Capítulo cinco

98 18 18
                                    


O dominador


Se engana quem pensa que eu sou um ingênuo e bonzinho moço. Durante os últimos anos, mas intensos na favela, eu, Uzumaki Naruto, posso dizer que já vi de tudo nessa vida.

Comecei essa vida quando ainda era garoto. Desde aquela época eu já sabia que estava fadado a esse mundo, quem entra em um mundo assim não consegue sair facilmente, e não sei se vale a pena sair, quer dizer, não tem ninguém lá do outro lado me esperando.

Nunca teve.

Aprendi desde novo que o mundo não é para os fracos, e que se eu quisesse sobreviver precisaria lutar para ter o meu lugar, um lugar de respeito e vitória.

― Bom dia chefe.

―⁠ Bom dia Suigetsu. ―⁠ Assim como todos no prédio, ele fazia parte da minha gangue. Não éramos tão ruins assim, apenas fazíamos o que era necessário para sobreviver na pesada e rígida hierarquia de poder da favela, onde quanto mais forte você se mostrava, melhor era tratado.

Com o título que me foi dado eu tinha que manter as aparências, então mesmo que não gostasse muito, eu fazia coisas que não me orgulharia de contar para alguém. Como por exemplo, outro dia tive que mandar um homem ser esquartejado por ter olhado de cara feia para mim. Não tinha o que fazer, ele pediu por isso. Ninguém pode desrespeitar um chefe de quadrilha. E ninguém faz gracinhas para mim, ainda mais no meu território.

―⁠ Alguma novidade? ― Perguntei para o meu grupo.

―⁠ O vigias encontraram dois instrusos nessa madrugada. ―⁠ Esperei ele dar mais informações. ―⁠ Não sabemos quem são, mas já vamos descobrir.

― Como não sabem?? Foram pegos de madrugada, e já são dez da manhã! Eu não quero ter que me incomodar com isso.―⁠ Minha voz calou a de todos os presentes, eles sabem do meu temperamento difícil.

―⁠ S-Sim senhor Uzumaki, já vou resolver isso. ―⁠ O subordinado saiu apressado do recinto.

―⁠ Mais alguém? ―⁠ Perguntei para o que sobrou do amedrontado grupo de homens daquela sala. Parecia que sairiam correndo a primeira ordem que eu desce. Um jovem e corajoso subordinado levantou a mão.

―⁠ Fale Deidara.

―⁠ Hoje é dia de pagamento. ―⁠ Disse.

―⁠ Perfeito. Homens, peguem as armas, está na hora da ronda. ―⁠ Eles começaram a se animar e a comemorar, antes olharam para mim para ver se podiam, e no meu sinal saíram da sala, cada um indo a um ponto específico pegar a sua recompensa pelo trabalho duro que faziam.

Todos entraram em carros idênticos, eram carros luxuosos e práticos, perfeitos para sair em uma corrida, e bonitos o bastante para serem reconhecidos à quilômetros de distância. Eram todos da cor prata, e cada um tinha um símbolo que era especificamente para cada unidade da região, tudo era controlado aqui, tudo era vigiado por membros da quadrilha. Já não lembro a quantidade exata, mas temos no nosso time a quantidade de homens de quase metade da população desta região da favela da Rocinha. Dominamos apenas um quarto dela, parece bastante, mas para mim não é o suficiente. Um dia pretendo dominar toda a região.

Eu nem sempre fui assim. Já tive grandes sonhos, já fui uma pessoa bondosa e honesta quando era pequeno, até que...

O carro parou em frente a um casebre.

―⁠ Eu vou esperar dentro do carro, vão só dois homens na casa. ―⁠ Saíram dois dos sete homens que estavam dentro do carro. Sempre que Naruto precisava sair, era acompanhado por três ou mais guardas. Todo cuidado é pouco.

Alguns minutos depois saíram da humilde casa os dois homens da Força, que é o nome da minha "gangue". Nós oferecemos serviços aos habitantes do nosso território, aos cidadãos oferecemos internet, gás e água. Não posso garantir a melhor qualidade, mas é a única opção que eles tem. Todas as quadrilhas fazem isso nas regiões dominadas, é bom para os negócios, é uma fonte extra de renda. A principal é o tráfico. O tráfico de tudo que você possa imaginar, menos de crianças e mulheres, isso a Força não permite, não trabalhamos nesse ramo por respeito aos mais indefesos. Sei que não sou o melhor homem do mundo, mas pelo menos não desci a esse nível.

Não tenho família, mas imagino que seja dolorido perder um filho ou uma esposa, eles são o elo mais sentimental da família, o que sustenta a base de uma família, os homens são as laterais, um caso a parte, não menos importante, mas sim o complemento da coisa.

Bom, pelo menos é isso que diz nos livros.

Eu queria ter alguém para chamar de minha, mas não posso. As mulheres tem medo de mim, e as mais corajosas não fazem o meu tipo, elas geralmente querem de uma forma ou outra me dominar, e podem ser espiãs de gangues inimigas que podem tentar controlar o meu pedaço do bolo, o meu um quarto das terras da favela. Existem subquadrilhas em todas as partes, elas são poucas, mas mesmo assim, se unirem forças podem acabar nos dominando. Por isso e outros motivos, reunimos entre os chefes e planejamos formas de atiçar umas as outras, para que tenham rivalidade entre si e nunca se unam. Os chefes dos chefes, donos das quadrilhas assim como eu, nós somos chamados de príncipes, nunca reis, pois os reis tem domínio sobre tudo, e os príncipes tem apenas uma parte.

Por respeito aos outros príncipes, eu deixo que me chamem por esse apelido, mas não gosto muito, ele me lembra que não sou dono de tudo, e isso me deixa irritado.

O engraçado é que a realeza no passado tinha os subordinados, os empregados, os cidadãos e inimigos, além disso tinham família, tinham esposa ou ao menos uma companheira, e isso eu não tenho...

A Princesa Hyuuga Onde histórias criam vida. Descubra agora