Hoje irei visitar minha família. Já fazia duas semanas que não os visitava, estava com saudades, e talvez não falasse em voz alta, mas sentia muita a falta da minha irmã mais nova desde que eu me mudara para a cidade.
Minha família morava no interior do Rio de Janeiro, era longe da sua casa, mas não o bastante para que os encontros sejam apenas em datas comemorativas, então sempre que tinha um feriado ela aproveitava e passava o uns dois ou três dias com a família. Infelizmente o feriado seguinte seria no final do próximo mês, o que levaria muito tempo para chegar, então decidi fazer uma visita de bate e volta. Na noite deste mesmo dia já estaria em sua casa.
Enquanto sua moto passava por ruas estreitas e sem asfaltamento, Hinata pensava sobre o que tinha acontecido no dia anterior, quando havia se encontrado com Kiba. Ele era uma pessoa bastante agradável, e se não fosse no sentido romântico, pelo menos é na essência.
Passado alguns instantes, Hinata estaciona a moto em frente a um belo e rústico portão de madeira. Este portão foi construído por seu pai e por sua irmã, esta que sempre acompanhava o pai em tudo o que ele fizesse, e fizeram juntos o portão. Isso foi há muito tempo atrás, eram crianças. Hoje Hinata morava sozinha na cidade, trabalhando em um banco, e Hanabi morava com a família, fazendo faculdade de advocacia em uma cidade vizinha. Ela era o orgulho da família, e mesmo que tivesse ficado com ciúmes no começo, eu sabia que ela merecia toda a atenção que recebeu, minha irmã faz por merecer.
Parei na frente do portão e comecei a bater palmas.
― ÔOOOOOO DE CASAAA. ― Chamei calmamente. Em alguns instantes veio um cachorro latindo em minha direção. Depois surgiu meu pai.
― Oi pai. ― Ele abriu o portão o suficiente para que eu conseguisse passar, mas não o bastante para que o cachorro possa fugir.
― Oi filha. ― Ele me deu um abraço desajeitado, batendo nas minhas costas igual um homem de meia idade faz quando está contente. ― Elas estão lá dentro. ― Eu sabia que ele se referia a minha mãe e a Hanabi, então corri para dentro.
Encontrei as duas na cozinha, uma lavava a louça e a outra secava. Nem esperei elas me olharem e já dei um grito e as abracei.
― Pensei que era um bezerro. ― Hanabi falou, ela sempre foi um amor de pessoa.
― Ô minha filha linda, que saudade a mãe tava de você. ― Ela me deu uma abraço apertado.
― Eu também estava morrendo de saudade... Até de você Hanabi. ― Fiz um sinal com a mão que entre nós duas significava "boba", era algo que criamos para provocar uma a outra. Ela acabou de me retrucar fazendo o mesmo sinal em minha direção. Depois disso nos abraçamos.
Mais tarde
Hanabi olhava atentamente para mim enquanto eu contava histórias sobre a minha vida, falando sobre como era morar na cidade e na área comercial do Rio. Falei sobre os pontos positivos, como a quantidade infinitas de lojas e opções de comida, e contei os aspectos negativos como o trânsito, a violência e o barulho. Apesar de tudo isso, parecia que Hanabi ainda estava interessada.
― Hinata... ― Ela juntou as mãos em forma de prece. ― Eu posso morar com você?
Nessa hora o meu sangue até gelou, a única coisa que se passou pela minha cabeça nesse momento era: ela demora meia hora no banho.
Eu estava ferrada se ela fosse comigo.
― E as suas aulas? ― Tentei levar ela na conversa.
― Já vamos entrar no período de férias, vamos hina-chan. ― Ela começou a fazer carinho na minha mão e a me olhar com cara de pidona. ― Eu prometo te ajudar com as despesas da casa.
Aí o problema está resolvido!
― Se for assim, então eu deixo.
― Ebaaaa, vou contar agora mesmo para o pai e para a mãe. ― Ela deu uma volta pela casa antes de voltar aonde eu estava. ― Está tudo certo! Já vou fazer as malas. Muito obrigada irmã, você é um anjo! ― Dito isso ela me deu um beijo na testa e foi correndo para o quarto.
Eu me sentia bem, era realmente divertido estar na presença de Hanabi, e se for apenas uma ou duas semanas, acho que está tudo bem para mim. Fui procurar o meu pai para conversar.
― E aí pai, vai sentir saudade da Hanabi?― Ele estava no quintal colhendo batata doce.
― Talvez. ― Ele nunca admitiria, é pesado demais para ele admitir que ama as filhas. ― Cuide dela, as vezes ela não olha por onde anda. ― E então voltou sua atenção para a horta.
Já estava escurecendo, sinal de que precisávamos ir. Como já tinha me despedido do meu pai, aproveitei e já abracei a minha mãe para que Hanabi e eu fôssemos para a minha casa.
― Fique bem minha filha, dessa vez eu não vou ter como te dar verduras ou bolo porquê você já vai estar levando a mala da Hanabi, que é um pouco pesada.
― Está tudo bem mamãe, dá próxima vez eu levo um bolo seu.
― Está tudo bem mamãe. Se a moto aguentou a Hinata até agora, não é uma mala que vai fazer ela cair. ― Hanabi apareceu com uma mala que parecia ter metade do seu tamanho.
― Filha eu vou cortar a sua mesada se disser algo ofensivo de novo. ― Nossa mãe falou, ou talvez ameaçou.
― Não mamãe! Eu juro que era brincadeira. Olha, lá na faculdade a gente faz esse tipo de piada. Na verdade foi a Bianca que começou sabe? Ela que tinha aquele namorado albino lá, que traiu ela na semana passada lembra? Então, aí...― Ela deu uma volta tão louca que no fim a nossa mãe já estava até sem saber o porquê tinha brigado com ela.
― Quer saber? Chega! Não quero saber quem é o Gustavo, não me importa se o Matheus bateu a moto ou se a Luísa estudou na casa da Bianca ontem. Agora eu vou descansar. Se cuidem crianças, a mãe ama vocês.
― Tchau mãe! ― Falamos ao mesmo tempo.
― Aproveita que a Hanabi vai ficar fora, e descansa bastante. ― Dei um ênfase na palavra bastante, para que minha irmã perceba que ela dá trabalho (na verdade isso é mentira, ela é um anjo) e para provoca-la mesmo.
― Vai caga Hina. ― E deu um tapa na minha bunda.
― Eu também te amo Hanabizinha, ou deveria dizer "Habazinha"? ― Corri pelo terreno que nem um raio.
― HINATA VOLTA AQUI AGORAAAA. SE NÃO... SENÃO EU VOU USAR TODOS OS SEUS SHAMPOOS IMPORTADOS.
Nessa hora o meu corpo decidiu por vontade própria que ele queria voltar para aonde a minha irmã estava.
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A Princesa Hyuuga
DragosteHinata tem uma vida tranquila e calma, mas nem sempre foi assim. Quando criança tivera uma infância repleta de traumas e escassez, por muitas vezes passara por dificuldades, já havia lhe faltado comida e roupas, mas fora salva pelas constantes doaçõ...