Capítulo 1

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A música pulsava o sangue nos meus ouvidos. Eu olho ao redor em busca de Pansy, mas desisto de chegar até ela quando vejo-a pegando um desconhecido.

Decidi ir beber algo. O ponche de frutas da Lufa-Lufa é sempre muito bom - eles têm uma mão mágica na hora de equilibrar o álcool com o tantinho de drogas da receita- mas eu queria algo mais forte.

Eu queria beber até esquecer que meu orgulho foi e está ferido. De que fui traída por um bosta que nem era tudo aquilo.

Pego um copo de plástico vermelho e encho ele com uma vodka que encontrei debaixo da mesa. A garrafa estava escondida para trás da toalha de mesa, provavelmente não era para eu ter pego.

Ah, foda-se.

Desisto de usar o copo e simplesmente saio com a garrafa nas mãos. Já é a quarta ou quinta vez que viro o gargalo na boca, quando sinto um corpo atrás de mim.

Eu conheço aquele calor corporal.

Aqueles músculos moldados de uma maneira dolorosamente gostosa. Aquele cheiro ardente e libidinoso. Aquela mão, que agora está na minha cintura.

Nós conversamos às vezes. Ele tem um sorriso tão lindo...

O rosto está perto do meu ouvido. Acho que ele sussurra algo, mas só presto atenção na mão que agora desceu um pouco. Se descer mais uns dez centímetros e curvar o pulso, vai encostar onde eu quero que encoste. Vai encostar no lugar que você quer tocar.

A mão aperta minha cintura.

— Lauren.

Saio do transe. Encaro o garoto - muito - mais alto que eu. Maldito o dia em que eu fui ter 1,57 de altura.

— O que você quer?

Ele levanta as sobrancelhas, tipo quando alguém te pergunta "sério?". Sério.

Ele suspira, e dá aquele sorrisinho de ladino deliciosamente sexy que eu finjo odiar. É por um bem maior.

— Eu disse que você não tem idade para sair andando com garrafas de vodka por aí.

Reviro os olhos e eu sei que ele reparou nisso. — Vai chamar o meu irmão para fazer o papel dele ao invés de ficar sendo o substituto, Riddle.

Ele faz aquela feição de indignação divertida dele, e, puta merda, essa expressãozinha dele aparece bastante nas minhas fantasias.

— Eu acho que não precisamos do seu irmão aqui para colocar razão na sua cabeça, Malfoy.

Eu dou uma risada sem humor. — Engraçado. Você tem duas cabeças e mesmo assim, às vezes eu tenho mais razão que você.

Ele gargalha. Tipo, não risada, como uma risadinha desacreditada. Ele gargalha mesmo. E eu me sinto muito triunfante por saber que ele só gargalha assim comigo.

Ele se aproxima, afaga meu rosto com a mão e fecha a feição. — Me dê a porra da garrafa, Malfoy.

Eu não discuto, não vai adiantar. — Que inferno, toma. - entrego a garrafa em suas mãos, mas não antes de tomar mais um gole bem cheio. Ele me olha com reprovação mas não diz nada.

Mattheo pega a garrafa e logo toma dela. Eu vejo quando uma gota escorre por sua boca... quando ela faz seu caminho pelo pescoço, o pomo de Adão subindo e descendo quando ele engole... tão erótico.

Ele se aproxima de mim, e eu acho que não estou respirando. Até porque, se eu respirar, eu sinto o cheiro dele. E se eu sinto o cheiro dele, eu perco a sanidade.

Quarentena - Mattheo Riddle (SHORT FIC) Onde histórias criam vida. Descubra agora