Capítulo dezenove

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Hinata

O que acontece com alguém que some de repente? Será que as pessoas próximas ficam preocupadas? Será que alguém liga pra polícia ou então para os pais? E se meus pais já souberem do meu sumiço? E a Hanabi? Ainda bem que ela está com o Kiba, ele vai cuidar dela por mim.

Não vou poder saber o que aconteceu com eles e nem com ninguém se eu não sair viva daqui. Já faz uma semana que eu estou nesse buraco, uma semana sem trabalhar, uma semana sem falar com ninguém além do outro prisioneiro da cela ao lado. Uma semana sem ver ele.

Será que o Naruto está sentindo a minha falta? Será que não encontrou uma outra garota gentil que gosta de ajudar os outros? Não quero ficar pensando nisso. Esse lugar está me sufocando.

Chutei a porta da cela com força. Não tem ninguém nos espiando, mas tem uma câmera no corredor, com certeza tem alguém nos monitorando por um computador.

Eu vou chutar o primeiro que eu ver na minha frente. Quero saber quem está por trás de tudo isso, ele vai ver só! O meu chute é potente.

Chutei de novo a porta. Uma hora ela vai quebrar e eu vou poder sair daqui. Não é como se tivesse alguém aqui para me impedir de fugir, eles só trazem comida e água uma vez por dia. A água tem um gosto horrível (certeza que tiraram do vaso sanitário para economizar), e a comida parece uma sopa gelada com pouco, ou quase nenhum tempero. Eu vou chamar o gerente desse lugar, ele vai levar uma surra.

Chutei de novo a porta, dessa vez ela entortou um pouco pra frente.

― CHEGA. ― O meu colega de cela gritou. ― Não está vendo que este lugar não é uma prisão de esquina? Eles vão te detonar se você sair da linha. Está vendo aquela câmera? ― Ele apontou para a câmera do corredor. ― Eles estão monitorando cada passo meu e seu. Estão nos observando o tempo todo, podem estar até nos escutando agora. Por favor, não quero ver eles levarem você. ― Escutei um barulho de algo caindo no chão, e então o Shino sussurrou. ― Eu não quero perder você também.

Me sinto horrível agora.

Shino e eu viramos amigos durante essa semana, ele me conta piadas quando o tédio chega, mas também é um ótimo ouvinte quando preciso. Eu não sei a quanto tempo ele está aqui, mas sei que conhece esse lugar melhor do que eu.

E ele deve saber de alguma coisa para estar me alertando agora.

― Me desculpa Shino, eu não entendo sobre esse lugar, nem sei porque estou aqui, e-eu só queria ir pra casa. ― Esperei por sua resposta, mas ele não disse nada, então perguntei: ― Você está a quanto tempo aqui? Sabe me dizer?

― Eu estou aqui faz um mês.

― Isso é muito tempo! Eles não te falaram nada? ― Perguntei.

― Não, apenas ficaram fazendo o mesmo que estão fazendo com você agora, estão observando, esperando. Acho que não querem nada da gente. Mas estamos aqui com algum propósito, só não sei qual.

― Entendo...

― Desculpa por ter sido grosso antes, é que eu não quero passar por isso de novo. ― Houve um momento de silêncio, eu o incentivei a continuar.― Quando eu cheguei aqui, era eu e mais um colega de trabalho. Nós fomos jogados aqui, e assim como você, o meu colega perdeu a paciência e começou a chamar a atenção, ele foi longe demais quando jogou o prato de comida na cara dos guardas. Ele foi imediatamente levado para outro lugar, e sei que não soltaram ele. Quando vi esse guarda me entregando comida no dia seguinte, ele falou sobre a vida ser curta demais para quem sai da linha. E então não disse mais nada depois disso.

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