Capítulo vinte e um

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Hinata

Estou esparrama na cama fazia horas. Era tão bom deitar sobre algo macio depois de dias dormindo em um colchão velho. Fui deixada em um quarto junto com o Shino, eu não estou muito preocupada em relação a isso, mas sim o que pode vir a acontecer com a gente. O Óbito já deixou explícito que nossa estadia seria breve, mas o que aconteceria depois?

Acho que ele estava falando sério quando disse que o Naruto viria me buscar.

Mas eu não entendo, porque ele deixaria o Naruto me buscar tão facilmente depois de ter me prendido aqui por tanto tempo, já estou faz duas semanas no total. É muito tempo. E ele simplesmente resolveu que seria da forma mais tranquila possível? Isso é muito estranho.

Não confio nesse cara.

― Ele está tramando alguma coisa.― Shino falou.― Ele não está fazendo esse alarde todo para sair de mãos abanando.

― Você é oque do Madara mesmo? ― Perguntei.

― Sou o conselheiro dele, por que?

― Nada é só que ele pegou o conselheiro de um e a "namorada", pelo menos ele acha que sou isso do Naruto. Ele vai acabar com os dois. ― Apoiei a minha cabeça no travesseiro, Shino estava na outra cama de solteiro que tinha no quarto. Ele me encarava, parecia estar tendo uma confusão interna.

― Somos iscas, e estamos atraindo tanto a Força quanto o Vento para cá. É uma cilada. ― Concluiu.

― Exatamente! ― Bati a mão contra o travesseiro.― O Óbito quer que eles venham para cá, então isso significa que ele já tem tudo planejado. Isso é péssimo.

― Você deveria deixar o Óbito ocupado, assim ele não teria tempo para ordenar que executem seja lá qual plano ele tiver em mente. ― Minha barriga se contraiu com o que o Shino disse, eu não posso fazer uma coisa dessas, eu não sou assim.

― Eu não vou fazer isso, se quiser vá você. ― Joguei um sapato em sua direção, rindo quando por pouco acerto em sua cabeça.

― Vai caga, toma essa! ― Ele jogou um travesseiro em minha direção, mas o travesseiro foi lançado em alta velocidade para a parede, havia um furo nela. Shino correu para ver o que tinha acontecido e me mostrou o travesseiro com um furo, ele tinha sido atingido por uma bala, e ela atravessou a parede também.

Mas porque não teve barulho de tiro?

Sou jogada contra o chão, Shino está do meu lado deitado contra o piso. Escutamos quando um tiroteio começa do lado do nosso quarto. Várias balas atravessam a parede acima de nós, algumas de outros lados também, parecia não ter uma ordem, de qualquer lado poderíamos ser atingidos.

― Aquele primeiro tiro foi com um silenciador não é? ― Shino não teve tempo para me responder, pois a nossa porta foi escancarada por alguém.

― Eles estão aqui. ― Gritaram para alguém do lado de fora. ― Ok, vou levá-los junto. ― Disse o homem com um fuzil na mão. Não pudemos fazer nada a não ser seguir ele.

Fiquei desapontada quando ao invés de encontrar o Naruto do lado de fora, encontro o Óbito com um sorriso malicioso.

― A garota fica comigo. ― Ele disse. Sou jogada em sua direção pelo homem de antes. Vejo quando Shino me dá um último olhar preocupado antes de ser arrastado pelo homem com o fuzil. ― Fica tranquila, o seu amigo vai ficar bem. Você vai ser o meu escudo, sei que o príncipe não vai fazer nada enquanto você estiver sob o meu domínio. ― Ele sorriu enquanto fazia carinho em minha cabeça. ― Agora vem. ― Me puxou rudemente atrás de si.

Uma janela do corredor explodiu, por sorte era longe o bastante para não nos atingir. Me sentia amedrontada agora, mas o homem ao meu lado parecia bastante seguro de si. Escutei vários tiros vindo de todas os lados possíveis, nenhum lugar parecia seguro, inclusive esse. Apareceu um grupo de homens com o uniforme da Sombra atrás de nós, eles pareciam estar nos acobertando.

― Porque você está fazendo isso? ― Perguntei para o Óbito. Ele nem se deu ao trabalho de me olhar para responder.

― Alguém tem que dar uma lição no seu namorado, ele está passando dos limites. Além disso, o Madara não estava colaborando comigo nesses últimos meses, então é uma cajadada em dois coelhos de uma vez só.

― Você não vai matar ele não é? ― Minhas mãos tremiam de medo.

― Claro que não, eu nunca faria isso meu bem.― Seus dedos se enlaçaram com os meus, e fui levada para uma sala. Ele se aproximou mais de mim e então sussurrou no meu ouvido: ― Adeus princesa.

A porta se fechou e fiquei trancada sozinha na vazia sala branca. Não havia nada ali dentro, nem janelas tinham, apenas uma porta de enfeite, e essa porta era a minha saída.

Eu não pude quebrar a porta da prisão, mas a dessa ninguém vai me impedir, Shino não está aqui.

Arrumei o meu sapato no pé, deixando o mais preso possível para que não saísse com a pancada que eu daria na porta.

Uma, duas, três.

A porta ainda estava ali, e eu estava no chão com câimbra na perna.

Droga, eu nunca vou sair desse jeito.

Batidas soaram da porta.

― Tem alguém aí?― Não pode ser, eu vou matar o Kiba.

― Hanabi, sou eu! Me tira daqui.― Gritei. A porta abriu quando alguém disparou contra a fechadura. Não sabia que a minha irmã atirava tão bem. ― Eu não acredito! Eu vou matar o seu namorado. ― Falei antes de abraçar ela.

― Ele não teve culpa, eu o ameacei. Não posso ficar de braços cruzados sem fazer nada. Eu não iria suportar mais um dia sem você. ― Não queria soltar ela, mas não tínhamos tempo a perder. A qualquer momento poderiam sentir a minha falta.

Corremos em direção oposta a qual eu vim, para a chance de nos encontrarmos com alguém da Sombra seja a mínima possível. Mas não teve efeito, assim que viramos o corredor já demos de cara com nada mais, nada menos que Karin, uma integrante da Sombra.

― Por favor, não quero te machucar. ― Falei.

― Eu também não. ― Ela respondeu enquanto me estendia a mão.

― Ah, mas eu quero! ― Hanabi empurrou Karin para a parede e desferiu vários socos em seu rosto. ― Isso é por ser cúmplice daquele psicopata. E isso...― Minha irmã pegou ela pelos cabelos, deixando sua cabeça encurvada para a frente, para que pudesse aplicar um golpe contra sua nuca. Karin caiu inconsciente no chão.― Isso é pela minha irmã.

Estou em choque para falar qualquer coisa, não sabia que Hanabi tinha tanta força.

― Me desculpa, me desculpa. ― Falei para a mulher inconsciente no chão, ela sobreviveria, mas acordaria com dores terríveis na região da cabeça e pescoço.

Conseguimos nos esconder de outros soldados da sombra, e pegamos uma arma cada uma. Não sei qual era o estilo, mas era um pouco pesada para carregar por aí. Não é o tipo de coisa que você encontra no mercado para comprar.

Chegamos no final da zona considerada "segura". Tínhamos chegado ao hall de entrada, ao salão aonde acontecia boa parte da batalha. Tinha várias pessoas lutando naquele espaço. Fiquei insegura sobre continuar ou não, então me virei para minha irmã para ver o que faríamos, mas nessa hora eu peguei no flagra um homem da Sombra atrás dela, prestes a acerta-la. Não tive muito tempo para pensar, apenas abracei e a troquei de lugar comigo, recebendo o impacto de um golpe na parte de trás da minha cabeça. Meu corpo ficou mole sob os braços de Hanabi. Lembro de escutar a minha irmã gritar quando fomos separadas. Tentei dizer para fugisse, mas felizmente ela já o tinha feito a muito tempo.

No fim das contas eu havia sido pega novamente.

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