Minha mãe expulsou Laura de casa, mas não pareceu contente em ter que fazer tal ação. O jantar foi silencioso, minha mãe olhava a aliança no dedo da Ruby e a morena tentava puxar assunto, mas parecia envergonhada por ter sido pega aos beijos comigo em meu quarto quando minha mãe veio nos chamar para comer, aliás, ela ainda era vista como um dos motivos do qual eu seria o culpado do quase noivado desmanchado, com certeza Laura não deixou preso na garganta de que em teoria eu também a teria traído.
— Senhorita Cíntia, sei que o nosso primeiro encontro foi conflituoso, não por nós, mas sim por terceiros. Porém, quero tentar fazer com que esqueça isso, para que essa noite seja agradável para todos. - Ruby fala quando acaba de comer a comida em seu prato, ela foi a última a terminar o jantar. — Como já disse, meu nome é Ruby, noiva do seu filho. Tenho vinte e cinco anos, sou formada em Artes Cênicas e estou disposta a responder todas as suas dúvidas e tornar a nossa relação o mais amistosa o possível de que uma nora e sogra podem formar.
Engasgo com o suco de caju que tomava enquanto escutava a mulher sentada ao meu lado. Minha mãe, à nossa frente ocupando seu lugar central na mesa, intercala o olhar para mim e a mulher.
— Como se conheceram? - Minha mãe pergunta após um longo silêncio.
— Oscar. - Culpo, meu amigo que não está presente para levantar as mãos e se defender.
— Cecília, esposa de Oscar, é uma velha amiga de escola. - Ruby prolonga, me viro para ela com a sobrancelha arqueada. Como conhecia Cecília? — Um dia fui visitá-la e por pura coincidência, Marte estava assistindo futebol com Oscar no sofá.
— Meu filho não gosta de futebol. - Minha mãe fala sem abaixar a guarda.
— Mas Oscar é um viciado por bolas. - Esboço um sorriso no rosto escutando a breve risada nasal de Ruby que enxergou duplo sentido na frase inocente. — Como convidado, não devo controlar o que se passa na televisão da casa dos outros.
— O carro de Marte havia acabado a gasolina e eu me ofereci para levá-lo de volta a casa. - Gosto da forma como a qual a mulher reescreve nossa curta história.
— E como se Deus quisesse que tivéssemos mais tempo juntos, o carro de Ruby também acabou a gasolina naquele dia. - Eu e minha convidada rimos sozinhos, fingindo que minha mãe não nos olhava friamente. — Andamos juntos, grande parte do caminho conversamos, nos conhecemos superficialmente naquele momento.
— Gostamos do curto tempo que tivemos de companhia um com o outro, porém não trocamos números, ainda mais quando descobri que Marte havia uma namorada. - Ruby olha para mim, jogando a bola da vez para que eu me virasse com o desenrolar da história.
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Amor Entre Chamas.
RomanceAntes de odiar uma pessoa que um dia já nos encontramos perdidamente apaixonadas veio um sentimento que tomou conta do nosso corpo. O que era desejo virou necessidade, obsessão, uma droga, um pecado. Foi isso que Marte sentiu por Ruby, luxúria.