Alfosno sabia que aceitar a proposta de Anahi para ir até a sua casa era suicido emocional, mas a cabeça dele já estava confusa e latejando, então não recusaria ajuda.
Pelo menos foi isso que ela alegou ao fazer o convite.
De todo modo, ele também estava preocupado com ela. Anahi estava nervosa e ele queria entender o que Alexander queria. Toda vez que a cena do rapaz debruçado sobre o pescoço dela voltava a sua mente, Alfonso apertava com força a sua coxa, querendo, no fundo, estar apertando o pescoço do desgraçado. Precisou respirar fundo varias vezes para a raiva não tomar o controle do seu corpo. Ver uma Anahi toda encolhida do lado oposto do banco do táxi, frágil e assustada, o fazia voltar a si. Ele apertou novamente os dedos contra a coxa, mas dessa vez não para conter a raiva, mas sim para refrear a vontade que tinha de envolvê-la em seus braços e cuidá-la. Nem o tempo fez com que ele deixasse de ser sensível às necessidades e emoções de Anahi. Ela despertava nele tanta ternura e um senso de proteção que, aliados à forte atração que ele sentia por ela, resultavam um sentimento que transbordava do seu ser.
Os olhos de Anahi contemplavam a noite atraves da janela do carro, e ela também permaneceu quieta. Ele a espiou de rabo de olho, mas ela nem pareceu perceber, continuou fitando o breu como se quisesse se fundir a ele. Conhecendo-a bem, ele achou melhor deixá-la assim.
Os pensamentos dos dois divagaram em diferentes rumos e ninguém percebera o tempo passar. Quando o táxi foi parando aos poucos, Anahi percebeu que haviam chegado. Estava tão atordoada, era como se despertsse de um sono de longas horas. Ela balançou a cabeça para os lados e, quando deu por si, Alfonso ja tinha saltado e estava do lado de fora, abrindo a porta para ela. Foi ainda em silêncio que os dois adentraram o pequeno prédio residencial. Anahi pareceu sem jeito ao pararem em frente as escadas.
- Desculpe, eu devia ter te alertado sobre isso. Você está machucado, consegue subir?
Alfonso encarou o pequeno lance de escadas a frente deles e depois fez um gesto afirmativo com a cabeça.
- Não se preocupe, estou mais machucado no rosto.
Foi de forma lenta que os dois subiram até chegar ao segundo andar. Ele não se surpreendeu quando Anahi abriu a porta e ele se deparou com as luzes da sala acesas. Ela sempre fazia aquilo.
- Me espera aqui. Eu vou vestir algo mais confortável e buscar alguma coisa para passarmos nesse machucado. Pode focar à vontade.
Quando ela seguiu pelo pequeno corredor que levava aos outros cômodos da casa, ele sabia que ela ia demorar mais que o esperado. Com certeza usaria aquele tempo para colocar a cabeça no lugar. Sem alternativa, Alfonso vagou pela sala.
O apartamento era pequeno, a sala era conjugada com a cozinha e, pelo que os olhos dele puderam captar, só havia um quarto e o banheiro. Mas o que realmente chamou atenção dele foram os vários porta-retratos que estavam dispostos sobre uma estante próxima à varanda.
Ele se aproximou, curioso.
Sorriu ao ver uma Anahi criança no colo dos pais. Ela estava segurando um algodão doce enquanto gargalhava sob os olhares contemplativos de Erika e Arthur. Era aquele tipo de fotografia espontânea que era mais linda que qualquer pose ensaiada. Ao lado deste, havia um porta-retrto dela com Brad, Christian, Dulce e Maite. Estavam caracterizados e ele reconheceu como sendo algum dos camarins da Petit Art. Seus olhos miravam todos os detlahes das fotos, e a mente dele se invadiu de lembranças bonitas quando seus olhos se fixaram na foto em que uma risonha Anahi estava sentada no colo dele. Ele olhava para ela como se a venerasse. Estavam na casa dela. Maite havia fotografado aquele momento numa das diversas reuniões entre amigos que eles tiveram lá.