Capítulo 2

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Meu ex, Victor, e sua atual, Anne. Ah, qual é. Ele nem é bonito, porra! Mas meu orgulho está ferido... porque se ele não é bonito, ela é desprovida de beleza alguma! Principalmente se comparada comigo, tadinha!

Eu fui trocada por isso?!

Eles estão conversando quando Victor me encara. Ele sorri e intercala o olhar entre Anne e eu. Anne, por outro lado, me olha fixamente, parecendo insegura e querendo me matar ao mesmo tempo.

Ouço passos vindos por trás de mim, e uma mão na minha cintura. Victor engole em seco, dá um aceno com a cabeça antes de puxar Anne para irem embora.

Me viro para Mattheo, frustrada. — O que está fazendo aqui?

Ele dá de ombros. —Vim te perguntar uma coisa, mas acho que já tenho a resposta.

O encaro, esperando. Ele suspira. — Por que estava se afogando no álcool ontem?

Suspiro. — Orgulho ferido. Você viu pelo quê eu fui trocada?! - minha voz falha indignada. Ele ri.

Bato em seu ombro, com raiva. — Não ria! Acabou com meu orgulho, seu filho da puta.

Agora, ele ri ainda mais. Rio junto com ele.

Me viro e abro a porta de meu dormitório. Ele me encara, esperando. — Quer entrar? - pergunto, abrindo a porta e dando espaço para ele passar. Ele engole em seco, olha para o corredor e me olha novamente.

— Me desculpe, é que eu já tinha combinado com a Chloé que...

— Tudo bem. - eu o corto, engolindo a bola na garganta que se formou depois de ele dizer o nome dela - Vai lá. Tchau, Riddle.

— Lauren... - ele começou, mas eu já havia fechado a porta.

(...)

Fui infantil e imatura? Talvez.

Mas são tão raros os momentos em que conversamos assim...

Nós mal trocamos algumas palavras nesses últimos anos mas...

Olha, o rolê é o seguinte: eu não sei o que sentir sobre Mattheo. Não que eu deva sentir alguma coisa.

Ele é bonito. E gostoso. E cheira bem. Além de ter um humor incrível, a risada mais fofa (e rara) desse mundo, e ser muito prestativo.

Eu tenho uma quedinha no Riddle desde o terceiro ano. E ele ser filho de quem é não me importa menos: meu pai trabalha para seu pai, afinal.

Eu o considero proibido, mas não porque ele é amigo do meu irmão. Ah, foda-se o Draco! Eu o considero proibido simplesmente porque ele é o mais cobiçado da escola!

O mais bonito. O mais gostoso. O que tem a melhor pegada. O melhor e mais tudo!

Inferno de homem!

Mas eu não considero essa atração física extrema em uma paixonite, não mais. Houve uma época que sim. Até Astoria e o grupo de ratas dela descobrir que eu nutria uns sentimentos inocentes por ele, e passar a infernizar minha vida, me chantageando que iriam contar sobre meus sentimentos e blá-blá-blá. A trouxa aqui era pau mandado para elas.

Eu não queria que ele me achasse esquisita. Cá entre nós, eu era judiada há alguns anos. E não queria virar motivo de chacota.

Mas agora, eu sou muito gostosa! (O glow up vem, amigos. Sofram bullying ou tenha traumas, acelera o processo). E muitos garotos aqui de Hogwarts pagariam um boquete no pior inimigo só para me dar um selinho. Eu sou bem seletiva.

E fui trocada por uma criatura horrenda. Ahhh!!!

Cada vez que isso me vem à cabeça me dá vontade de cometer suicídio.

(...)

Já está tarde, e não quis descer para jantar. Não que eu esteja fazendo graça, mas me deu muita preguiça e descobri que eu tinha um restinho de batatinha guardada no meu baú. Foi a janta perfeita!

Eu não tenho colega de quarto. Meu quarto é grande o bastante para mais duas meninas, mas elas nunca vieram. Ou existiram.

Não que eu esteja reclamando, nunca! É a melhor coisa do mundo ter um quarto só seu em um internato.

Vira e mexe, Pansy aparece por aqui (pois tem uma cama extra). Eu tenho meu próprio banheiro, uma cama imensa e a penteadeira é só minha! Um sonho!

Não sei o porquê de Pan não se mudar para cá, já disse que não me incomoda. Mas ela não quer, então tudo bem. 

Deve ser porque o quarto dela fica de frente para o quarto do de Zabini (ela tem um tesão sem igual no moreno).

(...)

Saio do banho com a toalha enrolada na cabeça, e com um retalho de cetim ametista que eu chamo de camisola. Pansy chama de apanha-pau.

É uma camisola bonitinha: toda feita de cetim roxo, com renda preta na barra e na parte do peitoral. Com uma alcinha fininha... é tão macia!

Penteio meu cabelo em frente à penteadeira, passo creme no rosto e vou para a cama.

Decido ler um livro, pegando um aleatório na cômoda e acendendo o abajur pequeno que fica em meu criado mudo.

Mal estava no início, quando uma cena quente começou a acontecer entre as personagens. As cenas foram me envolvendo, até eu perceber que apertava meus dedos dos pés, roçava uma coxa na outra e mordia o lábio com força.

Fechei o livro, frustrada. Eu não estava imaginando as personagens durante aquelas cenas.

Já tem um tempo desde que aconteceu da primeira vez. Eu lia um romance bem erótico e quando me dei conta, o personagem que se chamava Luke na minha cabeça estava se chamando Mattheo e a garota Isabelle agora era... bom, eu.

Depois daquele dia, ter sonhos eróticos, nos imaginar no lugar das personagens e principalmente, pensar no Riddle quando vou me tocar, é a coisa mais frequente.

Ele tem a fama de ser muito bom de cama.

Não sou mais virgem. Perdi a virgindade com um idiota qualquer numa festa de veteranos ano passado. Mas ele foi o único - e foi péssimo.

Era para ter arruinado minhas fantasias sexuais - a transa horrível que tive com ele. Mas não; parece ter alimentado ainda mais meu anseio por ser fodida do jeito certo.

E lá no fundo eu sei bem que o único que eu vejo para isso, para satisfazer tudo isso... é ele.

Quarentena - Mattheo Riddle (SHORT FIC) Onde histórias criam vida. Descubra agora