Capítulo nove

80 18 40
                                    

Eu decidi fazer o que o meu coração queria, e não a mente. Por isso estava de novo naquele prédio que jurei nunca mais ver, quem dirá estar dentro.

Andei conversando com Kiba e ele conseguiu uma reunião com o príncipe, por quê será que ele tem esse apelido? Talvez seja muito metido. O Kiba me disse que foi muito difícil conseguir um horário e que eu o devia um favor, mas depois que eu o olhei feio ele mudou de ideia.

Só o que me faltava essa! Folgado.

O Suigetsu me cumprimentou assim que me viu, me fiz de cega e passei como se não o tivesse visto. Ainda lembrava de como havia tratado a mim e a Sakura.

⁠―⁠ Boa tarde. ⁠―⁠ Um homem com uma expressão séria se aproximou e me cumprimentou. Dessa vez eu correspondi.

⁠―⁠ Boa tarde moço. ⁠―⁠ Sorri. Mas foi porquê eu gostei do cabelo dele, juro que foi por isso.

⁠―⁠ O chefe está te esperando. Vou mostrar aonde é a sala dele, me siga.

Tentei decorar o trajeto que fizera até a sala, para o caso de uma emergência, porém passamos por tantos corredores que eram idênticos, com vasos e quadros repetidos (para confundir quem estiver tentando decorar o lugar, como eu), também tinha vários enfeites em todas as paredes, seria legar se um deles abrisse uma passagem secreta.

⁠―⁠ Aqui é um labirinto, não é? ⁠―⁠ Falou o homem.

⁠―⁠  Como vocês fazem para não se perder? ― Devolvi com outra pergunta.

⁠―⁠ Tentamos a sorte. ⁠― Deve ser por isso que estamos caminhando a dez minutos. Mas ele foi irônico, não foi?

Paramos em uma porta que era igual a todas as outras, mas foi a que o homem parou.

Será que ele não se enganou de novo? Não quero entrar em um banheiro masculino e pegar dois sentinelas se pegando. Não que eu acho que vá acontecer, pelo menos eu espero que não.

Pior que ser mão de vaca deve ser empata-foda.

Entrei na sala. Quando me dei conta de que esqueci de bater na porta eu quis dar meia volta.

⁠―⁠ Fique aonde está. ⁠―⁠ Ele falou para mim, e depois acenou para o homem ir embora, fechando a porta atrás de nós. Pensei que ele iria brigar comigo por ter entrado de repente, mas ele apenas disse para ficar a vontade e que já iríamos começar.

Ele fica muito atraente quando está calmo.

Quis me bater por esse pensamento.

É estranho, mas eu não sinto medo dele, quer dizer, acho que era para ter medo, mas ele não parece ameaçador.

⁠―⁠ Você me acha bonito? ⁠―⁠ Ele falou depois de um tempo.

⁠―⁠ O-Oque?? ⁠―⁠ Respondi.

⁠―⁠ Não se assuste, é que não parou de me olhar desde que chegou. Não desvie o olhar, mas diga, de que cor é o tapete desta sala? ⁠―⁠ Agora ele me pegou.

⁠―⁠ É branco. ⁠―⁠ Arrisquei.

⁠―⁠ É roxo. ⁠―⁠ Começou a rir, acompanhei o riso um pouco nervosa.

Me sinto uma criança que aprontou e que foi descoberta. Ainda bem que ele mudou de assunto rápido.

⁠―⁠ E então.. Hinata, qual a sua proposta?

Ele fala como se fosse algo realmente importante para ele. Não tinha uma proposta em mente, mas teria que improvisar para não parecer despreparada.

⁠― Então príncipe, pensei em fazermos, quer dizer, eu e outras pessoas fazermos uma vez por semana, uma doação de itens como roupas, brinquedos, livros ⁠―⁠ Ele arqueou uma sobrancelha. ⁠―⁠ Livros educacionais se você permitir é claro. ⁠―⁠ Eu tinha uma noção de que ele talvez recusasse a parte dos livros porquê um livro enriquece uma pessoa intelectualmente, e isso tiraria muitas pessoas da pobreza e consequentemente da favela, e não sei se ele quer isso.

⁠―⁠ Sim, continue.

⁠―⁠ Você permite? ⁠―⁠ Perguntei já toda esperançosa. Seria maravilhoso se ele permitisse isso.

⁠―⁠ Claro.⁠―⁠ Acho que ele é uma pessoa legal agora.

⁠―⁠ Continuando, outras coisas podem ser doadas, menos comida. Kiba me contou que não aceitavam comida.

⁠―⁠ Já tivemos problemas com isso no passado.⁠―⁠ Ele explicou.

⁠―⁠ Entendi... Também tinha pensando em ter um lugar específico para isso, e não exatamente naquele lugar onde fizemos da primeira vez.⁠―⁠ Eu sei, isso deu um duplo sentido horrível. Não consegui esconder o meu embaraço, o que fez ele rir de mim, de novo.⁠―⁠ Q-Quer dizer, um lugar diferente e apropriado para isso, aonde tenha segurança mas que não precise de nenhum dos seus homens lá.

O príncipe juntou as mãos e inclinou seu corpo contra a mesa.

⁠―⁠ Isso não é possível.

⁠―⁠ Mas... Quer dizer, é só dizer para as pessoas que naquele lugar não pode acontecer assalto, tiroteio nem nada do tipo.

⁠―⁠ As pessoas aqui não respeitam ninguém por vontade própria, sempre foi preciso ter uma forte imposição. Sinto muito Hinata, mas para a sua segurança precisamos botar alguns dos meus homens lá. ⁠―⁠ Murchei na cadeira, não queria mais envolvimento com a Força. ⁠―⁠ Eu gostei da sua ideia, é muito corajoso da sua parte vir até aqui propor algo assim para mim.

Quis concordar com ele, era realmente muito corajoso da minha parte, e realmente pensei em desistir mas... A imagem daquelas crianças veio na minha cabeça. Mas vou apenas agradecer, não quero que o príncipe fique com a ideia de que acho eles do mal. Quero que pense que eu tenho domínio da situação e que estou totalmente tranquila, mesmo que não seja a verdade.

⁠―⁠ Obrigada príncipe.⁠―⁠ Ele acenou.

⁠―⁠ O Itachi, o homem que te trouxe até esta sala está te esperando para te levar até a saída, para que você não se perca no caminho. ⁠―⁠ "e também não bisbilhote nada" quis acrescentar. ⁠―⁠ Até outro dia.

Até nunca mais!

⁠― Até.⁠― Mostrei o meu melhor sorriso para ele, aquele que é forçado mas que ninguém repara. Tenho que ter cuidado com ele, seria ruim para mim se ele interpretasse alguma frase ou expressão errado da minha parte. Como disse, eu ainda tenho muita coisa para fazer ainda. Tenho amor pela vida. Mas confesso que não tenho desprezo por ele, e tampouco tenho alguma afeição.

Estou ansiosa para voltar para a minha casa!

Segui o homem de cabelos bonitos, que agora sei que se chama Itachi. Conversamos durante o caminho, nenhuma novidade, imaginei que não me entregaria nenhuma informação relevante sobre a força de bandeja. Quer dizer, saber a quantidade sofás que tem na sala de descanso não me é nada útil, e só para constar, tem oito sofás.

Estou feliz por ter conseguido vir para cá de novo, por ter ido de cabeça levantada e saído de mãos abanando. É estranho a minha situação atual, mas é por uma boa causa. Eles são uma ponte para o que eu preciso fazer, quer dizer, para o que eu gosto de fazer. Nunca me forcei a fazer caridade, acho que tira a graça da coisa, o legal é fazer quando se sente bem, leve. Eu não sou muito leve não, meu corpo no caso, mas meu espírito fica quando faço doação.

⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠⁠―⁠―⁠⁠―

Feliz ano novo gente!!! Fiquem na paz, boa noite 😘

A Princesa Hyuuga Onde histórias criam vida. Descubra agora