Teu cheiro me guiou a te conhecer, por isso apoiava minha cabeça em teu ombro e respirava o teu perfume até que a fragrância se espalhasse em alguma parte de mim, porque o medo de lhe perder vinha muito em minha mente, mas não perderia sua presença, pois saberia aonde reencontrá-la; mapeei teus traços, nomeei as pintas em teu rosto - por vezes eu passava o dedo sobre duas que se localizam em tua nuca - e por elas seguia até conhecer tua boca que me deu fonte de calma e energia, fez dois opostos ao mesmo tempo, surgirem em meu corpo, quando entrou em contato com a minha - nenhum desses opostos fora ruim sentir pelo curto tempo que tive o prazer e me senti digno por poder; teus olhos me examinavam até decidirem me dar uma anestesia, relaxava admirando eles ou te admirando em um todo, como um tolo apaixonado.
Ó poeta, tu me fizestes promessas, mas também me disse que cada afirmação era incerta, então eu aprendi que o futuro traçado com o tempo em que estamos abala nosso presente pelo anseio de que os sonhos vivem enquanto estamos a dormir, firmando tudo no nada enquanto o presente se torna passado transparentes, visível para relembrar e sentir tudo novamente.
Por vezes tentava mandar chuva para podermos nos refrescar e exagero demais, por fim tudo se alagava. Tentei erguer o Sol, mas queimei minha mão, o derrubei na Terra e explodi tudo.
Posso lhe prometer algo que não posso lhe oferecer jamais, como replicar a Lua, diminuí-lá é colocar a verdadeira em teu quarto.
Posso também fazer uma promessa ao meu alcance, irei prometer amar você em seus dias de tempestade ou dias quentes demais, aqueles de chuva fina e tempo nublado como nos outros de puro frescos com céu aberto, pois já te amo.
Mas eu quero a certeza de um poder morar em tua beleza com uma promessa feita por ti, poeta.
A questão é que eu era quem escrevia a poesia que Ruby era para mim, me segurei em suas incertezas e imaginei um futuro com ela. Mas com aquele jantar eu deveria ter aprendido que Ruby era inevitável.
[...]
- Está me perseguindo? - Pergunto a Laura que estava com um vestido preto em volta do corpo, ela deixava as pernas cruzadas, mesmo que em pé, para que perna ficasse com a pele mais a vista pela grande fenda fosse mais visível.
- Você me expulsou da única casa que eu tenho Marte, não sei se lembra, mas minha família não mora aqui. - Ela demostra irritação, não acho que a traidora tem esse direito, quero que toda raiva sobre nosso assunto seja colocada apenas como justiça vinda do meu lado. - Minha sogra então, achando que só tivemos mais uma briga, abriu as portas para mim.
- Você veio para casa da minha mãe quando saiu do meu apartamento? - Me sinto mais traído, se é que isso fosse possível.
- Para onde eu iria, Marte?
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Amor Entre Chamas.
RomanceAntes de odiar uma pessoa que um dia já nos encontramos perdidamente apaixonadas veio um sentimento que tomou conta do nosso corpo. O que era desejo virou necessidade, obsessão, uma droga, um pecado. Foi isso que Marte sentiu por Ruby, luxúria.