Capítulo 2 -

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Já se embriagou da vida?

Chegou a ter uma convulsão que tornou cada parte de seu corpo trêmulo após exagerar demais? Eu já, e posso lhe afirmar que foi uma sensação deliciosa. Uma sensação calmante, extasiante, arrebatadora.

Porém estava envenenado.

Você me deu vida, a tirou, me matou. Jamais aceitei me entregar aquela sensação de liberdade novamente, pois ela me levou até ti que me tirou de mim.

Devo lhe agradecer pela bebida Ruby, mas já estou bêbado o suficiente.

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Ainda com o efeito do álcool invadindo meu corpo, me recordo perfeitamente que naquela noite a gasolina do carro havia acabado.

- Isso é sério? - Arqueio as sobrancelhas com a cabeça tombada para a garota que ainda segura firmemente o sorriso nos lábios.

Dessa vez pelo menos os lábios dela estavam mais puxados para cantos diferentes, fazendo seus olhos se destacarem mais ao arregalaram de forma quase que imediata e sendo rapidamente relaxados para algo mais disfarçado daquela quase careta. A mulher estava sem graça e tentando pensar rápido em uma resposta para não parecer ter falta de profissionalismo ou má sorte.

- Não estava preparada para uma viagem tão longa - essa foi a sua desculpa. Tentando fugir do meu olhar de descrença em sua fala, ela inspeciona a rua sem movimentação, havia apenas carros e motos encostados próximos às casas.

- Poderia ter parado em um posto de gasolina. Pelo oque contei, passamos no mínimo por três.

- Foram cinco. - Ruby me corrige, mas abaixa os ombros quando percebe que isso só me dava mais motivo para reclamação. - Não poderia perder um cliente que se ofereceu em pagar tanto. - Pigarreou em seguida abaixando a cabeça para encostar a testa contra o volante.

Ruby parece mais nova do que eu e para ter aceitado dirigir para um homem que antes estava a gritar com ela na rua pensando apenas na recompensa, deve ser só mais uma jovem adulta precisando de dinheiro.

E o que eu tenho haver com isso?Absolutamente nada.

- Que pena, acabou de perder. - Falo em tom debochado saindo do carro após deixar a garrafa de bebida em cima do banco. Começo a andar mais consciente do que da última vez que fiquei de pé, mas parecia que minha coluna estava sendo empurrada para trás, então pisava incerto, com medo de cair.

- Espera! - Viro minha cabeça seguido do meu corpo olhando para Ruby parada ao lado do carro.

Aquela mulher tinha corpo de adulta, mas estilo infantil. Tênis alto com estampa de oncinha, uma calça verde com desenhos de patinhos no que formava um bolso, a blusa estava escondida -  por baixo do sobretudo vermelho cereja - , mas não me surpreenderia com algum personagem de desenho infantil.

Amor Entre Chamas.Onde histórias criam vida. Descubra agora