ficar de pé.

Ela estava resmungando algo e dançando com as perninhas. Soltei uma gargalhada antes de pega-la e encher sua barriguinha gordinha com beijos. A bebê gargalhou.

Lauren apenas nos observava com um olhar carinhoso. Minha garota era tão linda.

Ela suspirou. — Vamos! Você precisa abrir seu presente.

A bandeja com o café da manhã estava sobre a cama. Lauren roubou um morango de uma travessa antes de pegar o embrulho e me entregar.

Olhei para ela, que sorria com orgulho. Abri a caixa média, e ali dentro havia uma pequena bacia de mármore. Tão pequena que cabia em minhas mãos.

— Uma Penseira? - franzi as sobrancelhas, sem entender.

O sorriso da loira aumentou ainda mais. — Todas as minhas memórias com você estão aí. E todas as memórias de Izzie também.

Peguei o pequeno objeto em minhas mãos, com muito cuidado. Agora, minha esposa estava sentada, com nossa filha no colo, e aquele sorriso de felicidade genuína...

— Todas as memórias? - sorrio, e vejo o jeito que ela ficou desconcertada. Sei que meu sorriso a afeta de uma maneira surreal, mas é incrível provocá-la com isso.

— É... hm... todas.

Abaixo o olhar para a pequena Penseira, correndo o dedo pelo mármore. — Então... se eu procurar aqui... vou encontrar algumas memórias de um orgasmo?

Ela corou fortemente, tampando os ouvidos da bebê. — Mattheo! Não diga uma coisa dessas na frente da Izzie.

Gargalho, puxando a cintura dela e colando nossos lábios em um beijo. — Obrigada, princesa. É incrível.

Ela mordeu os lábios, sorrindo fraco. — Eu te amo.

— Eu te amo mais. - sussurro, esfregando nossos narizes. Ela ri, afastando-se, e ergue Izzie nos braços.

— Eu te amo, papai! - Lauren disse com uma voz mais fina. Gargalhei, agarrando Izzie dos braços de minha esposa e beijando-lhe as bochechas gordinhas.

— Eu te amo, filha.

Quarentena - Mattheo Riddle (SHORT FIC) Onde histórias criam vida. Descubra agora